★★★☆☆
A série de Augusto Fraga para a Netflix tem uma apresentação, um aparato, uma solidez global e ambições bastante acima da média nacional.
★★★★☆
É preciso um antigo país comunista do Leste chegar-se à frente, para vermos uma série de espionagem como deve ser passada durante a Guerra Fria. É da Roménia que chega Spy/Master (HBO Max), inspirada no caso de Ion Pacepa, general da Securitate, os antigos serviços secretos romenos, e íntimo e conselheiro do Presidente Nicolae Ceausescu, que fugiu para os EUA em 1978. Pacepa tem aqui os traços de Victor Godeanu (Alec Secăreanu), que é também uma “toupeira” do KGB e tem um negócio clandestino de bens de luxo trazidos do Ocidente. Godeanu decide fugir quando Ceausescu o manda executar um amigo que suspeita (sem razão) de ser um traidor, e pede asilo na Embaixada dos EUA em Bona, recorrendo a Frank Johnson (Parker Sawyers), um agente da CIA. Só que deixa na Roménia a mulher, uma actriz famosa que já não ama, e a filha adolescente, que quer resgatar. Rico de peripécias do tempo dos gravadores de fita, dos telefones fixos e das pastas-bombas, e aderindo com rigor à tradição narrativa do thriller de espiões, Spy/Master é muito mais tensão e suspense do que acção, mais John Le Carré do que 007 – com a particularidade de ter o sinistro casal Nicolae e Elena Ceausescu também como protagonistas. Única fífia: a sofrível dobragem inglesa dos actores não-americanos.
