1. Ay Luna, que Reluces, de autor anónimo
Ano: c.1524-54
“Ai lua que reluzes/ Toda a noite me alumias/ Ai lua tão bela/ Alumias-me pela serra/ Onde quer que eu vá ou de onde venha/ Toda a noite me alumias” – assim reza a letra deste villancico incluído no Cancioneiro do Duque da Calábria. O volume é também conhecido como Cancioneiro de Uppsala, pois embora tenha sido impresso em Veneza em 1556, é na biblioteca universitária daquela cidade sueca que se encontra o único exemplar que se conhece. Trata-se de uma colecção de villancicos de autores ibéricos compostos entre c.1524 e c.1554, para fruição da corte de Fernando (Ferran) de Aragão (1488-1550), que foi Duque da Calábria e vice-rei do Reino de Valência. A corte de Fernando em Valência foi um farol cultural da Europa mediterrânica e o Cancioneiro do Duque da Calábria dá testemunho do esplendor da música ibérica da Renascença.
[Por Guillemette Laurens (soprano) e Unda Maris (Alpha)]