Manon Lescaut
Data e local da estreia: 1 de Fevereiro de 1893, Teatro Regio, Turim
Libreto: Luigi Illica, Marco Praga e Domenico Oliva, a partir de L’Histoire du Chevalier des Grieux et de Manon (1731), do Abbé Prévost.
Em 1884, estreara em Paris a ópera Manon, de Jules Massenet, inspirada em L’Histoire du Chevalier des Grieux et de Manon, do Abbé Prévost. O romance já tinha inspirado duas óperas anteriores, de Halévy e Auber, mas nenhuma delas obteve o êxito da Manon de Massenet. Puccini não a viu – só estrearia em Itália em 1891 – mas soube do êxito, estudou a partitura e propôs-se compor a sua versão. Ricordi tentou dissuadi-lo do insensato propósito de desafiar comparações com uma ópera que estava a obter um sucesso estrondoso, mas Rossini retorquiu-lhe: “Porque não podem haver duas óperas sobre Manon? Uma mulher como Manon pode bem ter mais do que um amante”.
O início da composição não foi auspicioso: Puccini começou por aceitar o libreto confeccionado por Marco Praga e Domenico Oliva, mas ao fim de pouco tempo estava a exigir que fosse reformulado. Praga abandonou a equipa e para o seu lugar entrou Ruggiero Leoncavallo, que também acabou por desistir; foi então chamado Luigi Illica, com a missão de reescrever todo o libreto e Oliva, não se reconhecendo no resultado, também se desvinculou do projecto. Puccini ficou muito satisfeito com o trabalho de Illica, que se tornou no libretista das suas três óperas seguintes.
A história da jovem Manon é a de uma vacilação entre amor e dinheiro: apaixona-se pelo Chevalier des Grieux, mas quando o dinheiros deste se acaba, deixa-o para se tornar amante de Geronte, que é velho mas rico. Des Grieux aparece na casa de Geronte e a paixão entre ele e Manon reacende-se: ela rejeita Geronte e prepara-se para fugir com des Grieux, mas cede à tentação de levar consigo as jóias que Geronte lhe oferecera e acaba por ser presa, acusada de roubo. É condenada ao degredo na Louisiana e des Grieux consegue introduzir-se no navio que a leva. Em Nova Orleães as coisas não correm bem e Manon e des Grieux fogem da cidade – acabam por perder-se no deserto e Manon sucumbe nos braços de des Grieux.
[Dueto “Tu, tu amore”, por Maria Callas (Manon), Giuseppe Di Stefano (des Grieux), 1957]