BAR AWARDS: Os bares com mais pinta em Lisboa

A abertura da Pensão Amor, no final de 2011, foi um dos primeiros sintomas da mudança radical que ia acontecer no Cais do Sodré nos anos que se seguiram e a prova de que continua a fazer escola é que ficou em primeiro lugar na categoria Bar com Mais Pinta. Foram-se os tempos de quartos alugados a prostitutas e marinheiras, chegaram os cocktails, espectáculos de burlesco, DJ sets, festas de anos ou lançamentos de livros. Quem diria que o prédio se ia tornar um dos sítios mais na moda em Lisboa.

O estrangeirismo facilita a vida: flagship. Esta é a primeira flagship store da marca José Maria da Fonseca em Lisboa e o nome diz quase tudo. A prioridade vai direitinha para os vinhos, com Baco a rivalizar com os cocktails servidos nas imediações. Para os tempos longos, nada como o By The Wine, que para além de loja, com oferta de todo o portfólio da casa, funciona também como Winebar. Sim, pode consumir toda a gama a copo, e se a fome apertar conte com petiscos e tapas.

Quando D. João II de Portugal bateu o pé e regateou a remarcação do Tratado de Tordesilhas com Fernando II de Aragão – estabelecendo o meridiano, que dividia o mundo em duas partes iguais, em 370 léguas a Oeste da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde – alimentava secretamente a esperança de chegar ao Brasil, território ainda por explorar, mas do qual já tinha conhecimento. O que ele não sabia é que de lá viriam as mandiocas e as favas tonkas (estas nascem na Amazónia e são apanhadas ainda dentro do fruto), que agora, mais de 520 anos depois desta sua chico-espertice, aparecem nos pratos do restaurante da Lx Factory: o Rio Maravilha, que cumpre as funções de bar e ofereça uma vista de estalo.

O cobre, o elemento químico com o número atómico 29, serve de nome para este bar na Rua do Alecrim, a escassos metros do Cais do Sodré e mesmo em frente ao Pito do Bairro. O sítio tem um ar modernaço e aposta na carta de cocktails. Além das bebidas, há DJs à quinta, sexta e sábado, sendo este último dia curado sempre por anfitriões fixos, um para cada sábado do mês.

O convite para abrir um espaço no Cais do Sodré surgiu há seis anos, quando ainda não havia Rua Cor de Rosa e o Cais do Sodré se livrava aos poucos da sua fama de red light district alfacinha. Talvez isso tenha agradado a Manuel Reis, que sempre gostou de desbravar zonas mais periféricas – em 82 abria o Frágil num Bairro Alto marginalizado. Acontece que quando as obras ficaram prontas e o Rive-Rouge abriu ao público, o Cais do Sodré já era o centro da noite alfacinha e este podia ser só mais um bar a funcionar até às quatro. Mas não. É um bar herdeiro do Lux e isso torna-o logo o centro das atenções, mesmo numa zona onde nunca faltaria animação.