Antes de nos lambuzarmos com estes cinco folares à venda em Lisboa, falámos com Cristina Castro, autora do livro A Doçaria Portuguesa - Norte, que nos explicou tudo sobre o doce tradicional da Páscoa. A seguir, arrancou a prova cega.
O folar é um doce da Páscoa. De onde vem esta ligação?
Nesta altura do ano é quando começa a Primavera, tudo floresce... Os cristãos assinalam o fim do jejum, que veio do Carnaval, e os judeus a libertação do seu povo do Egipto. Por isso, o presente, que pode ser o pão enriquecido, é sinal da abundância que aí vem, para crentes e não crentes. Suspeito que o uso de um ovo no meio do folar doce também simboliza um começo.
É um doce popular?
O folar que é doce tem origem popular. É um pão enriquecido, tal como os muitos pães doces e fogaças que temos pelo país. Na minha recolha de doces nortenhos encontrei pelo menos 17 pães doces diferentes. O alimento básico das pessoas era o pão, por isso, é normal que fizessem com ele uma coisa mais rica para ocasiões especiais.
Como é que é feito?
Há folares muito diferentes, porque as receitas variam. Alguns são salgados, como o folar transmontano de Valpaços, feito com várias carnes. Mas de uma maneira geral, as pessoas associam folares a coisas doces, com gordura, açúcar, talvez canela e outras especiarias, ovos, e ovos inteiros no meio da massa.