Casa da Igreja
Arlei Lima
Arlei Lima

18 grandes restaurantes clássicos no Algarve

Uma boa refeição é meio caminho andado para umas férias descansadas e estes restaurantes clássicos no Algarve são imperdíveis.

Cláudia Lima Carvalho
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Um clássico para ser um clássico não tem apenas de resistir à difícil prova do tempo: precisa de garantir a consistência, ou seja, que nada muda de ano para ano (ou se muda, é para afinar o que já é bom). É o caso destas mesas, algumas mais conhecidas do que outras – e faltarão ainda mais, com certeza. Rodízio de peixe grelhado, bom atum apanhado na costa, pratos de tacho e da serra – porque também é disso que se faz o Algarve –, e marisco em barda (que nunca nos faltem as ostras, os camarões, as amêijoas ou os carabineiros!). Eis 18 grandes restaurantes clássicos no Algarve.

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18 grandes restaurantes clássicos no Algarve

Quando em Fevereiro de 2024 se ouviu o nome de Noélia Jerónimo na Gala Michelin, a ovação fez-se sentir e a chef não escondeu a emoção. O restaurante com o seu nome foi recomendado pelo Guia, mas o reconhecimento dos seus pares existe há muito tempo. Há quem lhe chame a chef dos chefs, embora Noélia se veja mais como uma mãe. É o amor que a move, garante. Pelos seus e pelo Algarve. Só por isso aceitou o desafio de abrir um novo restaurante, desta vez em Olhão. Chama-se Marina com Noélia e fica no Real Marina Hotel & Spa, em plena Marina de Olhão. É no Noélia, no entanto, que a chef se manterá – e se está nos planos do leitor passar por Cabanas de Tavira, o ideal é reservar já mesa – com os clássicos de sempre como o arroz de limão com corvina e amêijoas ou o arroz de carabineiro.

O Alcatruz
O Alcatruz

É uma das melhores tascas de todo o Algarve. Fundada em 1989, é conhecida pelo seu slogan “Tá o petisco a monte”, que nos dizeres da terra significa que não falta o que comer. Nós aconselhamos as saladinhas de ovas de polvo, os bivalves sempre frescos, a estupeta de atum ou os peixinhos apanhados na Ria Formosa e fritos. Nos principais, destacam-se, habitualmente, o xerém ou a cabidela de choco, feita com a tinta do mesmo. Na dúvida, entregue-se nas mãos de quem sabe e não sairá mal servido. 

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Chegou a temer-se o pior quando no início do Verão de 2023 a Casa da Igreja ainda não tinha aberto. Estava fechada para obras, embora houvesse quem vaticinasse o seu fim. Caso para dizer que as notícias da sua morte foram, felizmente, bastante exageradas e que nada mudou junto à Igreja Matriz de Cacela. Assim que se aproximam as 16.30, nota-se o movimento e a esplanada é ocupada em menos de nada. Já se sabe que não há lugares marcados e que nas mesas compridas podemos muitas vezes acabar a partilhar espaço e conversa. As ostras fresquíssimas da ria continuam a ser o chamariz e nunca desiludem (16,80€/12 unidades) – é tradição da casa mandar pelo menos sempre uma ostra a mais por cada dose. Patrício Correia, o dono atrás do balcão e sem mãos a medir, garante que nos dias fortes vende-se nada mais, nada menos que 120 quilos de ostras. As amêijoas (21€/300g) e as gambas cozidas (17,50€/250g) também estão entre os petiscos mais pedidos. 

Esta é o tipo de recomendação que precisa de um aviso prévio: se é daqueles adeptos de futebol fanáticos que só vê um clube à frente, o Vela 2 só é para si se for do Benfica, caso contrário nem vale a pena a afronta. É que não é só a decoração de todo o restaurante, com águias, fotografias, cachecóis e camisolas dos jogadores, é também o balcão em forma de Estádio da Luz (sim, existe). Mas vamos ao que interessa: aqui não há propriamente um menu. É chegar, esperar por lugar (e no Verão convém chegar cedo ou corre o risco de ficar na fila), sentar e deixar que a comida chegue a si, qual rodízio. Por 12€, vão saindo grelhados no ponto caparapaus, sardinhas choquinhos, robalos, douradas ou o que mais tiver chegado no dia – para comer, até não conseguir mais. Bebidas e sobremesas são pagas à parte e crianças pagam 8€. Fica em Tavira – ligeiramente fora de mão, mas vale o desvio.

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Cafés e restaurantes de beira de estrada há muitos, nem todos têm, porém, uns caracóis como este Primo dos Caracóis, lá está, em plena N125, a caminho de Olhão. A carta anuncia-se de forma gigante nas paredes e são vários os petiscos (das conquilhas às amêijoas, da sapateira ao camarão). Mas nem tudo são rosas, alertamos já. O atendimento não é sempre simpático e o estacionamento pode não ser fácil, mas os caracóis (9€) valem a sacrifício. 

Por vezes, uma boa esplanada de plástico é o sinal que precisamos para parar. Isso, uma boa montra de peixe e umas mãos ainda mais engenhosas na grelha. Eis a receita de sucesso deste Café dos Mestres, em cima da Ria Formosa, cuja esplanada fica do lado de lá da estrada. Não há nada que não seja fresco e dificilmente encontra uma barriga de atum (14€) tão gulosa. Esqueça os preços ao quilo, aqui faz-se a conta às pessoas: o pargo e o robalo por exemplo são para dois (42,50€). Há sardinhas (12€) e carapaus (10€), lulas (16€) e chocos (14€). O australiano Matt Preston, do MasterChef Australia, quando por cá andou, não escolheu sentar-se aqui por acaso. Para não arriscar ficar na fila, o ideal é chegar cedo.

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O grelhador está à entrada, ao pé da esplanada deste restaurante que já foi a sede do Motoclube de Faro. É um local honesto onde ao almoço se serve mista de peixe em modo rodízio, com sardinhas, cavalas, besugos, douradas e tudo o que vier do mar naquele dia, por 13,50€. A acompanhar, chega à mesa a salada montanheira, batata doce cozida, migas e xerém. Tenha atenção que para o almoço, as mesas conseguem-se por ordem de chegada, já que não há reservas.

Em terra de percebes, quem sabe onde se sentar é feliz. Pelo menos, é o que costuma a acontecer à mesa da Ribeira do Poço, de onde nunca saímos tristes ou desconsolados – e para isso foi sempre importante marcar mesa com antecedência para garantir que não ficávamos a aguar ou numa longa fila à porta. Os percebes são a especialidade (45€/kg), chegam todos os dias fresquíssimos ao restaurante, às vezes duas vezes por dia, até. Com sorte, também apanha moreia frita (16€) e lapas (16€). Complemente a refeição, com um peixe grelhado escolhido da montra. 

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Quando muitos restaurantes se promovem através de fotografias que gritam “armadilha para turistas”, o Jacinto passa quase despercebido por não se precisar de vender. Há anos que é destino certeiro para quem procura bom marisco na Quarteira sem que se gaste demasiado (o prémio anda à volta dos 40€ para duas pessoas). Amêijoas, sapateira, santola, conquilhas, saladas de ovas e de polvo, e o que mais houver no dia. Da cozinha, além de bom peixe grelhado, destacam-se os pratos de arroz (de tamboril ou lingueirão), mas também as cataplanas. Dependendo da altura, o serviço pode é demorar um bocadinho.

É um clássico da Quinta do Lago há anos. A fama do Gigi, de Bernardo Reino (mais conhecido por Gigi, lá está), é tal que foi o restaurante a dar nome à praia, ali mesmo, e não o contrário como geralmente acontece. O menu de peixe e marisco é longo e anuncia-se num quadro, conforme o que chega do mar: berbigões, conquilhas, amêijoas, lingueirões, lulas, chocos, salmonetes, douradas, robalos, tamboril… Sendo que os carabineiros são, habitualmente, as estrelas da casa.

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O Algarve faz-se sobretudo de mar e é no peixinho e no marisco que habitualmente pensamos quando estamos a sul, mas convém lembrar que a serra também faz parte da paisagem e nela há todo um receituário que merece ser descoberto. O mesmo é dizer que não há desvio que se faça que não valha a pena se for para acabar à mesa d’A Tasca do Petrol. A comida é de tacho, as receitas são as antigas. Há javali estufado (11€) e borrego no forno (14€), o típico cozido de couve de Monchique (10€) ou petiscos como bucho (4€). 

30 anos depois, José Pinheiro continua a fazer do seu restaurante um bom poiso de comida regional algarvia. Em Vila do Bispo, numa casa isolada, que chama à atenção por si, o Eira do Mel é um refúgio invulgar. O serviço pode levar o seu tempo, a simpatia pode ter dias, mas na cozinha não se vacila. A cataplana de polvo (42€), com batata doce de Aljezur, é a especialidade da casa e é perfeita para ser partilhada à mesa. Vale a pena ter em consideração os pratos do dia – com sorte, pode apanhar uma feijoada de polvo (15€). O nosso conselho é que reserve mesa e não leve pressa.

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Taberna da Maré
Taberna da Maré

Na parede há fotografias a preto e branco tiradas por Júlio Bernardo que mostram as antigas fábricas de conservas que existiam em Portimão. Pelo meio, também sem cor, está o retrato de um miúdo nervoso por ir para a escola primária. É Zeca Pinhota, o carismático dono da Taberna da Maré, um dos melhores segredos de Portimão e lugar onde se podem comer carapaus alimados, amêijoas gordinhas do Alvor ou uma deliciosa, e muito generosa, sopa de conquilhas.

Fábrica do Costa
Fábrica do Costa

Poucos pores-do-sol são mais bonitos do que os que acontecem à beira da Fábrica do Costa, em Cacela, com a Praia da Fábrica no horizonte. Com um prato de conquilhas à frente, melhor (e um bom vinho branco a acompanhar, melhor ainda). Ah, e a companhia certa – também ajuda.

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É o próprio dono, o Jorge, que por vezes pesca o que se come neste restaurante que eleva a gastronomia tradicional. Ensopado de garoupa com amêijoas e hortelã, raia alhada à pescador ou ovas de choco fritas à pescador são alguns dos pratos que pode provar no espaço que, em Agosto, só aceita reservas até às 19.30.

Dizem que os melhores camarões do Algarve estão aqui, entre o Parque Natural da Ria Formosa e as dunas. O 2 Passos, na praia do Ancão, conta já com mais de 30 voltas ao Sol.

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A Tia Bia
A Tia Bia

Aquela tia que não puxa pela bochecha do sobrinho para dizer que está grande, mas pela do porco preto assado no forno. Aqui prova-se que há uma grande cozinha algarvia de serra. Serve-se galo guisado em vinho tinto e grandes pratos de caça, como javali estufado. E como uma tia que gosta de receber, é sempre possível ficar a pernoitar no alojamento local aqui instalado com nove quartos.

  • Português
Veneza
Veneza

Tem nome de cidade italiana, mas tirando o facto de também estar perto de água, pouco mais há em comum. Este Veneza fica em Paderne (Albufeira) e dedica-se à gastronomia local ou, como gosta de a apelidar, “aos cozinhados da avó”. Sobretudo a carne – o que pode ser bom para alternar com o monopólio do peixe na dieta estival –, com as finíssimas iscas de porco de cebolada, o lombo de vitela na frigideira, que pode levar um ovo no topo, ou os lombinhos de porco fritos com alho, a encabeçar os pedidos. Para finalizar, há doces tipicamente algarvios, com figo, alfarroba, laranja e amêndoa.

Mergulhos no Algarve

  • Coisas para fazer

Sugerimos três mãos cheias de areais no Algarve que costumam ter espaço para estender a toalha, espetar o guarda-sol e esticar as pernas sem tocar em ninguém. Bem, agora quer-se assim em todo lado, mas estes oásis prometem mais. Não acredita? Fomos do Barlavento ao Sotavento, sempre com os pezinhos de molho, à procura das praias perfeitas para descansar do mundo e fingir que não está no Algarve mas numa qualquer ilha paradisíaca, longe da civilização. Pelo caminho, encontrámos ondas ideais para surfar e areais perfeitos para ver as vistas, ver e ser visto (à distância, claro está) ou até para andar como veio ao mundo.

  • Viagens

De Odeceixe a Vila Real de Santo António, só não encontra uma praia a seu gosto se não quiser. Percorremos a costa algarvia e damos-lhe as coordenadas para mergulhar nas águas mais límpidas e pisar os areais mais dourados. Sem tropeçar em ninguém. Imagine as férias como uma folha em branco onde vai escrever com as mãos – e com os pés. Foi mais ou menos o que fizemos para lhe escrever este roteiro de praias. Desertas ou apinhadas mas quase sempre paradisíacas, pusemos os pezinhos na areia e elegemos as melhores praias no Algarve para este Verão.

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