Lagostins, restaurantes, Madeira
© Gabriell Vieira
© Gabriell Vieira

Dos petiscos às estrelas Michelin, conheça os melhores restaurantes na Madeira

A oferta é tanta que cabe-nos a nós encaminhar os leitores para aqueles que acreditamos serem os melhores restaurantes na Madeira.

Escrito por: Ágata Xavier
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A Madeira, além de ser um jardim à beira-mar plantado, é uma das regiões portuguesas mais ricas no que toca à variedade de coisas que se podem pôr no prato. A lista é longa: milho frito, peixe-espada (ou só espada como chamam os madeirenses), espetadas (em espeto de metal ou pau de louro), lapas, bolo do caco barrado em manteiga e alho, e um sem-fim de frutas a juntar aos ícones da ilha, a banana e o maracujá (não estranhe se encontrar pêra-meloa, banana-pêra ou maracujá-tomate à venda no Mercado dos Lavradores, no centro do Funchal). Além de tudo isto, que poderá encontrar facilmente em qualquer restaurante típico da ilha, não há como deixar de fora outros sabores e propostas criativas que têm vindo a ganhar terreno no panorama gastronómico da ilha.

A oferta é tanta – com muitas, demasiadas, armadilhas para turistas à mistura – que cabe-nos a nós encaminhar os leitores para aqueles que acreditamos serem os restaurantes imperdíveis na Madeira. Das tradicionais casas de pasto até às estrelas Michelin, dizemos-lhe onde tem mesmo de marcar mesa na próxima visita à ilha.

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Cinco restaurantes para comer espetada

É um dos mais conhecidos restaurantes no Estreito de Câmara de Lobos. Tem portas abertas desde 1966, altura em que era apenas uma tasca que servia petiscos e bebidas. Foi sofrendo alterações ao longo dos anos, mas mantém a gerência na mesma família do fundador, sendo agora um restaurante com uma apresentação cuidada, mesas em madeira e um bonito balcão ao centro, com lenha a decorar. O prato mais pedido é a espetada de carne, claro, acompanhada com milho frito, batata frita e salada. Aqui ainda pode pedir que seja usado o pau de louro. Aconselham a acompanhar com a sangria da casa.

A espetada d’O Lagar, restaurante com salas espaçosas perfeitas para eventos, é a grande especialidade da casa. A carne é temperada com sal, alho e louro, e é suculenta e tenra (13€). Acompanha, está claro, com o milho frito, feito à base de farinha de milho, couve picada, sal, azeite e segurelha, e bolo do caco. Volta e meia, há espectáculo de bailinho da Madeira, para ficar logo com a experiência completa.

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A ementa deste restaurante é muito simples, sem invenções (tal como a própria decoração do espaço, mais despojada): tem apenas dois pratos, frango e espetada. A dose de espetada é bastante generosa, com cada espeto a comportar cerca de dez pedaços grandes, perfeito para duas pessoas que não estejam com fome de leão (11€). Para acompanhar, claro, batata, milho frito e bolo do caco. As sobremesas são caseiras e destaca-se o pudim de maracujá. Convém reservar, porque apesar de ser mais afastado do centro do Funchal, costuma estar sempre cheio.

O tempero para a carne da espetada é esmagado à mão, com ajuda de uma pedra, untado em cada pedacinho antes de ir para o espeto (que pode ser em pau de loureiro, mediante pedido), e depois grelhado lentamente em lenha de acácia (20,80€). Chega à mesa no ponto exacto que pedir, com batatas fritas com alho e ervas e milho frito. O restaurante é grande e tem muitas mesas.

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É uma casa de pasto tradicional em Chão da Ribeira, com um ambiente acolhedor a fazer lembrar as casas de família. As espetadas são servidas à moda antiga, em pão de loureiro, e assadas em forno de pedra, mas é melhor encomendar para garantir que a tem à sua espera quando lá chegar. Dentro das especialidades está também a galinha bêbeda ou a truta fresca de viveiro local.

Quatro sandes em bolo do caco que vai querer provar e outra que não pode perder

É o “pão” dos madeirenses e tanto serve para acompanhar a refeição ou para rechear. É feito com farinha, batata-doce, sal e água, e sem precisar de ir ao forno. Isto significa que sempre que vir fotografias em restaurantes estilo snack-bar com o bolo recheado, não é armadilha para turistas, é a comida de rua mais procurada pelos locais, seja para comer no momento ou para pegar e levar. Na zona histórica do Funchal multiplicam-se os espaços dedicados exclusivamente estes pães com um formato redondo e achatado. Com chouriço, em versão cachorro quente ou com recheios mais arrojados, vale bem a pena guardar uma refeição para encher a barriga deste ex-líbris da cozinha madeirense.

No snack-bar Casa de Pedra (Av. 1º de Fevereiro, Madalena do Mar. 29 160 4536), há quatro sandes em bolo do caco que lhe damos aqui a conhecer. Fica em frente ao mar, pelo que é também um bom sítio para se sentar na varanda a comer uns picados e deixar-se ficar para ver o pôr-do-sol. Tome nota:

Prego

Um prego é sempre um prego, aquele clássico que nunca falha. E embora um bife de vaca entre duas fatias de pão caia bem, independentemente da hora, tipo de pão ou extras que se enfiem lá para dentro, a versão em bolo do caco com o pão torrado com manteiga é uma maravilha. Leva queijo e alface na versão especial.

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Atum em escabeche

Os nacos de atum na Madeira são suculentos e desfazem-se na boca à primeira garfada, sem necessidade de passarem muito tempo na frigideira (ou até tempo nenhum, na verdade). Mas outra maneira de comer este peixe é em escabeche, que aqui leva uma boa dose de cebola a equilibrar a sandes.

Espada

Polme seco e crocante, sem pingo de gordura, como se quer. É assim o espada frito que se enfia dentro de um caco artesanal, com alface e rodelas de tomate a dar ainda mais frescura.

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Polvo

O polvo que recheia esta sandes não é de escabeche mas também não vai em modo básico. É o polvo é à moda da Madeira, com um refogado feito com massa de pimentão, concentrado de tomate, vinho branco ou vinho da Madeira. Vai bem em picados, as travessas com o petisco que acompanham com batata frita, ou cortado aos bocadinhos e enfiado no bolo do caco. Fome não passa.

Sandes de gaiado seco

Primeiro estranha-se, depois entranha-se pela conjugação de peixe seco (uma espécie de atum), cebola e pimento enfiada num papo-seco. Acompanhe com uma Brisa de maracujá para ajudar a empurrar a espécie de pastel de peixe que se vai formar na boca. Pode provar esta sanduíche madeirense, assim como a de peixe-espada frito, numa tasca que fica na esquina da Travessa das Torres com a Rua de Santa Maria, chamada Cristalina, ou no Cantinho dos Amigos (Rua dos Murcas, 84, Funchal. 29 123 6357). Neste último, também vendem o gaiado em escabeche sem o pão. Se lá for, aventure-se numa sidra caseira.

Fine dining na Madeira

  • Haute cuisine

A primeira estrela a chegar à Madeira deve-se ao francês Benoît Sinthon, que no restaurante Il Galo d'Oro, do hotel de luxo The Cliff Bay, exalta os produtos e tradições que estão na base da cozinha local. Em 2017, ganhou a segunda estrela, que manteve até hoje, além de somar uma estrela verde, pelo seu compromisso com a sustentabilidade, conquistada na última gala. 

  • Haute cuisine

O Reid's Palace é um dos hotéis do grupo Belmond e tem como restaurante o William, que ganhou uma estrela Michelin há uns anos, com Luís Pestana e Joachim Koerper no comando, e nunca deixou de cintilar. Aqui o foco são os produtos da Madeira: pimpinelas regionais, carne biológica do arquipélago ou maracujás são para ser provados com o traço da alta cozinha.

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  • Haute cuisine

Sem querer pôr pressão numa actividade já por si super exigente, e longe de se querer embarcar em futurologias bacocas, o restaurante do Savoy é, sem dúvida, um forte candidato a estrela Michelin. Carlos Gonçalves, chef executivo do Savoy Signature, inspirou-se no ambiente galáctico, com paredes azul petróleo, tectos cintilantes e paredes de vidro com vista alargada para o mar, de um lado, e para o Funchal, do outro, para criar três menus de degustação, um dos quais 100% vegetariano, onde casa os produtos e receituário da ilha com técnicas de confecção de várias geografias - com clara influência asiática nos molhos e temperos. Na lista de imperdíveis estão os tacos de cozido panelo, como entrada, e a truta com funcho, ambos também disponíveis à carta. Para terminar, a banana prata em várias texturas, um exemplar de cozinha molecular que está nos finalistas das 7 Maravilhas da Nova Gastronomia. Depois do jantar, aproveite o Skybar, distribuído por dois pisos exteriores, onde pode começar a noite com um cocktail de autor e uma vista soberba para a cidade.

Três novidades e um clássico que vai querer conhecer

  • Português

Quando abriu, em meados de 2020, chegou a partilhar o nome e o espaço – um edifício de três pisos –, com uma padaria tradicional onde os pães de fermentação lenta, desde a focaccia e a ciabatta, ao brioche e pão de Deus serviam de amparo a um menu de sandes que estavam dispostas em montras aquecidas, qual padaria francesa. Apostado no ideal de “happy food”, o chef Júlio Pereira decidiu, então, investir na vertente gastronómica do espaço e agora assume-o como restaurante puro e duro, aceitando que o pão, que continua a produzir, será sempre um complemento indispensável da sua cozinha. É de lá que saem pratos dedicados aos produtos locais, que aqui são trabalhados com respeito e uma dose saudável de arrojo. Caso disso são o excelso corneto de tártaro de atum da costa e o foie gras com maracujá e banana, pequenos entreténs de boca que fazem as vezes de uma refeição completa e que têm a vantagem de deixar espaço para as cookies caseiras de manteiga de amendoim que vão perfumando o ambiente, a pedir para serem companhia do café que dá por encerrado o almoço. Ao jantar as propostas viram-se para a comida de conforto e, por isso, é certo que quase tudo o que chega à mesa terá passado obrigatoriamente pelo forno, como a pá de borrego com migas e batatas bravas. Em dias de sol, vale a pena ocupar um dos lugares na esplanada no largo vizinho, um poiso calmo em pleno centro histórico.

  • Fusão

À volta do Mercado de Lavradores é natural que o olhar se perca no movimento e que alguma informação valiosa fique por processar. É o caso do Gôut, um restaurante conceptual – é assim que é apresentado – que quase passa despercebido no meio de tantas lojas de souvenirs e antigas casas de pasto. Além do brunch a qualquer hora, conte com uma cozinha de fusão que não é o declaradamente. Ou seja, espere um encontro improvável entre os sabores belgas e madeirenses, com uma perninha na cozinha árabe e japonesa. Numa localização hiper privilegiada, vale-se da decoração minimalista e, diga-se, de muito bom gosto, e das grandes janelas que deixam ver a cidade a acontecer lá fora. A carbonara de lulas em couscous de pasta e as tartes tatin (que vão mudando conforme a vontade da cozinha) são absolutamente obrigatórias.

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  • Fusão

Aproveitando a renovação da Rua Imperatriz D. Amélia, que agora está pintada de fresco e com floreiras garridas, o Savoy Signature aproveitou um conjunto de edifícios renovados para criar o primeiro food court do Funchal, um espaço dedicado à comida portuguesa. Inaugurado em meados de 2021 com a missão de alargar a oferta gastronómica à comida de rua, está decorado a preceito com luzes de arraial, mesas corridas e onda industrial, e tem menus para todos os gostos, desde sushi a cozinha italiana, passando pelo leitão e, claro está, pelos hambúrgueres gulosos, pelas espetadas e pelas sandes em bolo do caco.

  • Português
  • preço 2 de 4

Estava com saudades de um clássico? Ei-lo aqui. Depois de uma manhã a subir e descer rochas para chegar ao mar da Praia do Seixal, é inevitável que pela hora de almoço os níveis de energia estejam já em mínimos históricos. E quando assim é, corre-se o risco de “parar onde der” e “comer o que houver”. Não tem de ser assim, sobretudo quando a cerca de 400 metros da praia está o Solmar, um porto seguro da cozinha tradicional madeirense, que garante boa comida de panela, serviço atencioso e uma bela vista de mar a partir da esplanada nas traseiras. Para petiscar ou para um almoço demorado, vá pelas lapas acompanhadas de bolo do caco torrado com manteiga e a seguir passe para os filetes de espada com arroz de tomate malandrinho.

Três restaurantes de hotel onde deve fazer check-in

  • Fusão

Pizzas, pastas, sandes e saladas bem (mas mesmo bem) compostas são as propostas do restaurante al fresco do Savoy Palace. Com uma esplanada colocada estrategicamente no jardim de palmeiras do hotel, serve almoços e jantares de inspiração mediterrânica, privilegiando os produtos locais e da bacia sul europeia, sobretudo de Itália e Grécia. Do forno a lenha saem as massas de fermentação lenta (a massa de pizza fica quatro dias a levedar ao frio) e o pão sempre quente que chega à mesa para entreter antes da refeição propriamente dita. Nota extra para a loiça de cerâmica artesanal, a lembrar que a elegância não tem de ser incompatível com a rusticidade.

  • Português

Cozinha honesta, simples sem ser simplista, e apostada nos sabores tradicionais portugueses, é aquilo a que se propõe o restaurante do Savoy Palace, instalado num edifício insular que se estende a um jardim relvado, perfeito para jantares intimistas a meia-luz ou para um brunch reforçado antes de um dia de sol e passeio. A carta de almoços e jantares começa por sugerir os típicos dentinhos, dos quais se destacam os rissóis de berbigão, os croquetes de cozido de panelo e as asinhas de frango, aos quais se seguem, então, os petiscos para qualquer hora do dia, os pratos de peixe, carne e vegetarianos, mais direccionados para refeições demoradas. Vá pela ventrecha de atum e, se sobrar fome e vontade, não deixe escapar o bao de leitão, perfeito para fazer caminha antes da sobremesa. Excelente garrafeira e serviço de vinhos exemplar.

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Ao chegar à Madeira, Carlos Gonçalves, chef executivo do grupo Savoy, fez uma investigação afincada sobre a matéria-prima local e concluiu que entre a Madeira e o Havai havia semelhanças inegáveis, desde logo na formação vulcânica de ambos os arquipélagos, mas também, e sobretudo, nas espécies de peixe que dão à costa, na coragem de assumir o agridoce como peça fundamental da cozinha local e também na permeabilidade a cozinhas, aromas e sabores de outras latitudes. É assim, no encontro de culturas que se desenha a carta de almoços do restaurante do hotel Next, com uma esplanada imbatível em cima da piscina e a dois passos do mar. Apostado em refeições ligeiras, ultra-saborosas e exóticas q.b, tem nas espetadinhas de frango Yaki e de polvo teriyaki e no bao de camarão (o primeiro bao a ser confeccionado no Funchal) os imperdíveis da carta. Por marcação, o chef organiza sessões de showcooking à beira da piscina, com visita incluída ao mercado, e aproveita para dar à prova algumas das experiências mais recentes da cozinha, como a kombucha, a primeira de muitas fermentações em que Carlos Gonçalves quer apostar.

Dentinhos, quê? Importa-se de repetir?

Em caso de dúvida – legítima, entenda-se – basta seguir o hashtag #dentinhosdailha, no Instagram, para perceber do que se trata, afinal. Os dentinhos são, no fundo, pratinhos com mini doses de petiscos que devem ser comidos com a ajuda de um palito – e ai de quem cometa a imprudência de pedir talheres. Mais ou menos elaborados, incluem na sua longa lista de propostas desde pires de tremoços e amendoins até versões mais consistentes como o atum de cebolada, a língua estufada, a galha e o espada frito. Geralmente acompanham com pão, para que fique ao critério do comensal recheá-lo a seu bel-prazer ou usá-lo só como acompanhamento.

Ao lado do Mercado de Lavradores, A Preferida encerra em si mesmo a essência do petisco madeirense. A casa centenária, já com alguns toques de modernidade, ainda que subtis, dedica-se a entreter almas famintas com dentinhos vários. Um primeiro olhar sobre a montra do balcão dá a conhecer as propostas do dia, que normalmente não fogem do espada de cebolada, do polvo, do bacalhau e atum em escabeche, e da língua estufada, mas só quando se vê a sair da cozinha um pires com massa e carne é que se percebe que aos especiais do dia pode ser sempre acrescentada mais qualquer coisinha. Neste caso, o macarrão, que não é nada mais do que um estufado caseiro de penne e carne de vaca, ocupa a preferência dos clientes habituais. Os pratos ou sandes têm um preço acessível (a partir de 2€) e devem acompanhar com vinho seco, uma pomada caseira feita a partir de uva morangueira. Fica a dica: se ao pedir a conta lhe oferecerem um saquinho de nectarinas, tangerinas ou outro fruto da época, aceite. Faz parte do excedente dos donos da casa, que o distribuem com gosto “pelos clientes mais amigáveis”. Não fomos nós que dissemos.

É um salão de beleza? Um café?

Catarina e Clara Melim, médica e maquilhadora, respectivamente, e irmãs, decidiram unir esforços e especialidades para trazer ao Funchal “um novo significado à definição de beleza”. Empenhadas em passar a mensagem de que “beleza também é saúde” e não apenas um conceito que se esgota na aparência, decidiram desconstruir a ideia do clássico salão de beleza com salas de tratamento e zona lounge, sempre tão silencioso e impessoal. Assim nasceu, no centro histórico do Funchal, o Beauty Café, que como o nome anuncia, é um café dedicado aos assuntos da beleza, num espaço partilhado e comunicante. Logo à entrada fica a cafetaria, com um menu nutricionalmente equilibrado onde não faltam bolinhas energéticas, bowls, pão e bolos caseiros sem açúcar, lactose ou glúten, e o imperdível Café Beauty, com espuma de leite e colagénio em pó, um potente aliado contra o envelhecimento da pele e que pode ser acrescentado às bebidas disponíveis. Do outro lado da cortina, acontecem sessões e workshops de maquilhagem, massagens e tratamentos de unhas, rosto e corpo. À saída deite o olho à vitrine da “loja”, com granolas e muesli e maquilhagem bio, e aproveite para conhecer a Nada +, marca madeirense de sabonetes naturais e óleos essenciais.

Catarina e Carla agradecem que os tratamentos de beleza sejam marcados com alguma antecedência, mas insistem que a espontaneidade de se aparecer para um café e decidir tratar das unhas é sempre bem-vinda.

Roteiro do chef Carlos Gonçalves

Passou por Óbidos e Lisboa, coleccionou alguns prémios de carreira pelo caminho e ficou-se na Madeira em 2019, quando assumiu o posto de chef executivo do grupo Savoy Signature. Carlos Gonçalves chegou há relativamente pouco tempo à ilha mas já se considera um ilhéu. Vive no Funchal mas sempre que pode foge para o meio do nada atrás dos segredos artilhados pelos locais. Quando não está de jaleca a comandar a dezena de restaurantes dos hotéis Savoy, podemos encontrá-lo a apanhar lapas, a dormir numa gruta ou agachado à beira de uma fogueira a cozinhar. E a ouvir boa música, que é coisa que não dispensa. Siga o roteiro e conheça os quatro imperdíveis do chef na Madeira.

O Espaço Vinil Bar (Caminho do Cemitério, 71, Funchal. 91 434 8670) permite juntar uma data de amigos e organizar um jantar de grupo. Tem uma cozinha para se preparar a refeição e uma sala com vários discos de vinil à disposição dos convivas. Cozinhar, conviver e ouvir música? Sinto-me em casa.”

O Talho do Caniço (Rua Padre Agostinho de Freitas, 18, Caniço. 29 193 2126) já não é propriamente secreto mas continua a ser uma paragem obrigatória quando vou para esse lado. Tem dois espaços distintos: um talho onde se compra a carne e um bar com pão e vinho excelentes. O que torna este sítio diferente é o grelhador nas traseiras, onde se pode assar a própria carne, enquanto se dá dois dedos de conversa com os outros clientes. A troco de uma ou duas cervejas, os funcionários do bar até dão uma ajuda com a grelha.”

O Calhau da Lapa, no Túnel da Ribeira Brava, é um dos sítios mais bonitos da Madeira, na minha humilde opinião. Tem um cais de embarcação de onde partem barcos de passeio que se podem combinar no momento. Por ser um sítio de mar fértil, é possível apanhar lapas e peixe e comê-los ali mesmo, mais frescos do que se conhece. Há umas grutas logo ao lado onde já passei a noite acampado. Foi incrível.”

O Fanal, no planalto do Paúl da Serra, é mágico, o meu local de eleição pela sua imensa beleza. É lá que vou quando preciso de ligar as energias à Terra. Faz parte de um trilho sinalizado de 8 Km, a Vereda do Canal, que vale muito a pena fazer.”

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  • Coisas para fazer

A Madeira é o destino certo para qualquer altura do ano, seja amante de mergulho, de caminhada, de se estender numa espreguiçadeira sem fazer nenhum ou de ficar à mesa horas sem fim a comer iguarias. Nesta lista encontrará planos mais turísticos e outros menos, porque há coisas que tem mesmo de fazer numa primeira ida à ilha da Madeira, como sentir a adrenalina de descer os carrinhos de cesto empurrados pelos carreiros do monte, provar maracujás no Mercado dos Lavradores ou acordar de madrugada para ver nascer o sol num lugar idílico da ilha (também vale a pena o pôr do sol).

Há algumas iguarias obrigatórias quando for de viagem à Madeira. Bolo do caco barrado com manteiga ou lapas e caramujos são algumas delas, óptimas como entrada. Mas no que toca a pratos principais, não vai encontrar nada tão famoso como a espetada (que nos desculpem os amigos vegetarianos e vegan). A espetada típica madeirense é feita com carne de vaca tenra, louro, sal e alho, em pau de loureiro. Os tempos mudaram e agora é servida habitualmente num espeto de metal. Mas não se preocupe porque mantém-se o sabor e sucos, ainda mais realçados com a manteiga posta no espeto já na mesa, que escorre pelos quadrados de carne.

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  • Caminhadas e passeios

Uma pequena lição logo de início, porque o provável é não saber o que é uma levada e nós não estamos aqui para julgar, apenas para o encaminhar no sentido certo. As levadas são pequenos canais de irrigação feitos em pedra que servem para redireccionar as águas de uma zona para outra. A sua origem remonta ao século XV, altura em que tinham como função levar e distribuir a água das zonas mais chuvosas do norte pelas zonas mais a sul. Isto significa que, durante um passeio destes, vai poder entrar natureza adentro, seguindo um trilho que acompanha a levada.

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