As melhores coisas para fazer no Bonfim, o bairro mais cool do Porto

O café da Combi já não é novidade para os portuenses, graças à bonita food truck que costuma marcar presença em eventos da cidade. No entanto, desde 2017 que também conta com um espaço no Bonfim. Por lá pode beber café da espécie arábica, vindo de diferentes origens, como Quénia, Etiópia, Colômbia, Guatemala, Honduras, Indonésia e Brasil. Todos os grãos são torrados no espaço, que foi, em tempos, uma garagem. O menu conta com diferentes tipos de filtros e bebidas, como o cold brew, o mocha ou o latte.

É preciso reconfortar o estômago e, para isso, dirija-se à Ogi by Euskalduna, uma padaria artesanal de onde saem, todos os dias, pães de trigo e centeio com sementes, baguetes, brioches vegan feitos com azeite, ciabattas e buns de sésamo, entre outros. Todos de fermentação lenta e natural, com massa mãe na sua composição, feitos com cereais portugueses, de preferência moídos em mó de pedra, e com uso mínimo de leveduras. Têm também folhados mais doces que vão variando, como o pain au chocolat, o pain suisse, o pain aux raisin e o danish, com diferentes sabores consoante os frutos da época. O croissant, esse, nunca falha.

As pontes de São João, Dona Maria Pia e do Infante, três das seis travessias entre o Porto e Vila Nova de Gaia, começam na freguesia do Bonfim. Se nunca olhou para elas com atenção, aproveite para o fazer agora a partir da Alameda das Fontainhas. Dali, pode avistar ainda a icónica Ponte Luís I, o casario do lado de Vila Nova de Gaia ou o Mosteiro da Serra do Pilar. Mas faça-o com tempo: o passeio e a vista para o rio merecem.

Situado a poucos metros do Passeio de São Lázaro, neste restaurante italiano aposta-se em receitas tradicionais e num menu quase 100% italiano, onde as pastas caseiras e as massas de pizza – que fermentam entre 24 e 48 horas –, são os grandes trunfos. Por lá vai poder provar tagliatelle a la carbonara com guanciale e queijo pecorino; risotos de camarão ou de cogumelos; e variadas pizzas, das clássicas Margherita, Funghi e Diavola, a outras mais arrojadas, como a quatro queijos e trufa. Não saia sem provar o tiramisù regado com um caramelo feito com vinho da Madeira. Quem o avisa, seu amigo é.

Este paraíso verde é um dos segredos mais bem guardados da zona. Ao longo dos seus sete hectares, repletos de camélias e magnólias, destacam-se as fileiras de denso arvoredo, os caminhos encantadores e a vasta colecção de fontes, bebedouros e chafarizes. Estes últimos são, muito provavelmente, a grande singularidade do parque, que acolhe estruturas, outrora espalhadas pela cidade do Porto, erguidas entre 1930 e 1960. Além de ser um “cemitério de fontes”, este pitoresco espaço público é também uma varanda privilegiada para o Douro e um museu ao ar livre com esculturas de Irene Vilar e Julião Sarmento. 

Numa esquina envidraçada da Avenida Rodrigues de Freitas mora um espaço versátil e ecléctico. Durante o dia é loja de discos, mas também serve comida – bonita, elegante, gulosa – preparada pelo Urraca, o restaurante irmão do Mafalda’s, no Mercado de Matosinhos. À noite, o anfitrião é o bar Fiasco, com a sua curadoria musical e os seus cocktails feitos como mandam as boas regras da coquetelaria. 

Jovem, dinâmica e determinada, como a gaivota de ar altivo que lhe deu nome (mascote do espaço), esta galeria rapidamente conquistou um lugar na cena artística do Bonfim. Fundada em 2018, expõe e vende um pouco de tudo – da pintura à escultura, da fotografia à cerâmica. Por lá vai encontrar também os bonitos tapetes da GUR, feitos à mão.

É uma paragem obrigatória no circuito cultural do Bonfim e uma das galerias de arte mais estimulantes da cidade. Apesar de expor nomes internacionais, tem feito um trabalho particularmente valoroso na divulgação de artistas portugueses ainda pouco presentes na rede expositiva mais institucional, trazendo diferentes perspectivas à arte contemporânea nacional.

O bairro está em ebulição e Inês Figueiredo veio ajudar à festa. Em Novembro de 2022, abriu a Athena, um espaço que é praticamente uma montra de tão rasgado que está para a rua. Ao Bonfim vão chegando os primeiros turistas, embora seja entre os vizinhos que este novo conceito de loja está a despertar mais curiosidade. Mas o que é que torna esta morada tão especial, além da fachada em vidro que a inunda de luz natural? Tudo começa com um exercício de curadoria. Na bancada central, mistura-se ilustração de autor, peças de cerâmica, joalharia e outros acessórios de moda, com predomínio de pequenas marcas portuguesas, mas sem que isso seja uma bandeira. Ao mostruário, Inês adiciona uma selecção de vinhos naturais e de baixa intervenção e ainda um aroma a café, com a chegada de uma nova marca, vinda de uma torrefacção em Berlim.

Pode parecer estranho recomendar a visita a um cemitério, mas, tal como outros no mundo, este é uma autêntica galeria a céu aberto, com monumentos e peças de arte aqui e ali. Trata-se, igualmente, de um bom lugar para um passeio sossegado entre magnólias, uma alameda de tulipeiros e algumas das maiores japoneiras do país. Aproveite para prestar uma última homenagem a personalidades como o poeta Eugénio de Andrade, o médico e pintor Abel Salazar e a pintora Aurélia de Souza.

Em 2016, Teresa Branco materializou o sonho de “possibilitar a criatividade e o contacto com a terra a pessoas que vivem numa zona urbana”. Anteriormente ligada à área de intervenção social, abriu a Brâmica, onde hoje produz jarras, taças e vasos. Nesta oficina, Teresa trabalha em duas frentes: de um lado, há o sentido terapêutico de “autopromoção, autovalorização e auto-realização” dos participantes e, do outro, a promoção da cultura portuguesa, em particular da azulejaria. 

Tem vinhos naturais, cidras, café de filtro, sanduíches para devorar a todas as horas, livros para consulta e é amigo dos animais. Se motivos faltassem para fazer uma visita a este café na rua do Morgado de Mateus, aqui os tem de sobra. Para acompanhar as bebidas, têm portentosas sanduíches com queijo e salame italianos; pratos de alcachofra com stracciatella; burrata com fava, rúcula e pesto; e muitos outros com combinações invulgares. Volta e meia recebem noites de cinema no espaço. É ficar atento às redes sociais.

Se quer comer bem, reserve mesa no Rogério do Redondo, esse restaurante clássico da cidade que faz uma cozinha tradicional portuguesa e portuense de se lhe tirar o chapéu. No menu vai encontrar pratos como cozido à portuguesa, rojões, galo de cabidela, rabo de boi, filetes de pescada com arroz de feijão e grelos ou peixe-galo com açorda de mílharas. Tudo bom.

Aqui encontra de tudo: de jornais e revistas a acervos literários. Desde a sua inauguração, em 1833, a Biblioteca Pública Municipal do Porto recebe todas as publicações editadas no país. Entre os vários espaços do edifício, imóvel de interesse público desde 1842, destacam-se as salas de leitura, a biblioteca infanto-juvenil e os claustros que restam do antigo Convento de Santo António da Cidade.

O cozido à portuguesa está entre as mais imperdíveis especialidades do Restaurante Manuel Alves, uma verdadeira instituição do bairro. A qualidade dos ingredientes — entre os quais a carne de vaca, o chispe, a orelheira, o toucinho, a morcela, a farinheira, a batata, a cenoura e a couve-coração — ajuda a explicar a fama desta iguaria, disponível às quartas, sábados e domingos e conhecida muito para lá das fronteiras do Bonfim.

O Euskalduna Studio, aclamado projecto de cozinha contemporânea de autor, abriu portas em 2016. Cerca de seis anos depois, o espaço do chef Vasco Coelho Santos conquistou a sua primeira estrela. Para provar, há um único menu de degustação, cuja preparação pode observar a partir do balcão, onde é servido. A proposta, em que brilham os produtos nacionais e sazonais, divide-se em dez momentos e inclui algumas surpresas. 

Construída entre 1874 e 1894, a Igreja Paroquial de Nosso Senhor do Bonfim é uma das mais imponentes da cidade. Na fachada, destacam-se as várias janelas e as duas torres que ladeiam a entrada do edifício. No interior, é o altar-mor de estilo neoclássico que merece toda a atenção de portuenses e turistas.

Fundado em 1980, este restaurante vegetariano e macrobiótico é um ícone da freguesia e um lugar muito procurado também pela padaria e pastelaria sem açúcar. Se quiser levar alguns produtos para casa, aqui também há uma pequena mercearia à entrada para se aventurar na alimentação vegetariana e macrobiótica em casa.

Apesar de não ficar no coração da Baixa, o Mesa 325 arrecadou muitos clientes assíduos em pouco tempo. Principalmente os amantes de bom café, já que o que aqui se vende é artesanal. Se gosta de bom café e de trabalhar fora de casa, fique a saber que aqui há revistas e muita coisa boa para provar quando decidir fazer uma pausa, como bolos, tartes, torradas e bagels recheados. Para beber há cappuccinos, chás, sumos e smoothies. 

A primeira vez que Maria Lima provou kombucha foi em 2017, em Bali, na Indonésia. Foi amor ao primeiro gole e de regresso à Invicta montou um laboratório na sua cozinha. Três anos depois, abriu no Bonfim o primeiro bar de kombuchas do país, onde serve as suas bebidas produzidas com ingredientes biológicos seleccionados, sem conservantes e não-pasteurizadas. 

Desde Novembro de 2022, O Lugar é a sala de espectáculos da companhia Teatro da Palmilha Dentada. Desde a sua criação, em Agosto de 2001, a companhia tem-se dedicado à criação de espectáculos de teatro com textos originais, com o humor como principal linguagem, principalmente o absurdo e o de situação. 

Em menos de nada, o Terraplana, com uma esplanada espaçosa nas traseiras, tornou-se paragem obrigatória na zona de Belas Artes. Na carta, além de pizzas saborosas, há cocktails clássicos e criações de autor, como o Tripitaka, uma das estrelas da casa, feito à base de gin com infusão de especiarias asiáticas, puré de tamarindo, leite de côco, lima, bitters laranja e Angostura.

Concertos e boa música, bebidas e petiscos austríacos, conversas e amigos. Haverá lá melhor forma de terminar um dia cheio? No Donau há isto e muito mais. Rick e Sara, os artistas e mentores do espaço, também recebem com frequência exposições de outros autores. 

A música é o elemento central deste bonito e moderno hotel portuense, a começar pela Musicoteca, um espaço com mais de 600 discos, perfeito para uma odisseia sonora. O projecto sofreu uma remodelação recentemente e conta agora com uma sala de podcasts, um cowork de dois pisos com um café integrado, phone booths, uma sala de yoga e zonas exteriores de jardim, com piscina e esplanada. Apostam ainda numa programação que acolhe concertos, workshops, masterclasses e talks, entre outras actividades.