Museu, Casa das Histórias, Paula Rego, Cascais
©Arlindo CamachoCasa das Histórias Paula Rego
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Paragens obrigatórias no Bairro dos Museus em Cascais

É um bairro com habitantes de alto gabarito, além dos parques verdes a provar que Cascais não é só azul.

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Cascais criou um verdadeiro microclima cultural com a implementação daquilo a que chamou de Bairro dos Museus. O conceito é simples e só requer que dê umas voltinhas pelo perímetro que concentra um conjunto de equipamentos dedicados à cultura na vila. Concebido pela Câmara Municipal de Cascais e pela Fundação D. Luís I, o Bairro dos Museus em Cascais distingue-se pela sua faceta inovadora e de coerência cultural, que permite que em curtas distâncias possa saltitar entre os vários habitantes deste bairro.

Preparado para a maratona? O Centro Cultural de Cascais, a Casa Sommer, o Museu Conde Castro Guimarães, a Casa das Histórias de Paula Rego e a Casa de Santa Maria são alguns dos pontos de paragem obrigatória neste roteiro cultural. Prometida está ainda a abertura do Museu de Arte Urbana, a próxima atracção da zona.

A nova realidade obrigou a novas regras e o uso de máscara passou a ser obrigatório nos espaços fechados, assim como a desinfecção das mãos logo à entrada. As lotações dos equipamentos foram reduzidas e a distância mínima de dois metros tem de ser cumprida. As visitas guiadas têm de ser marcadas com pelo menos 15 dias de antecedência tendo, no máximo, duas pessoas por visita.

Os horários mantêm-se com uma ligeira alteração: agora fecham para almoço. Os espaços culturais com bilheteira abrem então de terça a domingo entre as 10.00 e as 13.00 e depois entre as 14.00 e as 18.00. Para entrar nos edifícios pode optar por comprar o bilhete único (compensa realmente, vá por nós). Custa 13€ e dá acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante um dia.

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Os melhores sítios para visitar no Bairro dos Museus em Cascais

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O edifício é diferente de tudo aquilo que se conhece em Cascais, não só pela cor, mas pela estrutura, um trabalho do arquitecto Eduardo Souto de Moura. Lá dentro moram cerca de 620 obras de Paula Rego, entre desenho, gravura, pintura e até tapeçaria, além de algumas obras de Victor Willing, seu marido. E além de toda a beleza interior e arquitectónica, este é um daqueles casos em que a beleza exterior também conta: o jardim é uma das maravilhas desta casa, onde pode passear e esticar-se ao comprido na relva para uma tarde tranquila.

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O Centro Cultural de Cascais nasceu da reabilitação do antigo Convento de Nossa Senhora da Piedade, um edifício secular edificado por iniciativa do IV Conde de Monsanto, D. António de Castro, que ali pretendia instalar o primeiro Colégio Português de Filosofia, no século XVII. Só em 1977 passou para as mãos da Câmara de Cascais, que o apresentou como CCC em 2000. Além de exposições, distribuídas pelos três andares, é costume receber concertos, tendo ainda um pátio para eventos. Além das mostras temporárias, tem em exposição permanente obras do acervo da Fundação D. Luís, responsável pela programação. Quando reabrir, ainda pode tomar um cafézinho na cafetaria com direito a esplanada no pátio interior.

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Casa Sommer
Casa Sommer

Nesta casa-museu, funciona não só o Arquivo Histórico Municipal como a Livraria Municipal de Cascais, com todas as obras editadas ou apoiadas pela autarquia. A antiga residência do empresário milionário Henrique Sommer é a mais recente aquisição do Bairro dos Museus, inaugurada em Dezembro de 2016. No último andar está parte do arquivo, com espaço para consulta de obras; o andar intermédio recebe normalmente as exposições temporárias; e no piso térreo mora a tal livraria municipal da vila.

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Comparar a visita a este museu a um mergulho no mar é capaz de ser a coisa mais óbvia que se possa dizer. Nascido em 1992, pretende preservar as histórias da comunidade piscatória de Cascais ao mesmo tempo que aborda o estudo de vários temas ligados ao mar, uma prática iniciada pelo Rei D. Carlos, ainda so século XIX, com o estudo dos oceanos, ilustrado no museu. Em cada sala do museu é tratado um assunto diferente, desde os fósseis marinhos às embarcações e histórias de pesca da vila.

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O antigo edifício da Casa dos Guardas do Palácio Condes de Castro Guimarães é hoje a Casa Duarte Pinto Coelho. E acolhe as colecções do reconhecido decorador português, um cascaense que viveu em Madrid durante boa parte da sua vida. Curiosamente, este edifício é também sede da Cátedra Conde de Barcelona da Fundação Duques de Sória de Ciência e Cultura Hispânica em Portugal. acolhendo as coleções do reconhecido decorador português e a sede da Cátedra Conde de Barcelona da Fundação Duques de Sória de Ciência e Cultura Hispânica em Portugal. Quanto a exposições, são temporárias e mudam de tempos a tempos. É estar atento à agenda.

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Quem gosta de artes tem de passar obrigatoriamente pela Cidadela Art District, que reúne galerias, estúdios e um project room, com espaço para vários artistas exporem. A arte estende-se a todo o complexo, incluindo até os quartos e corredores do Hotel Pestana Cidadelas Cascais, um dos primeiros hotéis da Europa a ter um Art Disctrict. No largo há galerias, estúdios e lojas para que a arte o acompanhe ao longo de toda a visita.

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Vila de pescadores, a sorte de Cascais muda em 1870, quando o Rei D. Luís decide transformar o Palácio da Cidadela em residência de veraneio. Assim foi até ao final da monarquia, em 1910. E mesmo depois, servindo de residência a vários presidentes. Cinquenta anos depois de ter sido desactivado, o Museu da Presidência da República recuperou o espaço em 2011, que hoje tem quartos para receber convidados. É possível conhecer algumas salas muito bem recuperadas, como o salão nobre, a sala árabe e a varanda fechada, com vista sobre a baía.

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Faz parte da Cidadela de Cascais, cuja estrutura se confunde com a do palácio e tem nos dias de hoje um lado mais moderno. Porém, todo o conjunto fortificado da Cidade foi mandado construir por D. João II em 1488, tendo sido parcialmente destruída pelo terremoto de 1755. A visita faz-se tanto pelas zonas subterrâneas como pelos antigos postos de vigia.

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Vá até à Estrada do Guincho e entre neste forte construído entre 1642 e 1648, a meia distância entre o promontório da Guia e o Cabo Raso, para proteger a costa de desembarques. Está transformado em núcleo museológico, onde se conta a história de vários episódios aqui passados e de como estes mudaram a história da vila, além de ainda ser possível ver elementos como canhões e fardas de quem o protegia. Destaca-se ainda a sua planta poligonal de cinco lados desiguais que, apoiada sobre a falésia, é exemplo privilegiado de adaptação ao terreno.

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Qualquer visita a Cascais deve passar por este pequeno Museu de entrada gratuita, onde se explica a história da vila de uma ponta à outra. Dos povos que a ocuparam antes do nascimento de Portugal ao nascimento de Cascais, da explicação do brasão da vila à ligação às actividades do mar e da agricultura  uma viagem interessante e com alguns momentos interactivos. Mas há mais. O próprio edifício, revestido por um vasto e rico conjunto de azulejos, e o centro histórico que o envolve encerram muita da história da vila, que será em breve enriquecida pela musealização das Cetárias Romanas, tanques destinados à salga de peixe, numa rua próxima.

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O Faral de Santa Marta, ainda activo na ajuda à navegação, foi totalmente recuperado em 2007 pela dupla de arquitectos portugueses Francisco e Manuel Aires Mateus. No interior pode aprender mais sobre o edifício, com núcleos que mostram desde as lentes de farol às histórias de faroleiros. Para saber mais ainda, guarda 15 minutos para assistir ai filme que conta a história dos faróis de Portugal. Na zona de entrada há agora uma nova cafetaria, a Lusophonica com uma bela esplanada com vista mar. 

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Está construído sobre uma rocha natural, numa plataforma o mais fixa possível, e tem um marégrafo de 1882 ainda em funcionamento. Durante a semana as marés são registadas numa folha com um sistema analógico, graças a uma caneta (com cores diferentes) que aponta a amplitude consoante o movimento da maré, dando origem a um gráfico chamado maregrama. O Marégrafo de Cascais serviu também para definir o datum altimétrico do país, que mede as altitudes de Portugal. Dos quatro marégrafos analógicos que existiram Europa (França, Holanda e Escócia) é o único que continua em funcionamento e que pode ser visitado.

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Casa de Santa Maria
Casa de Santa Maria

A enseada de Santa Marta, junto à Marina de Cascais, é um dos sítios mais românticos e fotogénicos da vila. Ali existe, desde o início do século XX, a Casa de Santa Maria, projectada por Raul Lino. Foi residência privada durante quase 100 anos, até ter chegado às mãos da Câmara de Cascais, responsável por tê-la aberto ao público. Num passeio pela casa encontram-se vários painéis de azulejos - dos mais importantes do Barroco nacional, da autoria de António de Oliveira Bernardes -, duas incríveis varandas, com pufes onde se pode sentar e aproveitar a vista, a antiga capela, a cozinha e o salão, tudo sem o mobiliário de antigamente, mas com igual beleza. 

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Museu dos Condes de Castro Guimarães
Museu dos Condes de Castro Guimarães

É o museu mais antigo de Cascais, inaugurado em 1931. O edifício foi vendido em 1910 aos Condes de Castro Guimarães, que o habitaram até 1927, e é a sua vivência que se conhece na visita ao museu. Existe a sala da música, com um órgão de tubos, e a biblioteca do conde, onde está um valioso exemplar da Crónica d'El Rei D. Afonso Henriques (concluída em 1505), do historiador Duarte Galvão. Passe ainda pela sala de jantar, os quadros dos condes e a sala dos contadores. Fica dentro do Parque Marechal Carmona, por isso pode rematar a visita com um passeio pelo mais bonito espaço verde de Cascais. 

Mais três Museus ali à beira

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Portugal não participou na II Guerra Mundial, mas Cascais e o Estoril foram terra de exílio de reis e aristocratas e zona de cruzamento de espiões. Esses anos estão documentados em fotografias e documentos,em exposição no segundo andar da Estação de Correios do Estoril, onde está instalado o Espaço Memória dos Exílios, num edifício datado de 1942, da autoria do arquicteto modernista Adelino Nunes. Inaugurado em fevereiro de 1999, tem como objetivo principal a evocação da memória de um dos acontecimentos mais relevantes da história do concelho: ter representado um local de refúgio, espera e passagem de milhares de exilados e refugiados no contexto dos conflitos europeus.

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Visitável apenas por marcação, é um centro de documentação especializado em Medicina e História de Arte, a partir do arquivo e biblioteca dos professores Reynaldo dos Santos e Maria de Sousa. Contém ainda um magnífico espólio documental (bibliográfico, arquivístico e fotográfico), com os arquivos pessoais de Reynaldo dos Santos, de Irene Quilhó e de seus filhos João Carlos e Luís Alberto Quilhó Jacobetty.

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  • Música
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Viola micaelense, cavaquinho, bandolim português, harmónio, castanholas, adufes... podíamos ficar aqui a debitar um rol de instrumentos portugueses que, quase de certeza, o Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades Faria teria um exemplar. Reúne os espólios de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, além do acervo do maestro Álvaro Cassuto, numa casa projectada por Raul Lino. Tem um bonito jardim, de entrada gratuita.

Guia para apanhar ar

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  • Parques e jardins

Sempre que tiver tempo para arejar as ideias, opte pelo ar puro e pelos espaços que pintam a cidade de verde. Com todos os cuidados que deve ter e mantendo a distância social recomendada pelas autoridades de saúde, faça o favor de apanhar um arzinho por aqui. Seja para uma breve caminhada, corrida ou para uma visita prolongada aos relvados.

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  • Eventos alimentares

Sabe onde piquenicar em Lisboa? É a forma ideal de fugir da cidade sem chegar a sair dela. É pegar, meter na cesta e estender a toalha nesses hectares relvados jardins fora. Há verdadeiros tesourinhos que vai querer conhecer, sobretudo agora que está oficialmente aberta a época do bom tempo, os raios de sol já queimam e a vontade de sair de casa é mais que muita, ainda que cada saída deva ser feita com a devida prudência e com as devidas distâncias.

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  • Eventos desportivos

Equipamentos de fitness municipais (ainda que muito pouco aconselhados nestes tempos), paredões, espaços verdes amplos, enfim, uma variedade de locais onde pode compensar os excessos calóricos (essa segunda quarentena foi bem gozada, não foi?) nestes ginásios ao ar livre em Lisboa. E não, não é ginástica de reformado, mas de bem informado – depois de ler este artigo de uma ponta à outra, claro.

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