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Mistérios e curiosidades: os maiores segredos de Lisboa

Destapámos os segredos mais bem guardados de Lisboa (e outros que toda a gente sabe).

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A cidade é rica em questões intrigantes e curiosidades trancadas a sete chaves. Destapamos os segredos de Lisboa, dos mais bem guardados aos que, na verdade, todos sabem. Somos conhecidos pelos nossos tops – “os melhores disto”, “os mais daquilo” –, por isso não podíamos deixar de partilhar com os nossos leitores outro top. O mais esquivo de todos: o top secret. Ao longo dos anos fomos acumulando mistérios, confidências e respostas para as questões mais intrigantes. Podíamos ter ficado em silêncio, fundar uma espécie de maçonaria dos curiosos ou fechar os factos mais interessantes num cofre. Mas não fomos capazes. Damos com a boca no trombone – e o resultado é esta sinfonia de curiosidades. 

Recomendado: Acha que sabe tudo sobre Lisboa?

O prédio mais estreito de Lisboa está na rua da Atalaia

Tempos houve em que Lisboa tinha o edifício mais estreito da Europa. Ficava perto do jardim Constantino (Rua Aquiles Monteverde) e tinha 1,60 metros de largura. Foi demolido em 2008 depois de umas obras num edifício vizinho terem provocado danos irreversíveis. Desde então o título de prédio mais estreito da Europa foi para um edifício magricelas na Escócia. Ninguém anda à procura de um segundo, terceiro ou quarto classificados desta categoria, mas os curiosos sabem que o número 195 e 197 da Rua da Atalaia é um bom concorrente: tem duas portas, é verdade, mas pouco mais de dois metros de largura.

Há carros clássicos debaixo do chão na Avenida de Roma e em Campo de Ourique

Mas não estão enterrados. Estão estacionados nos parques exclusivos para carros antigos da Empark. Um fica ao pé da Igreja de Santo Condestável e o outro por baixo do Jardim Fernando Pessa. Para deixar lá a sua viatura tem de ter uma viatura clássica reconhecida pelo ACP e pagar 85€ por mês. Uma pechincha tendo em conta os preços actuais e a voracidade Emeliana.

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  • Museus
  • Belém

Há várias múmias em Lisboa: umas foram oferecidas a uma comitiva real de visita ao Cairo, outras estavam em colecções particulares (!) e foram doadas a museus. No Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa há uma múmia a quem foi diagnosticado em 2011 um cancro na próstata. Era “um” múmia, portanto. A maleita no senhor, falecido há mais de 2000 anos, foi descoberta depois de uns exames de tomografia que permitiram reconstituir a três dimensões o corpo mumificado. Nesta altura pouco há a fazer para salvar o senhor múmia.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A Fábrica Francisco Soares da Silva é o único local da cidade que puxa, literalmente, pelos galões. Desta fábrica artesanal de passamanarias (fitas ou galões feitos com fios de ouro, prata ou seda) já saíram as fitas das medalhas do Campeonato Europeu ou as faixas dos presidentes da República.

O banco junto ao viaduto Duarte Pacheco está e não está virado para nada

Está e não está. À primeira vista parece um sítio para nos sentarmos a contemplar a nossa existência, com o monóxido de carbono a servir de inspiração. Mas aquele misterioso banco serve para contemplar um dos 15 geomonumentos de Lisboa: vários níveis de calcário compactado, recheados de fósseis do Cretáceo Superior.

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  • Coisas para fazer
  • Chiado/Cais do Sodré
Houve um crocodilo em Chelas
Houve um crocodilo em Chelas

Lá vai o tempo em que este simpático bicharoco vagueava pelo vale de Chelas: 12 milhões de anos. Uma cabeça fossilizada desse réptil gigante está no Museu Geológico e é uma bonita maneira de nos lembrar como era Lisboa antes da gentrificação: havia crocodilos em Chelas e um T1 custava menos de 1000€/mês. O Museu Geológico é todo ele um segredo de Lisboa que precisa de ser descoberto: suba ao segundo andar do antigo Convento de Jesus, na Rua da Academia das Ciências, sem medo. Mesmo sabendo que lá dentro vai encontrar crocodilos.

O sinal de trânsito mais antigo de Lisboa está em Alfama

Mais especificamente na Rua do Salvador, Alfama, e com uma ordem clara: os coches e as liteiras que vêm da portaria do Salvador têm de recuar para a mesma parte. Tradução: carroças que descem têm de ceder passagem às que sobem. A placa é de 1686 e, apesar de o Código da Estrada ser mais recente do que as ordens de sua majestade o Rei, o melhor é respeitar esta placa se estiver a conduzir um coche.

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  • Edifícios e locais religiosos
  • Santa Maria Maior

Está na torre sul da Sé, virado para a Rua Cruzes da Sé e é uma óptima desculpa para chegar atrasado a qualquer lado – “desculpa, mas ali no relógio da Sé diz que ainda são cinco da tarde”. A Igreja de São Sebastião da Pedreira também tem um destes raros relógios na sua fachada, assim como o Hospital dos Capuchos (no pátio). Na Rua Prof. Sousa da Câmara, em Campolide, há um relógio solar mesmo por cima da placa com o nome da rua.

  • Museus
  • Ciência e tecnologia
  • Alcântara

Ok, calma. Não é um relógio com a contagem decrescente para um apocalipse nuclear, mas sim cinco relógios superprecisos que utilizam átomos para dar as horas de uma forma infalível. Estão no Observatório Astronómico de Lisboa e têm uma espécie de enviado especial no Cais do Sodré: o relógio que está na esquina da Praça Duque da Terceira com a Avenida da Ribeira das Naus dá a Hora Legal de Portugal.

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O edifício com mais placas de Lisboa fica no Bairro Alto

Está no número 6 da Rua João Pereira da Rosa o prédio mais medalhado de Lisboa: sete placas evocativas que adornam a fachada cor-de-rosa do sítio onde viveram escritores, poetas e jornalistas. Aliás, são os ex-inquilinos que lhe dão fama e justificam a sinalização: o escritor Ramalho Ortigão, o pintor modernista Bernardo Marques, o poeta José Gomes Ferreira, o historiador Joaquim Pedro Oliveira Martins e até António Ferro assentaram arraiais por ali.

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  • Baixa Pombalina

E pode ir lá buscar uma bandeira dessas para si – ou, melhor ainda, mandar fazer uma bandeira para uma nação que está a pensar fundar. A Primeira Casa das Bandeiras está na Rua dos Correeiros desde 1885, tempo suficiente para ver várias bandeiras do mundo mudarem. O negócio, esse, permanece na mesma. E imune à passagem dos tempos.

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  • Coisas para fazer
  • Cais do Sodré

Está a ver o Mercado da Ribeira? Está a ver aquela cúpula com um zimbório no topo? Se entrar pela porta principal que dá para a Avenida 24 de Julho vê uma porta à sua esquerda. Se subir as escadas vai dar a uma sala redonda, que por sua vez tem outra escada até à cúpula, onde é possível, finalmente, subir ao minivarandim do mercado. A vista é óptima mas só está ao alcance de algumas pessoas ligadas ao mercado que tem Time Out no nome. Por acaso temos a sorte de trabalhar numa revista que também tem Time Out no nome.

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Há uma igreja que no tecto tem o céu e não o Céu

No tecto da Igreja de Santa Isabel não há motivos celestiais, anjinhos, Nossas Senhoras, nuvens por detrás das quais se adivinha a presença do Divino. Há um "céu aberto", nas palavras do próprio Michael Biberstein, pintor suíço-americano que criou o projeto.

A Casa Veva de Lima

Genoveva Lima Mayer foi a mais excêntrica socialite portuguesa dos anos 20 e 30. No palacete onde viveu, no 240 da Rua Silva Carvalho (às Amoreiras), organizou algumas das festas mais originais que esta cidade já conheceu. Salões literários e tertúlias levaram a elite lisboeta ao palacete que se mantém hoje tal e qual era naquele tempo. Para o conhecer por dentro é preciso estar atento a uma das raras visitas guiadas.

A igreja que sobreviveu ao terramoto de 1755

Chama-se Igreja do Menino de Deus e abre apenas para a missa às quartas-feiras, pelas dez da manhã. Fica na Calçada do Menino de Deus, Castelo, foi erguida em 1711 e passou praticamente incólume ao terramoto que arrasou grande parte da cidade. Se não conseguir ir à missa tente bater à porta do centro social que há ao lado e peça para espreitar a igreja.

+ Igrejas em Lisboa que tem mesmo de visitar

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  • Museus
  • História
  • Bairro Alto

A Maçonaria, o clube dos escuteiros mirins dos adultos, é tida como uma organização secreta. E quantas organizações secretas têm um museu? Muito poucas, calculamos. No Grémio Lusitano, no Bairro Alto, é possível ver objectos relacionados com a história deste clube selecto e saber mais sobre a simbologia que o rodeia. O museu só pode ser visitado aos dias úteis, das 09.00 às 14.00 – de tarde a Maçonaria está a maçonarar. A entrada custa 2€.

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  • Santa Maria Maior

É a visita guiada mais procurada da cidade: a misteriosa Abadia do Palácio Foz. Falamos do restaurante que em tempos existiu na cave do palácio, um conjunto de salas de decoração espampanante e claras influências maçónicas. Foi inaugurado em 1917 e anunciava-se como a cave “mais artística de Portugal” ou “a casa mais bem frequentada e que melhor serve”. Volta e meia algumas operadoras turísticas da cidade organizam visitas guiadas, fique atento.

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  • Atracções
  • Campo de Ourique

É o maior jazigo privado da Europa, um edifício fascinante construído em 1849 por ordem do 1º Duque de Palmela, Pedro de Sousa Holstein. Pode ser visto por fora em qualquer visita ao cemitério (fica do lado direito, cerca de 200 metros depois da entrada) mas o seu interior só é visitável através de visitas guiadas.

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  • Caminhadas e passeios

Cuidado onde põe os pés! É que pode estar a pisar uma flor, um barquinho, um relógio, uma estrela ou um trevo de quatro folhas. Chamam-se assinaturas a pequenos desenhos que não fazem parte do padrão oficial da calçada. São desenhos executados geralmente com grande rigor e numa escala mínima, e só existem por uma razão: o calceteiro decidiu fazê-los. São ilegais e anónimos, só os colegas de profissão sabem identificar quem os fez, seja pela técnica ou pelos temas. Como uma espécie de graffiti na pedra.

Um sorriso para toda agente que sai de Lisboa

O smiley desenhado pelo artista de rua Adres está no topo de um silo no Bairro da Figueira, Bobadela, e despede-se com um sorriso das pessoas que estão a sair de Lisboa de avião (é espreitar pela janela do lado direito, quando o avião descola para Norte) ou recebe com boa disposição as que estão a chegar (janela do lado esquerdo, se aterrar para Sul).

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Um sítio onde se joga direito por linhas tortas

Este campo de futebol de cinco tem uma interpretação heterodoxa das marcações do terreno de jogo. Apreciamos a originalidade. Será um projecto de street art que serve de protesto ao estado actual do futebol português? Um metacomentário sobre o VAR? Não, é um campo abandonado perto do Clube de Campismo de Lisboa, ao lado da Avenida Gago Coutinho.

Uma pauta na linha de comboio

É um projecto antigo do artista Bordalo II que pode ser apreciado ao vivo por quem for até ao fim da linha de comboio da estação Roma-Areeiro. Mas a maneira mais prática de ficar a conhecer estas notas de música é recorrer ao Google Maps, sobrevoar a ponte pedonal do Parque da Bela Vista e procurar uma clave de Sol. Importante: desligar a opção “3D” nas definições do programa.

Lisboa top secret

  • Atracções

Responda rápido, por favor: qual é a pata direita do cavalo de D. José? Se precisa de ir ao Terreiro do Paço confirmar é porque preciso mesmo da nossa ajuda. Aqui na Time Out gostamos de sugerir pratos e restaurantes, mas não somos os melhores do mundo a alimentar as dúvidas. Se anda com uma pulga atrás da orelha com alguma questão sobre a cidade, talvez a consiga catar por aqui. Ora vejamos curiosidades sobre Lisboa.

  • Coisas para fazer
As ruas com nomes mais estranhos em Lisboa
As ruas com nomes mais estranhos em Lisboa

Todas as cidades têm uma Rua Direita, uma Almirante Reis ou uma 5 de Outubro. Mas uma Triste-Feia, por exemplo, só nós. Já para não falar no Jardim das Pichas Murchas que tantas fotografias arranca de quem por ali passa. Mas afinal quem é que se lembrou de nomes assim? O que significam eles? Confesse que já pensou nisso várias vezes. Não dê mais voltas à cabeça, estamos cá para o ajudar. Gostava de descobrir a história por detrás das ruas com os nomes mais estranhos em Lisboa? Então tome nota. 

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  • Atracções
  • Espaços públicos

Logo após o rebaptismo do Jardim do Campo Grande, que agora se chama Jardim Mário Soares, nas redes sociais multiplicaram-se as opiniões em desacordo com o novo topónimo lisboeta. Se alguém o chamará pelo nome daqui para a frente, só o futuro o dirá. Mas há outros espaços da cidade cujo nome oficial nunca vingou realmente. Damos-lhe quatro exemplos de praças e jardins em Lisboa que raramente são chamados pelos seus nomes oficiais. 

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