Entre conteúdos originais e reaproveitados (ou mesmo ressuscitados), a Netflix está sempre a testar a nossa resistência ao chamamento do binge watching. Títulos como Gambito de Dama, Ozark, Stranger Things ou The Crown são um espelho do melhor que a plataforma consegue produzir. Outros, como Breaking Bad e Arrested Development, são óptimos exemplos de como levar audiência ao seu moinho (o streaming) por meios comprovados. A apontar-lhe alguma coisa, será a oscilação de conteúdos: estamos sempre na vertigem de ver a nossa série favorita desaparecer do catálogo. Por isso, não perca tempo: prepare-se para uma maratona e siga estas sugestões das melhores séries para ver na Netflix.
★★★☆☆
De entre a ficção cinematográfica e televisiva em que detectives amadores investigam, à revelia da polícia, crimes no prédio, no bairro ou na terra em que vivem, avulta O Misterioso Assassínio em Manhattan, de Woody Allen (1993). É este filme que vem logo à cabeça perante a série Homicídios ao Domicílio (Disney +).
Três moradores de um prédio de luxo novaiorquino, viciados em podcasts de true crime, investigam a morte de um vizinho, que a polícia classificou como suicídio – e fazem um podcast sobre o caso. Eles são Charles (Steve Martin), um actor que entrou numa série policial de sucesso nos anos 90 e nunca mais fez nada que se visse; Oliver (Martin Short), um encenador da Broadway sem cheta para pagar as despesas do condomínio; e Mabel (Selena Gomez), uma artista que vive no apartamento da tia e conhecia o morto desde pequena.
Martin e Short nunca tinham feito uma série juntos, e é um gosto vê-los rivalizar em partes gagas de média voltagem e em inépcia detectivesca nesta intriga cómica light mas bastante potável, embora Gomez destoe do conjunto. É uma actriz fracota e tem uma voz estranha, de mulher muito mais velha, e parece estar aqui só para atrair os espectadores millennials para esta série de formato e feitio old school. Que falta faz Diane Keaton...