São as melhores séries disponíveis na Netflix em Portugal. Tudo o que tem de fazer é sentar-se e escolher.
★★☆☆☆
Aqui e ali, intercalados em Causa Própria (RTP1, Qua 21.00/RTP Play), surgem casos a que Rui Cardoso Martins, um dos autores do argumento, assistiu como jornalista e publicou no livro Levante-se o Réu. Não adiantam nada para o enredo, ficam ali a boiar, é como se pertencessem a uma série que ficou na gaveta e os autores tivessem salvo alguns para dar ambiente a esta. E já que se fala em ambiente, é suposto Causa Própria decorrer numa cidadezinha da província, onde aparece assassinado, num jardim público, um adolescente. Mas uma cidadezinha portuguesa não tem um tribunal nem instalações policiais como as mostradas aqui (e veja-se a sequência em que Nuno Lopes e Margarida Vila-Nova estão no terraço do prédio da polícia, e a paisagem urbana que de lá se divisa).
Causa Própria foi feita pela equipa de Sul, que lhe é superior na inventiva da história, na verosimilhança das atmosferas e no nexo e coesão do enredo, no desenho e interacção das personagens, e no poder de nos grudar às peripécias. A produção é profissional e o elenco respeitabilíssimo, mas a sensação é de forte, constante déjà vu. Já vimos isto noutros sítios, noutras séries estrangeiras (e filmes) da mesma família. Quem fez o óptimo Sul, consegue fazer melhor que Causa Própria.