Entre conteúdos originais e reaproveitados (ou mesmo ressuscitados), a Netflix está sempre a testar a nossa resistência ao chamamento do binge watching. Títulos como Gambito de Dama, Ozark, Stranger Things ou The Crown são um espelho do melhor que a plataforma consegue produzir. Outros, como Breaking Bad e Arrested Development, são óptimos exemplos de como levar audiência ao seu moinho (o streaming) por meios comprovados. A apontar-lhe alguma coisa, será a oscilação de conteúdos: estamos sempre na vertigem de ver a nossa série favorita desaparecer do catálogo. Por isso, não perca tempo: prepare-se para uma maratona e siga estas sugestões das melhores séries para ver na Netflix.
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Se eu fosse fabricante dos ovos kinder ou industrial espanhol de carnes frias, estava a esfregar as mãos de contentamento com as referências constantes que Georgina Rodríguez, a modelo e actual namorada de Cristiano Ronaldo, lhes faz ao longo de Eu, Georgina (Netflix). Ela não pára de dar os primeiros aos filhos, e de referir e comer as segundas (“los ibéricos”). Há uma altura em que vai num jacto particular a caminho de Paris, para comprar um vestido à loja de Jean-Paul Gaultier, dizem-lhe que ele não estará lá porque faz anos e Georgina responde que, se soubesse, lhe teria levado uma prenda, “um presunto, por exemplo”.
Este entediante, vácuo e muito encenado reality show, além de cultivar intensivamente o luxury porn, permite-nos saber que Georgina não quer nem flores de plástico nem livros em casa porque “ganham pó” (será mesmo ela que o limpa? E porque é que nunca se vê nenhuma criadagem?), que apesar de lhe ter saído a sorte grande na pessoa de Ronaldo ainda joga na lotaria e é poupadinha, e que tem uma decoradora portuguesa exímia no “portunhol”. Georgina parece ser boa rapariga, companheira, mãe e amiga, mas o interesse e a relevância de Eu, Georgina, estão na razão inversa da quantidade de malas de senhora que ela tem no armário do quarto.
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