Entre conteúdos originais e reaproveitados (ou mesmo ressuscitados), a Netflix está sempre a testar a nossa resistência ao chamamento do binge watching. Títulos como Gambito de Dama, Ozark, Stranger Things ou The Crown são um espelho do melhor que a plataforma consegue produzir. Outros, como Breaking Bad e Arrested Development, são óptimos exemplos de como levar audiência ao seu moinho (o streaming) por meios comprovados. A apontar-lhe alguma coisa, será a oscilação de conteúdos: estamos sempre na vertigem de ver a nossa série favorita desaparecer do catálogo. Por isso, não perca tempo: prepare-se para uma maratona e siga estas sugestões das melhores séries para ver na Netflix.
★★★☆☆
Nos EUA, chamou-se “The Gilded Age” às três últimas décadas do século XIX, após o fim da Guerra Civil, que foram de um rápido crescimento económico, a par com uma crescente industrialização e modernização, a expansão galopante dos caminhos de ferro, uma melhoria dos rendimentos médios e das condições de vida de parte da população, em especial a urbana, e o aparecimento de várias grandes fortunas. A série The Gilded Age (HBO Max) é passada nesta época, em Nova Iorque, e nela, Julian Fellowes faz o que já fez em filmes como Gosford Park, de Robert Altman, de que foi o argumentista ou, na televisão, em Downton Abbey e Belgravia. Conta uma história bem incrustada no tempo a que pertence, com verismo e bastante pormenor, e que combina as vidas dos membros de uma família abastada e as dos criados que os servem.
Em The Gilded Age, o enredo está melhorado por via de um confronto entre uma família com pergaminhos e do chamado “dinheiro velho”, os Van Rhijn-Brook, e outra de novos-ricos, que fez fortuna com os caminhos de ferro, os Russell, e que quer ser aceite na boa sociedade, nem que seja a golpes de notas de 100 dólares. Fellowes sabe o que faz, se bem que tendam a ser variações sobre um mesmo tema, como um compositor limitado mas habilidoso quanto baste.