Pedro Queiroga
Pedro Queiroga

Três hotéis para aproveitar a época baixa em alta

Do Porto ao Algarve, descobrimos três hotéis – incluindo uma novidade fresquinha – a preço de saldo durante o Inverno.

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Agora que já se refez da dureza das festas e das despesas descontroladas dos últimos meses, está na hora de agarrar nuns trocos e ir de passeio para aproveitar as vantagens da época baixa. No Porto encontra um clássico da hotelaria que recria a boémia da Belle Époque, e a sul um dos resorts mais exclusivos do Algarve com estadias a metade do preço. Pelo caminho, uma paragem em Alcácer do Sal dá a conhecer um hotel rural novinho.

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Abriu em Novembro, a dois quilómetros de Alcácer do Sal, e falhou por pouco o último Verão da década de 10. Isto para a maioria dos alojamentos turísticos teria sido uma desgraça, mas como a vertente hoteleira é só mais uma das mil e uma actividades da Herdade da Barrosinha, não houve pressa. Começou como Companhia Agrícola, em 1947, dedicada à produção de vinho, gado, arroz e cortiça, e foi crescendo até se transformar numa aldeia com vida própria que ainda preserva, de outros tempos, a escola primária, as casas dos funcionários (alguns ainda lá estão), duas capelas, uma serração e duas antigas fábricas de arroz. São mais de dois mil hectares de terreno que no final do ano passado viram nascer um hotel para completar a oferta., com 37 quartos, um ginásio, uma sala de reuniões, um bar e uma piscina exterior para crianças e adultos. Mas isto é só uma parte. Logo ao lado, há seis casas independentes com pátio privado e acesso aos serviços do hotel. Podíamos ficar por aqui, deixando a sugestão de aproveitar a paisagem rural para desligar do frenesim da cidade, mas este é um hotel desenhado para hóspedes que gostam de fazer coisas quando estão fora de casa. Há visitas guiadas às instalações agrícolas e industriais da quinta e a paragem na adega é obrigatória para provar os vinhos da casa acompanhados de uns queijos e enchidos regionais – marque-a para o final do dia, depois de ter passado pela vinha (são 100 hectares para explorar) e pelas plantações de arroz. De manhã, aceite o convite para se juntar aos trabalhos no campo: dê uma mãozinha nas colheitas de aromáticas e cogumelos selvagens e siga pela floresta para apanhar pinhas e acompanhar a tiragem de cortiça dos sobreiros. Se não estiver virado para a agricultura, alinhe num passeio a cavalo ou de bicicleta pelos trilhos demarcados da herdade ou até de barco pelo estuário do Sado.

E porque o melhor deve ficar para o fim, na Taberna da quinta servem-se petiscos e vinhos da casa entre as 12.00 e as 20.00. É lá que vai encontrar as gentes que continuam a manter bem viva a alma alentejana da Barrosinha. Pode ser que tenha a sorte de encontrar a canja de pombo bravo na ementa do dia. Antes de se despedir, passe pela loja de vinhos e trate de acrescentar uns títulos à garrafeira lá de casa a preço de amigo.

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Grande Hotel Paris
Grande Hotel Paris

O ano que passou foi forte na estética minimalista. Os hotéis que abriram abraçaram a causa do menos é mais e viraram-se para o essencial, fazendo desaparecer tudo o que é bugiganga decorativa, excesso de cor e exagero no geral. No entanto, e porque é preciso ir contra a corrente para manter o equilíbrio no sector, houve quem optasse por passar ao lado da tendência e manter-se tal e qual o dia em que abriu portas: recheado e clássico quanto baste. O Grande Hotel de Paris, que na verdade fica no Porto, não só tem sido um exemplo de resistência contra a ditadura dos alojamentos locais branquinhos, como tem orgulho em ser o fiel depositário da memória da cidade antiga. Mantém as colchas acetinadas aos pés da cama, as cortinas floridas, os candeeiros de ferro e os móveis centenários sem medo de parecer fora de tempo. E ainda bem. O edifício, ao lado da Estação de São Bento e a dez minutos da Ribeira, data de 1877 e foi buscar inspiração à Belle Époque. As partes centrais do hotel são o salão de chá, a saleta de leitura e a sala do piano, preparada para serões de copo na mão. Depois, há um jardim interior com esplanada que em dias de sol é o sítio ideal para fazer a primeira refeição do dia.

Se está com dúvidas em relação à modernidade do hotel, descanse: o serviço foi adaptado aos tempos que correm. Caso disso é o pequeno- -almoço servido até ao meio-dia e um serviço de snacks disponível 24 horas, com petiscos, conservas de peixe, tostas e bebidas. Para refeições mais completas, basta sair em direcção à Mouzinho da Silveira, a dois minutos a pé, e escolher o que lhe apetece no momento, entre as cozinhas de autor de Sá Pessoa ou Avillez, restaurantes vegetarianos, tascas tradicionais e pizzarias. Se anda à procura de um bom motivo para ir ao Porto, tem aqui um belíssimo ponto de partida para conhecer a zona histórica sem ter de se preocupar com transportes ou longas distâncias a pé. A viagem no tempo até à Belle Époque é oferta da casa.

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  • Hotéis
  • Hotéis de luxo

É certo e sabido que o Algarve beneficia de um microclima quase tropical quando comparado com o resto do território continental. Não está sempre sol nem é sempre Verão, mas cheira sempre a férias. Longe que estamos de poder pensar naqueles 15 dias de papo para o ar, vale a pena rumar a sul para aproveitar em pleno um dos resorts mais exclusivos e luxuosos da região sem as enchentes e os preços proibitivos do costume.

O Pine Cliffs é uma pequena cidade dentro da cidade de Albufeira. Embora seja muito mais simpático de visitar durante o tempo quente – sobretudo pelo acesso directo à praia da Falésia –, esta é uma das poucas alturas do ano em que não tem de se digladiar por uma mesa na sala de pequeno-almoço e provavelmente a única em que não vai ter de mexer nas poupanças para pagar a estadia. Além disso, porque Janeiro é um mês calminho, tem toda a liberdade para cumprir o completíssimo roteiro gastronómico do hotel sem ter de gerir a decepção do “hoje já estamos cheios”.

No Zest, encontra comida leve e saudável para limpar os excessos das festas, ao passo que n’O Pescador são o peixe o marisco que tomam conta da ementa. No Jardim Colonial há um buffet internacional e no Piri Piri Steakhouse elogia-se a carne de qualidade. Se o tempo estiver mesmo bom, que é muito provável, não pense muito e vá directamente ao Corda Café, um restaurante descontraído, perfeito para o almoço, com esplanada em cima da piscina e menu infantil.

A dois, os planos para o fim-de-semana podem ficar por isto mesmo, com alguns cocktails a ver o mar e uma visita ao spa luxuoso. Se houver criançada à mistura, decore estas palavras: Porto Pirata. Trata-se de um parque infantil com 7000 metros quadrados e dois navios de piratas em tamanho real. Está preparado para crianças entre os seis meses e os oito anos e inclui campos de jogos, um castelo insuflável, pistas de scooters e bicicletas e minigolfe. Pode deixar os miúdos ao cuidado dos monitores do clube e ir à sua vida de adulto.

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Quem é que disse que no Outono não acontece nada de jeito? Só nos últimos três meses abriram três novos alojamentos em Cascais: uma guesthouse em homenagem ao mar, um mini-resort para famílias que gostam do mar e um hotel de charme que a única coisa que tem em comum com o mar é a linha do horizonte.

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Houve uma altura, não há muito tempo, em que ir à Ericeira era mais ou menos como tentar furar uma fila de discoteca sem ter o nome na guestlist. Era preciso conhecer alguém que tratasse a vila por tu para saber que afinal não era obrigatório ir de prancha debaixo do braço para estar à vontade. 

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