Abriu em Novembro, a dois quilómetros de Alcácer do Sal, e falhou por pouco o último Verão da década de 10. Isto para a maioria dos alojamentos turísticos teria sido uma desgraça, mas como a vertente hoteleira é só mais uma das mil e uma actividades da Herdade da Barrosinha, não houve pressa. Começou como Companhia Agrícola, em 1947, dedicada à produção de vinho, gado, arroz e cortiça, e foi crescendo até se transformar numa aldeia com vida própria que ainda preserva, de outros tempos, a escola primária, as casas dos funcionários (alguns ainda lá estão), duas capelas, uma serração e duas antigas fábricas de arroz. São mais de dois mil hectares de terreno que no final do ano passado viram nascer um hotel para completar a oferta., com 37 quartos, um ginásio, uma sala de reuniões, um bar e uma piscina exterior para crianças e adultos. Mas isto é só uma parte. Logo ao lado, há seis casas independentes com pátio privado e acesso aos serviços do hotel. Podíamos ficar por aqui, deixando a sugestão de aproveitar a paisagem rural para desligar do frenesim da cidade, mas este é um hotel desenhado para hóspedes que gostam de fazer coisas quando estão fora de casa. Há visitas guiadas às instalações agrícolas e industriais da quinta e a paragem na adega é obrigatória para provar os vinhos da casa acompanhados de uns queijos e enchidos regionais – marque-a para o final do dia, depois de ter passado pela vinha (são 100 hectares para explorar) e pelas plantações de arroz. De manhã, aceite o convite para se juntar aos trabalhos no campo: dê uma mãozinha nas colheitas de aromáticas e cogumelos selvagens e siga pela floresta para apanhar pinhas e acompanhar a tiragem de cortiça dos sobreiros. Se não estiver virado para a agricultura, alinhe num passeio a cavalo ou de bicicleta pelos trilhos demarcados da herdade ou até de barco pelo estuário do Sado.
E porque o melhor deve ficar para o fim, na Taberna da quinta servem-se petiscos e vinhos da casa entre as 12.00 e as 20.00. É lá que vai encontrar as gentes que continuam a manter bem viva a alma alentejana da Barrosinha. Pode ser que tenha a sorte de encontrar a canja de pombo bravo na ementa do dia. Antes de se despedir, passe pela loja de vinhos e trate de acrescentar uns títulos à garrafeira lá de casa a preço de amigo.