Fica nas traseiras de um edifício de Chelas, junto a um stand de automóveis. O panorama, à partida, em nada faz antever um momento solene de fado. Mas não se deve julgar um livro pela capa. No Clube Lisboa Amigos do Fado, que é escola e casa de fados (querendo, é reservar mesa para o domingo, entre as 16.00 e as 20.00), já se formaram centenas de fadistas, que começam desde a adolescência (ou mesmo antes) a treinar o timbre para a canção. Aqui também já cantaram Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Mariza ou Sara Correia, essa mesma, filha de Chelas. Para acompanhar, há petiscos como caldo verde ou chouriço assado.
Vão mais de dez anos desde que o fado foi declarado Património Cultural Imaterial da Humanidade. O título chegou em 2011, já o género tinha enchido, décadas antes, salas e pavilhões por todo o mundo, com Amália como astro maior e Marceneiro ou Severa segurando os alicerces do canto vadio. Entretanto, o fado ganhou novas vidas e misturas, mas nunca perdeu a faculdade de se fazer ouvir em tascas, restaurantes e casas que são também escolas mais ou menos informais de música. Ao mesmo tempo, as casas de fado tornaram-se paradeiro obrigatório de turistas, mas ainda há algumas que escapam ao roteiro mais mainstream. Nesta lista, partilhamos lugares onde é obrigatório fazer silêncio e espantar males, enquanto se canta e toca o fado.
Recomendado: Roteiro: à descoberta de Amália Rodrigues por Lisboa