Chamuças do Caxemira
Arlindo Camacho
Arlindo Camacho

As melhores chamuças em Lisboa

Não é uma escolha pacífica, mas arriscámos listar as chamuças em Lisboa que nos tiram do sério.

Publicidade

De todos os pastéis que o mundo inventou, nenhum viajou tão bem como a chamuça. Esta especialidade indiana chegou a Portugal através da culinária indo-portuguesa de Goa, Damão e Diu, outrora parte do Estado Português da Índia. Em Lisboa, a variedade é grande: não se atreva a aproximar-se dos triângulos amolecidos e oleosos de snack bar (que, bem sabemos, podem safar em alturas de grande larica). Procure pelas boas versões de carne picada (sobretudo de bovino e suíno), vegetarianas, frango e aloo. Estas últimas são as chamuças mais tradicionais na Índia, com recheio de batata, ervilhas, cominhos, coentros e assafétida, uma planta muito utilizada não só na culinária indiana, como na afegã, paquistanesa e iraniana. Se encontrar, mande a morada.

Recomendado: Como comer picante como um indiano

As melhores chamuças em Lisboa

  • Lisboa

Este nepalês autêntico arrancou cinco estrelas ao crítico da Time Out Alfredo Lacerda. Os momos são os melhores que já provou na cidade, e entre as sekuwa ou espetadas, aconselha as de frango. Sobre as chamuças, também há muito a dizer, mas não se esqueça que falamos de exemplares nepaleses. Alfredo Lacerda, que provou as de frango, descreveu assim: "O recheio clássico, mais seco do que o das indianas, mas saborosíssimo, a massa estaladiça como vidro, sempre impecavelmente escorrida e, sobretudo, frita num óleo limpo".

  • Nepalês
  • Martim Moniz
  • preço 2 de 4

Escondido no Centro Comercial Martim Moniz, fica este nepalês de decoração suspeita, mas com cozinha certa. Dependendo do dia, é ponto de encontro de nepaleses – e isso por si só é já garantia de qualidade. As chamuças, de frango ou vegetais, são caseiras, com a curiosidade de a massa ter cominhos em grão, inteiros.

Publicidade
  • Indiano
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Quando não está a inventar pratos com malagueta, um dos cozinheiros asiáticos mais cool de Lisboa, Jesus Lee (que jura a pés juntos que Jesus é Goês) está a pensar no que meter dentro de cinco centímetros de massa quebrada juntamente com malagueta. O que está na carta são as chamuças de camarão, com o bicho rijo envolto numa pasta de alho, malagueta, gengibre e coentros frescos, e as mais clássicas de carne.

  • Indiano
  • Castelo de São Jorge

A cozinha goesa é um caso à parte, dentro da cozinha indiana, por causa da influência portuguesa: Lisboa é uma cidade privilegiada, por ter acolhido comunidades de ascendência goesa, quer da Índia, quer vindas de Moçambique. Mas dentro da cozinha indo-portuguesa servida em Lisboa, há outro caso à parte: o Tentações de Goa. O restaurante de Maria dos Anjos é um dos étnicos mais consistentes de Lisboa. A massa das chamuças – de carne ou camarão –  é altamente recomendável, do tipo duro e estaladiço.

Publicidade
  • Indiano
  • Santa Maria Maior

Tem das melhores e mais bem recheadas chamuças de Lisboa e, para quem só gosta das de carne (neste caso de frango), as do Caxemira continuam a ser difíceis de bater. É verdade que tem de enfrentar um serviço sisudo e filas de gente, mas conta o seguinte: o interior é húmido e picante, a carne tem a gordura e a cebola certas, com um leve toque cítrico, e a capa estilhaça-se na boca como vidro. 

  • Lisboa

Costa do Malabar, na Alameda, serve comida da costa sudoeste do país, sobretudo da região de Kerala, mas também das de Tamil Nadu, Andhra Pradesh, Karnataka e Telangana. Diz-se que a culinária do Malabar é rica em propriedades medicinais, documentadas até em livro: o Hortus Malabaricus, publicado no século XVII, é uma espécie de glossário medicinal e, apesar da autoria holandesa, contou com o contributo de portugueses, como Garcia de Orta. Há chamuças de vegetais ou de carne com cebola.

Publicidade
  • Pan-africano
  • Castelo de São Jorge

Alfredo Lacerda voltou no último Verão a este cantinho moçambicano e nem tudo correu como em tempos, mas se há coisa que continua sem desiludir são as chamuças. Escreveu então: "A chamuça continua belíssima, a massa estaladiça, o recheio cheio de cebola. Não pica, mas vem com molho caseiro de malagueta, à parte. Vale a pena lá ir só para beber uma cerveja Cuca e uma chamuça". Fica a dica.

  • Grande Lisboa

Este restaurante moçambicano fica numa praceta tranquila da Parede, em Cascais. A sala é discreta, o menu sem invenções, com o sarapatel a destacar-se. As chamuças são afamadas, de tal forma que são vendidas para fora (podem ser fritas em casa ou pedidas já prontinhas no restaurante). As de camarão são uma perdição: têm o recheio cremoso, com pedacinhos carnudos do bicho e perfume de coentros.

Picante e bom

Há um mundo de picantes artesanais por descobrir e que vale a pena conhecer. Fomos atrás das suas histórias, como tudo começou, quem os faz e como são feitos. Agora dizemos-lhe onde comprar os picantes da Deusa Picante, do Senhor Rito e da Mondega Gourmet.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade