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Porto: a grande fábrica de chocolate

Saiba quais as marcas de chocolate do Porto que precisa mesmo de experimentar.

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Doces ou amargos, simples ou com recheio de licor e frutos secos. Nas chocolatarias do Porto, há opções para todos os gostos, a provar que não há cidade mais doce do que esta. A pensar nos gulosos incuráveis e em todos aqueles que não resistem à iguaria – disponível em diferentes formas e feitios, de tabletes a bombons e bolos – preparámos-lhe esta lista com as marcas de chocolate portuenses que precisa mesmo de provar. Aceite o desafio e surpreenda-se com marcas emblemáticas e com os novos mestres chocolateiros da cidade.

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Oito marcas de chocolates do Porto

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É a mais recente aventura chocolateira da cidade e junta duas irmãs em torno deste ingrediente vindo de longe. O certo é que, tal como o chocolate, também Katrin e Marcella Cavalcanti tiveram de palmilhar muitos quilómetros até se fixarem no Porto. Vindas do Brasil e chegadas ao norte do país, não se limitaram a abrir uma loja dedicada a esta especialidade – a Glad é um autêntico laboratório, onde qualquer cliente e visitante pode ver como é que os grãos de chocolate são trabalhados e transformados nas coloridas tabletes veganas. O produto é escolhido a dedo. Chega do Equador, de Madagáscar, da Nicarágua e da República Dominicana e o paladar denuncia as diferentes origens. “A maioria das chocolaterias trabalha a pasta do cacau. Aqui, trabalhamos mesmo com o grão”, explica Marcella, responsável por orientar a pequena equipa na cozinha. Com uma intensidade de 70%, o produto final inclui outros sabores. Há amêndoas do Alentejo torradas, flor de sal do Algarve, café e framboesas, ingredientes combinados com o chocolate. E nem só de tabletes é feita esta marca. Há nibs de chocolate e infusões produzidas a partir do cacau.

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Parecem jóias. Perfeitamente alinhados atrás de uma vitrine imaculada, um exército de delicados bombons e quadrados de chocolate dão as boas-vindas a quem entra na Dubon, uma chocolataria artesanal e cocktail bar em Cedofeita. Há-os com recheios de whiskey, hortelã-pimenta, ganache de café, cassis (também conhecida como groselha preta), framboesa e caramelo salgado, entre muitos outros que, todos os dias, resultam da inspiração e criatividade de Keren Barnea, a chef pasteleira e mentora do projecto, que assina todas as receitas. Escolhe a dedo os ingredientes com os quais trabalha e o seu chocolate vem todo de França, de diferentes plantações, assim como muitas das frutas desidratadas. Os frutos secos, por sua vez, chegam-lhe de diversos países: as avelãs são de Piemonte, no norte de Itália; os pistáchios tanto podem vir da Sicília como ter origem iraniana; e as amêndoas são espanholas. “Quanto às especiarias e algumas infusões, é a minha mãe que as traz de Israel quando me vem visitar”, revela a israelita que, em 2020, trocou Telavive pela Invicta.

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Bombons, tabletes, trufas, cacos (pedaços de chocolate vendidos a peso), confitados e drageias estão entre os best-sellers da Chocolataria Equador, uma marca que nasceu em 2009 e rapidamente conquistou clientes de todas as nacionalidades. Celestino Tedim Fonseca e Teresa Almeida, ambos com formação artística, são os responsáveis pelo projecto, que trabalha o chocolate desde a plantação até às lojas, onde o produto é exposto e comunicado numa atmosfera que o enaltece. Além do espaço na Rua de Sá da Bandeira (o primeiro), a Equador tem um mais virado para os turistas na Rua das Flores e outro na Rua de Sousa Viterbo, onde se fazem harmonizações com vinho do Porto. Chocolate negro com whisky, chocolate de leite com arroz trufado e chocolate branco com limão caviar são algumas das combinações disponíveis nos diferentes estabelecimentos – também os encontra em Braga, Lisboa, Girona, Barcelona e online. Tudo isto tem origem nas favas de cacau, provenientes de São Tomé, “tratado ainda de uma forma muito artesanal”. Este começa por ser “seco ao ar livre e fermentado em caixas de madeira. Todo o processo de colheita, fermentação e secagem é acompanhado para garantir as características desta origem”, explicam. A qualidade do produto final, aliada aos grafismos originais desenvolvidos pelos proprietários e artistas plásticos convidados, ajuda a compreender o sucesso desta marca portuense.

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Para contar a história da Pedaços de Cacau é preciso recuar ao Natal de 2012, quando Raquel Lima decidiu aliar o gosto pelo chocolate à vontade de meter as mãos na massa para preparar presentes especiais. O resultado foram deliciosos bombons que fizeram sucesso entre a família e os amigos. Ao ficar com alguns para si, contudo, acabou por reparar que o aspecto das guloseimas não era o que gostaria. Para perceber o que tinha corrido mal, a engenheira florestal de profissão inscreveu-se num workshop especializado. Iniciava assim um percurso que se revelaria cheio de conquistas, entre as quais a criação, em 2014, de uma loja online. Por lá, e no espaço físico, depara-se com todo o tipo de produtos, de bombons a drageias, crocantes, lollipops e edições temáticas. Todos são confeccionados e decorados de forma artesanal, utilizando matéria-prima de alta qualidade. O cacau, por exemplo, chega da África Ocidental, o que garante notas aromatizadas, frutadas e sabores intensos aos chocolates. Por acreditar que é o tipo mais saudável, a marca dedica-se, maioritariamente, à produção de chocolate negro.

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Além das edições especiais que vai lançando ao longo do ano, a Vinte Vinte, produzida no museu de chocolate do World of Wine (WOW), tem sempre quatro linhas disponíveis que deixam qualquer um de água na boca. Enquanto a Classic é feita com cacau “criteriosamente escolhido e colhido” na “chamada faixa do cacau”, ou seja, na “área compreendida vinte graus a Norte e vinte graus a Sul do Equador”; a Fusion, com diferentes adições, como avelãs, frutos vermelhos, menta ou flor de sal, apresenta “um chocolate artesanal encorpado, aromático e de qualidade única”. Já a Cacao Intensity, produzida apenas a partir da fava do cacau, inclui propostas com diferentes percentagens deste ingrediente, proveniente de destinos como Madagáscar, Peru ou Uganda. A Grand Cru, por fim, surge com recurso a uma única plantação de cacau no México.

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Já toda a gente ofereceu ao avô, ao pai ou aos amigos estrangeiros uma caixa de bombons de vinho do Porto. E já toda a gente escondeu uma caixa de línguas de gato, feitas com chocolate de leite, para não ter de a partilhar com ninguém. Conclusão: os produtos da Arcádia – marca portuense fundada em 1933, com a abertura de um salão de chá que viu nascer e crescer uma confeitaria de fabrico próprio – nunca desiludem. Desde então, serviu reis e rainhas, escritores, poetas e pintores, entre outras personalidades vindas de todo o mundo, tornando-se numa referência a nível nacional. Quase um século depois, este projecto familiar iniciado pelos Bastos, que ainda hoje o lideram, já soma mais de 40 lojas espalhadas pelo país e mantém a tradição nas suas receitas e processos de fabrico, utilizando somente produtos nacionais seleccionados.

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Chocolates artesanais de luxo. É esta a proposta da Maria Chocolate, uma marca com fábrica e showroom em Serzedo (Vila Nova de Gaia). O projecto, criado em 2013, conta com um catálogo extenso e variado, no qual brilham bombons, trufas e brigadeiros. Um dos pontos fortes da casa é a aposta nos produtos nacionais, pelo que encontra sabores como castanha, pastel de nata, amêndoa, vinho da Madeira, laranja do Algarve, ananás dos Açores, cereja do Fundão e ginja de Óbidos. Entre as gamas especiais, depara-se com os bombons afrodisíacos, que misturam chocolate negro, de leite ou branco com recheios cremosos de pimenta, gengibre ou canela. Tudo isto resulta do talento e criatividade de Fernando Monteiro, que se especializou na alta chocolataria em algumas das mais renomadas escolas do segmento na Bélgica e em Espanha, incluindo a Chocolate Academy, em Barcelona.

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Desde 1986 que a família Bonito se dedica, em exclusivo, à produção de bombons totalmente artesanais, seguindo para isso os métodos tradicionais disponíveis, da utilização de tachos de cobre até à confecção e decoração manual destas guloseimas. A aposta em ingredientes de elevada qualidade, como frutos secos seleccionados e recheios naturais, sem uso de conservantes – o que permite, junto com a reposição frequente, garantir um produto sempre fresco –, ajudam a explicar o sucesso da marca. Para escolher, há cerca de 40 variedades de bombons de chocolate negro, de leite e branco que se destacam pela diversidade de sabores e por uma textura suave que se desfaz na boca. Bolachas e biscoitos, trabalhados à mão e cozidos em forno a lenha, a partir de receitas com muitas décadas, também fazem parte da oferta da Bonitos.

Outros sabores do Porto

Chamamos-lhes tascos e, além da comida tradicional, são guardiões do típico e caloroso convívio portuense. Raul Simões Pinto conhece bem estes lugares – lançou o primeiro livro sobre o tema em 2007 e escreveu o Roteiro dos Tascos do Porto em 2015, que em Junho de 2023 teve direito a uma segunda edição. À conversa com o autor, não resistimos a fazer-lhe uma pergunta: quais os seus tascos favoritos?

Quando tinha apenas cinco anos, Raul Simões Pinto deu por si a viver e dormir num tasco. Foi entre as paredes do 39, assim conhecido por ficar neste número da Rua da Pasteleira, que se apaixonou por este universo, ainda que à primeira vista possa parecer pouco atractivo – e até mesmo nada recomendado – para crianças. “O meu pai era taberneiro, o que me permitiu crescer num ambiente marcado pela ideia de convívio, solidariedade e amizade”, começa por contar o portuense. Com os clientes, que tanto discutiam futebol como política, Raul aprendeu muita coisa, inclusive a ler. “Quando estavam às voltas com o jornal, costumavam chamar-me e iam lendo conforme apontavam as letras. A dada altura, já conseguia fazer a leitura sozinho”, lembra. Entre petiscos, também se jogavam jogos tradicionais, das cartas ao dominó e às damas, bebiam-se copos de vinho e ajudava-se o outro da forma que fosse possível. “As pessoas conheciam-se pelo nome, sabiam como estava a família, como andava o trabalho e preocupavam-se. Eram outras vivências”.

Aos 11 ou 12 anos, o 39, onde se tornou anti-salazarista, teve de ficar para trás. “Tivemos de sair porque a renda começou a subir demasiado. Fomos praticamente despejados”. Passaram-se cerca de cinco décadas e a realidade desse estabelecimento é cada vez mais comum a tantos outros que se espalham pelo Porto. Recorda, por exemplo, a Adega de São Martinho, que existia na Rua D. João IV. “Era um sítio emblemático, dos mais tradicionais que havia. A dona, que morava no andar de cima, ainda fazia as contas em escudos, no mármore de balcão, antes de converter o valor para euros. Estava parado no tempo, fiel ao que sempre foi, até que compraram o edifício para construir um hotel”, revela. Em 2016, 46 anos depois de ter assumido o negócio, Maria Teresa Teixeira teve de o deixar.

“O Porto está a perder a alma. Em 2007, para As Tascas do Porto, consegui reunir 100 espaços. Quando, em 2015, fiz um novo roteiro, já só encontrei 50. Cerca de oito anos depois, para conseguir manter este número, precisei deixar as fronteiras da cidade. Fui a Gaia, Matosinhos, Maia e Gondomar à procura de dez sítios que pudessem ocupar o lugar dos que se perderam, seja por terem fechado ou por terem abdicado das suas características típicas”, explica. A tendência é para piorar. “Com a grande pressão imobiliária, que obriga os proprietários a abandonar as casas em que cresceram e sempre trabalharam, é provável que, daqui a algum tempo, não haja tascos no Porto. É preciso protegê-los antes que desapareçam e, com eles, as nossas tradições, a nossa gastronomia, o que nos distingue. Corremos o risco de nos tornar num destino igual a todos os outros, o que nem aos turistas interessa”, partilha.

Além da “loucura” em que se têm transformado as rendas, Raul vê outros motivos para o declínio destes bastiões da memória tripeira, como o envelhecimento das pessoas que os dirigem e o pouco interesse das novas gerações. “Os jovens preferem, cada vez mais, outros ambientes. É preciso apresentar-lhes estes espaços. Sem ligação geracional, vão perder-se”, garante. Mesmo que com um futuro incerto, ainda há tascos extremamente tradicionais dentro dos limites da cidade. Raul falou com a Time Out sobre os seus favoritos.

O Porto é conhecido pela boa comida, mas não se deixa ficar apenas pelos pratos tradicionais. Também somos mestres na arte de dominar ovos, panquecas, tostas e bebidas de café. E tudo isto está incluído nesta lista com os melhores brunches no Porto e arredores. Seja num mercado de frescos ou numa guest house, durante a semana ou nos dias de descanso, há duas coisas que estão garantidas: mesas fartas e comida boa e muito fotogénica. Se nunca sabe onde ir, aqui vai encontrar as respostas. De nada.

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Se está sempre pronto para experimentar novos pratos, provar novas bebidas e viajar à volta do globo sem sair da cidade, este roteiro é para si. Aqui, encontra as coordenadas de restaurantes onde pode provar iguarias de 12 destinos diferentes. Estamos a falar do Líbano, Brasil, Itália, Japão, México, Malásia, Argentina, Taiwan, Moçambique, Índia, China e Vietname. Tabbouleh, uma salada aromática com bulgur, pepino, tomate, alface e uma série de temperos capazes de transportar o palato para outras paragens, é apenas um exemplo do que há para provar neste périplo internacional.

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