De 26 de Abril a 6 de Maio, a cidade enche-se de cinema independente. Para não se perder entre a programação do IndieLisboa 2018, damos-lhe o melhor de cada dia. 11 dias, 15 fimes.
Lucrecia Martel e Jacques Rozier são razões suficientes para prestar atenção à 15ª edição do IndieLisboa. Mas as retrospectivas dedicadas aos Heróis Independentes de 2018 são apenas duas razões para passar os próximos dias em modo de orgia cinéfila. Porque depois há as secções competitivas, sinais do presente da arte, com sorte fornecendo pistas para o seu futuro próximo, seja em curtas ou longas-metragens, ou a estimulante secção Silvestre dedicada a novos, experientes e mesmo consagrados cineastas, todos com uma perspectiva singular do cinema. E mais, por exemplo o popular IndieJúnior, onde se tenta aplicar a máxima “de pequenino se torce o pepino”, expondo os mais jovens aos melhores e mais educativos exemplos. E ainda a sempre muito frequentada secção IndieMusic, na qual, através de músicos e bandas de todo o lado se mergulha “não raras vezes nos contextos históricos, políticos e sociais que acompanham as movimentações musicais”, como sublinha a organização.
Filmes novos que têm nas memórias cinéfilas a sua principal inspiração e matéria-prima, ou apenas filmes que trabalham sobre e reinterpretam o património visual cinematográfico, são a especialidade do segmento Director’s Cut, este ano desdobrado num Director’s Cut em Contexto em que se encontram “obras nas quais o património dos que fizeram a história do cinema se materializou.” Mas o festival não seria o que é sem Boca do Inferno, o sítio onde estão as películas que abriram novos horizontes sem ligar a tabus, por vezes de maneira desconcertante, contudo sempre explorando os chamados “temas fracturantes”. Sem esquecer as célebres Sessões Especiais, nas quais, nesta edição, serão exibidos, entre outros, A Árvore, de André Gil Mata, e Raiva, de Sérgio Tréfaut. E este ano, estilo cereja no topo do bolo, ainda há um concerto de John Parish que muito tem a ver com o cinema. A escolha, agora, é à vontade do freguês.