Hotel, Sublime Comporta
©Nelson GarridoSublime Comporta
©Nelson Garrido

As novidades do Sublime Comporta para este Verão

À volta da nova piscina biológica nasceram nove suites de madeira e com elas mais uma boa desculpa para não sair do hotel

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O adjectivo "sublime" caiu em desuso. Hoje, o que já foi excelso, perfeitíssimo, esplêndido ou majestoso resume-se a ser “incrível”. É sabido que o que é incrível deverá corresponder a algo que é assumidamente melhor do que muito bom, extraordinário até, mas da maneira que as coisas estão, com a generalização massiva do termo e sua utilização despreocupada, é perfeitamente possível que uma coisa “assim-assim” seja apresentada como sendo incrível por mera preguiça linguística do interlocutor. E onde é que entra o sublime no meio disto tudo? Desaparece do léxico corrente e fica fechado numa caixinha onde se guardam as palavras especiais que designam as coisas e os sítios que o são realmente.

Na aldeia de Muda, naquela zona do território em que a proximidade da Comporta se começa a sentir pelo aumento considerável de melgas, mosquitos e outras espécies voadoras nem sempre identificáveis a olho nu, o Sublime Comporta é justamente um desses sítios que respeita não só a forma mas sobretudo o conteúdo para se provar merecedor do título supremo das coisas boas.

Está, desde 2014, ano em que Gonçalo Pessoa e Patrícia Trigo decidiram converter a casa de férias da família num espaço aberto, na bucket list de quem vive para passear e conhecer sítios para lá de bonitos e é, desde então, unanimemente considerado um dos melhores hotéis do mundo. Um hotel incrível que na verdade é mesmo sublime.

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Depois de passarmos o portão que nos separa da vida de comum mortal, somos atacados por uma confusão espacio- -temporal que de repente nos mete algures num retiro de natureza no Belize. Alguns pestanejares e um abanão de cabeça mais tarde, situamo-nos: estamos a uma hora de Lisboa, a uma dúzia de quilómetros do mar e envolvidos por pinheiros e sobreiros que dificilmente encontraríamos lá nas Caraíbas.

O Sublime, vê-se logo, é imensamente português e ligado à terra. A sua imagem de marca, a fotografia que todos faz suspirar, é a do edifício-mãe, que é uma réplica de um antigo armazém de arroz. Um gigante de madeira com paredes de vidro metido no meio de uma floresta. Depois das villas a lembrar as típicas palhotas da Comporta, agora honra-se o património com nove Bio Pool Suites inspiradas na obra magnífica que é o Cais Palafítico da Carrasqueira.

Imagine-se um bungalow de madeira de nível excepcional. Acrescente-se uma decoração rústica-chic, uma parede de vidro panorâmica com acesso a um alpendre com espreguiçadeiras que é banhado, de forma muito fabulosa, por uma das maiores piscinas biológicas da Europa. Sabe aquele azul-céu que geralmente se associa às piscinas? Não tem nada a ver.

Não há azulejos, pastilha ou microcimento capazes de reproduzir a cor natural de uma piscina livre de químicos. É verde, e é assim que deve ser quando a limpeza e purificação da água dependem exclusivamente das plantas e animais residentes. E não, não se vêem bichos nem se sentem coisas estranhas a fazer cócegas nos pés. Primeiro porque a piscina é profunda e depois porque a cada suíte corresponde uma área delimitada por uma plataforma submersa e estrutura que ajudam a guardar um perímetro de segurança contra a fauna e flora existentes e também contra eventuais invasões de território pelos vizinhos do lado.

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Depois de uma remodelação geral das cabanas e quartos (90 no total), as Bio Pool Suites aparecem para reforçar o compromisso ambiental do hotel, que acabou de plantar um pomar e uma agrofloresta, e de acrescentar mais de uma centena de espécies às 200 já existentes no jardim biológico que serve de despensa aos três restaurantes da casa.

A dois passos dos canteiros das aromáticas e das flores comestíveis está o Food Circle, uma sala de jantar intimista com lugar para 12 pessoas ao balcão e onde o único recurso da cozinha é o fogo (165€). Não vale a pena tentarmos chamar- -lhe um menu de degustação porque estaríamos a reduzir o que realmente acontece a uma simples refeição. Chamemos- -lhe antes uma experiência imersiva, um festim de boa comida e boa onda. Tiago Santos é o autor e executor da ementa, archeiro das brasas e fiel guardião de inconfidências e outros devaneios que possam surgir depois do terceiro copo de vinho. Conte com um desfile de pelos menos meia dúzia, desde o espumante para entreter logo à chegada até ao licoroso de Setúbal, não sem antes passar pelos títulos da casa.

No edifício central, entre o bar e a recepção, o Sem Porta é o “restaurante de todos os dias” que não cai na óbvia cozinha tradicional. Respeita os produtos da estação e vai à origem buscar o sabor para apresentar uma cozinha elegante e descomplicada que aposta nas coisas como são. O boi e milho (27€) e o peixe do dia e lingueirão (28€) não têm truques, dizem logo como vai ser. A carta funciona ao almoço e ao jantar, mas se quiser passar o dia a banhos, o bar da piscina tem sandes, saladas, sumos e espirituosas para entreter.

A partir das 19.00, na novíssima Tasca da Comporta começam a desfilar sob as luzinhas de arraial penduradas no pátio flutes de champanhe e ostras. Uma provocação para o que vem a seguir. Tiago Santos toma conta da casa e vira-se para as grandes pérolas da cozinha portuguesa: os petiscos. Há ovos com farinheira, francesinha, chouriço assado, amêijoas, croquetes, salada de polvo, choco frito, pica-pau... vamos acrescentar só mais a cabidela e a açorda alentejana e fechamos o assunto da comida.

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Para dar conta disto tudo, aconselhamos a que aproveite a natureza e o ar puro para longas caminhadas e que faça uma paragem demorada no spa para uma massagem Sublime. São 60 minutos de céu que vão dar vontade de voltar. A sério. Mas há outros tratamentos de uma longa lista a que se pode entregar, com o bónus de saber que dentro do Sublime spa só entram cosméticos biológicos e as ervas do jardim.

E porque, por fim, se tem de abandonar o Sublime, cura-se o desejo de levar um bocadinho do Sublime no bolso com uma passagem pela loja. Vinho, compotas ou azeite? Na dúvida, um de cada.

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