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Arlei Lima
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O que são e onde beber vinhos naturais em Lisboa

Há cada vez mais vinhos feitos sem químicos, desde a uva até à garrafa. Saiba onde beber vinhos naturais em Lisboa.

Escrito por: Teresa David
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Os vinhos naturais e biológicos não são uma moda passageira. São diferentes, e o método de produção é, aliás, bem antigo. Começamos por lhe explicar as diferenças entre vinificação natural, biológica e biodinâmica e dizemos-lhe onde pode ir tirar as teimas e provar este tipo de vinhos em Lisboa. Bons brindes.

Leia este glossário antes de ir a qualquer um destes restaurantes e cafés – se é para ir, que seja com conhecimento de causa.

Vinho natural: é feito por pequenos produtores com uvas próprias, colhidas à mão, de agriculturas biológicas ou biodinâmicas, e fermentadas apenas com leveduras autóctones. Desde a apanha da uva até ao engarrafamento não são utilizados quaisquer químicos ou produtos industriais.

Vinho biológico: a certificação biológica permite que se adicione uma série de aditivos que o movimento dos vinhos naturais recusa, como o enxofre e o cobre.

Vinho biodinâmico: resulta de um modo de produção que olha para a vinha como uma componente do meio ambiente envolvente. São usadas preparações especiais de sprays à base de plantas e adubos, aplicadas de acordo com o calendário lunar. 

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Onde beber vinhos naturais e biológicos em Lisboa

  • Noite
  • Cafés/bares
  • Lisboa

Vinhos, tapas, plantas e vinil. São estes os pilares de A Viagem das Horas, o bar de Arroios, com uma esplanada na Rua José Ricardo. O fundador é Ricardo Maneira, mais conhecido na noite por DJ Rykardo, que aqui junta várias paixões num ambiente familiar. Os produtos foram escolhidos a dedo.

  • Chiado/Cais do Sodré

No Black Sheep há uma centena de vinhos de produtores nacionais independentes – ovelhas negras do negócio, chamemos-lhe assim. Além disso, há sempre petiscos para acompanhar. Se não encontrar lugar, não se preocupe: está em plena Praça das Flores e pode levar o copo para o banco de jardim.

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  • Chiado

O espaço no troço fechado ao trânsito na Rua Nova da Trindade, no Chiado, é uma “espécie de listening bar, mas mais ruidoso”, como diz o dono, Duarte Ornelas. A música é uma parte importante, mas também a comida, os vinhos, os cocktails e, sobretudo, as boas vibrações. É uma presença descontraída, cheia de animação, e que compõe a vizinhança naquela que já é chamada de Rua Azul. Para beber há vinho a copo ou garrafa, de pequenos produtores, de pouca intervenção e com foco na região de Lisboa. Para comer há petiscos, entre eles sandes. 

  • Noite
  • Grande Lisboa

Cassandra e Antoine, dois bon vivants assumidos, abriram, na Penha de França, um bar de vinhos naturais, com petiscos e boa música a acompanhar. Chama-se Bom Bom Bom, e entre as referências vínicas encontram-se, por exemplo, um tinto Menina d’Uva, um vinho do Nordeste transmontano; um Penhó Nomos branco, da região do Minho; ou o também branco Rosalía, da zona da Galiza, Espanha. Os petiscos são igualmente fortes. 

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  • Cafés
  • Beato

Por vezes, há mudanças que vêm por bem. Foi isso que aconteceu ao Tati, depois de se transferir do Cais do Sodré para a Penha de França, em plena pandemia. Com a nova morada, o restaurante focou-se mais na comida e tornou-se num caso sério de criatividade, detalhe e consistência. Os pratos na ardósia estão sempre a mudar, tal como a carta de vinhos, uma das mais seleccionadas no que aos vinhos naturais diz respeito. Acresce o ambiente de bar informal e o serviço amigável e conhecedor. 

  • Cais do Sodré

“Chefs que gostam de má música não sabem cozinhar.” Quem o diz é o britânico Adam Purnell, que deixou Berlim para abrir no Cais do Sodré um listening bar que garante ser “um restaurante a 100%”. A descrição pode ser confusa, mas de forma simples e resumida o Dahlia é o sítio onde se vai para ouvir música (vinil, apenas), através de um sistema de som clássico e de alta qualidade, para beber um bom vinho natural e comer o que a época tem para oferecer. Apesar de o foco parecer estar na música e nos vinhos naturais, com uma carta com cerca de 30 referências (portuguesas e de países como França, Espanha, Itália ou até Nova Zelândia), a comida é preparada com todo o cuidado e técnica.

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  • Chiado/Cais do Sodré

Há dez anos, Melyssa Griffin estava a trabalhar como professora de inglês em Tóquio, no Japão, ainda longe de imaginar que à boleia de uma viagem de carro por Portugal se apaixonaria por outro país e mudaria toda a sua vida mais uma vez. Parando para reflectir como veio aqui parar – aqui é o Fable, o café-livraria que abriu no Príncipe Real, com dois pisos e um pátio pet-friendly –, diria que as grandes motivações foram a vontade de escapar aos horrores do ensino e a descoberta do online. Assim nasceu este espaço para cultivar o amor-próprio e o sentido de comunidade. À entrada, o rés-do-chão destaca-se pelo mural de dançarinas nuas, uma estante onde convive uma selecção de livros e outra de vinhos naturais portugueses, e a cozinha onde o menu salta das páginas para as mesas. Criada com a consultoria da chef Céline Wilding, a ementa privilegia ingredientes naturais e maioritariamente orgânicos, razão porque há muitas opções vegan ou vegetarianas, sem glúten, sem açúcares refinados e sem lactose.

  • Cais do Sodré

Quando abriu o restaurante mexicano La Fugitiva, no Verão de 2021, fez dele uma das paragens mais concorridas da rua de São Paulo. O mesmo aconteceu com a sua taqueria, a popular La Malquerida, na Travessa do Marquês de Sampaio, aberta meses depois. Mais recentemente, a costa-riquenha Marbelly Prado estreou-se com um conceito diferente: um bar ibérico, com vinhos e petiscos portugueses e tapas espanholas, também no Cais do Sodré, chamado Imoral. 

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  • Pizza
  • Cais do Sodré
  • preço 2 de 4

Nesta pizzaria com massas de fermentação lenta e natural, a fórmula fica completa com os vinhos naturais, escolhidos por Jenifer Duke, da Rebel Rebel. Há sempre umas três ou quatro referências a copo, prontas para serem recomendadas.

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

O Mīrārī vive, em parte, do charme de uma fábrica quase em ruínas. A céu aberto, rodeada por paredes decrépitas e vegetação desregrada – num daqueles cenários em que a natureza claramente reclama o seu lugar –, encontramos a esplanada que quer animar os finais de tarde e noites da cidade. O bar serve o que os apetites ordenarem, incluindo vinhos naturais. Também há comida. 

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  • Português
  • Castelo de São Jorge
  • preço 3 de 4

A carta de vinhos do restaurante de António Galapito tem, desde a abertura, vinhos naturais, entre portugueses e alguns estrangeiros, a acompanhar o menu. Peça ajuda à escanção na hora de escolher a bebida e espreite a carta, em constante mudança, feita com ingredientes bem portugueses e de produtores locais.

  • Grande Lisboa

Gelado de banana e vinhos naturais. A combinação pode soar estranha, mas é a uma recente atracção da Costa da Caparica. Primeiro, nasceu The Wet Patch, uma loja virada para a nostalgia do skate e do surf dos anos 80 e 90, e só depois nasceu o pequeno balcão à entrada, entretanto baptizado de Pussy Galore. É aí que a combinação improvável tem lugar – uma carta de vinhos naturais generosa e gelados de banana com um extenso rol de toppings. No final, são autênticas estrelas de Instagram servidas em taças. 

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  • Enotecas
  • Lisboa

Jenifer Duke deixou Nova Iorque e mudou-se para Berlim, onde se iniciou no mundo dos vinhos orgânicos. Mas cansou-se da cidade e do tempo rigoroso. Precisava de “ver o horizonte”, como nos tempos em que viveu na Califórnia. Por isso, escolheu a Costa da Caparica para voltar a ver o mar e, por fim, fixou-se em Lisboa, depois de se apaixonar pela cidade. Entretanto, abriu o Rebel Rebel, na Estrela, um bar de vinhos orgânicos, onde se encontram referências de produtores locais de todo o mundo.

  • Chiado/Cais do Sodré

A vibe é tropical, mas a morada é portuguesa. No Ressaca Tropical, o bar de vinhos aberto em Abril de 2022, na Rua das Gaivotas, há mais de 40 referências nacionais e internacionais de vinho de pequenos e médios produtores, que vão sendo renovadas de tempo a tempo. 

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  • Lisboa

O Rude fica nos Anjos e tem cerca de 40 referências de vinho nacionais de pouca intervenção – rudes, vá. Tudo para acompanhar com os petiscos do chef Eugeniu Musteata, do grupo 100 Maneiras. O vermelho nas paredes e as pinturas de figuras despidas e de copo na mão são só uma amostra do arrojo do espaço. A grande esplanada, a escolha certa para os dias de sol.

  • Vegetariano
  • Lisboa
  • preço 2 de 4

Stephanie e Marc abriram um bar/restaurante carregadinho de vinhos naturais, com uma carta curta mas focada na comida vegetariana. Privilegiam os produtores locais e os vegetais da estação, para saborear no espaço, pequeno mas muito luminoso, com balcões em mármore e paredes em pedra branca, sem plásticos e com água filtrada. 

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  • Chiado/Cais do Sodré

Vinhos naturais e comida que respeita a estação. Eis os dois mandamentos de quase todo o restaurante que tem aberto nos últimos meses. À primeira vista, o Tricky’s podia ser mais um destes restaurantes, mas é mais do que isso. Pelo menos, esforça-se para ser, trabalhando de muito perto com pequenos produtores, escoando-lhes stock e não se prendendo a uma carta feita. Para beber, o foco está nos vinhos naturais que dificilmente se encontram por cá, além de uma série de opções surpreendentes como kombucha, kefir ou tepache feitos em casa. Tudo com uma dose de irreverência e rebeldia. João Magalhães Correia, chef do Água pela Barba e do Season, e Jenifer Duke, da loja e bar de vinhos naturais Rebel Rebel, são a dupla (e a alma) por trás do Tricky’s.

  • São Vicente 
  • preço 2 de 4

O sucesso em Veneza trouxe este wine bar até São Vicente em Maio de 2019. Aqui servem vinhos artesanais, de baixa intervenção, de Portugal, Itália, Espanha, Grécia ou Áustria, a maior parte a copo. Além de poder apetrechar também a garrafeira lá de casa, há um menu para acompanhar a bebida com produtos locais e de época, agora com a mão do chef João Baião. 

Onde comprar vinhos naturais e biológicos em Lisboa

  • Compras
  • Mercearias finas
  • Santos

Antes de abrir a Comida Independente, Rita Santos andou a viajar pelo país, a conhecer produtores, os seus métodos e os seus produtos. Nesta mercearia em Santos, que volta e meia funciona como bar de vinhos, tem provas comentadas e chefs convidados, e serve também pequenos-almoços simples e tábuas de queijos e enchidos, há produtos de pequenos produtores de todo o país.

  • Alcântara

Assim como a Garrafeira Nacional, o Estado D'Alma também já começa a ter algumas referências de vinhos naturais e biológicos. Na dúvida, peça ajuda.

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  • Compras
  • Lojas de bebidas alcoólicas
  • Baixa Pombalina

Nas mãos da mesma família desde a abertura, a Garrafeira Nacional, que nos últimos anos estendeu os seus tentáculos a mais lojas em Lisboa (Baixa e Mercado da Ribeira), continua a ser o sítio certo para descobrir vinhos caros, comprar os mais correntes, as bebidas espirituosas, os licores, tudo. 

Os Goliardos

Têm 500 referências de vinhos online e uma garagem em Campolide que abre todas as semanas, às segundas, quintas e sextas, das 16.00 às 19.00.

 

Lisboa biológica

  • Compras

Mas afinal o que é isto dos produtos biológicos? É coisa de grilos e de vegetarianos? E como ter a certeza de que se leva para casa carne, fruta e legumes fresquinhos, saborosos e livres de químicos bons para fabricar pneus? Fácil: todos os produtos bio estão identificados com o logótipo europeu de Agricultura Biológica. É só procurar a folhinha verde nestas lojas e mercados biológicos em Lisboa.

  • Compras
  • Mercearias

Os melhores cabazes de frutas e legumes de Lisboa fazem-lhe a papinha toda. Quer dizer, a sopa não aparece cozinhada, nem a salada preparada, mas as idas ao supermercado ou à feira passam a ser quase desnecessárias. É que estes cestinhos cheios de verduras e frutas frescas estão à distância de um clique da porta da sua casa.

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