Bife à Alcides
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10 coisas que tem de provar em São Miguel

Ir aos Açores e não experimentar os pratos típicos, é como ir à praia e não dar um mergulho. Estas são as 10 coisas que tem de provar em São Miguel.

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Vemos as vacas a pastar nos montes e ficamos com uma vontade súbita de analisar a influência daqueles prados no sabor da carne. E este mar todo? O que é que acontece aos peixes que ali nadam quando os metemos na frigideira? Mate a sua curiosidade e o seu apetite. Siga as nossas sugestões e prove o melhor de São Miguel.

10 coisas que tem de provar em São Miguel

  • Português

Há restaurantes de cozido mais famosos: aqueles onde param os autocarros de turismo, você sabe quais são. Mas os habitantes das Furnas torcem o nariz perante esses almoçódromos sobrepovoados onde o cozido, dizem, não é tão bom como o pintam. A sugestão mais frequente é a de rumar ao Parque de Campismo e provar o dito no restaurante Vale das Furnas. As carnes e os enchidos fazem a diferença num cozido de dose familiar (19€ duas pessoas, dizem) rico em tudo o que faz bem: dois tipos de couve e cenoura, inhame, batata e arroz. Este restaurante também aproveita o calor da caldeira para fazer outros pratos, mas só por encomenda: bacalhau, feijoada e polvo vindo da fumarola para o prato.

  • Pastelarias

“Açúcar, farinha, ovos, leite, sal, manteiga, fermento e segredo”. Parece não haver nenhuma especialidade em São Miguel que não esteja envolta em mistério. Assistimos à confecção dos famosos bolos lêvedos de Glória Moniz, nas Furnas, e não vimos nada suspeito: só as pequenas bolas de massa a ser achatadas, a levedar e a passar uma temporada numa chapa quente até ganharem cor de ambos os lados. Nos meses mais movimentados Glória faz mais de 10.000 destes bolos que são servidos no pequeno-almoço do hotel Terra Nostra e estão à venda em várias superfícies comerciais. A fábrica tem uma pequena loja com um vasto repertório de biscoitos, queijadas, caramelos e uns intrigantes croûtons de bolo lêvedo. Um bolo acabado de fazer custa 1€ mas pode também pedir com recheio de fiambre, misto ou o originalíssimo “bolo lêvedo com molho de panqueca” que nos preparou a própria Glória Moniz: um bolo lêvedo quente com maple syrup (xarope de ácer). Estranho? Talvez. Delicioso? De certeza.

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  • Compras
  • Queijarias

Numa esquina do Mercado da Graça está esta pequena lacto-monarquia onde podemos encontrar a maior concentração de especialidades açorianas por metro quadrado: chás, licores, conservas, vinhos, biscoitos, queijadas e outras delícias insulares. No trono do Rei dos Queijos senta-se agora Milton, filho de Carlos Bernardo, o soberano original, que vai explicando a diferença entre os queijos e dando a provar uma lasca dos melhores exemplares do queijo de São Jorge, como o fantástico Lorais: um queijo danado de picante com uma cura de nove meses, um dos mais vendidos pelo rei (11,60€/kg). Aqui também pode encontrar a manteiga Rainha do Pico, feita sem qualquer processo mecânico, fresca e com uma validade muito curta, tida por muitos como uma das melhores do mundo. Mas Milton tem guardada uma “caseirinha” que considera superior: Manteiga Uniflores, produzida artesanalmente pela Cooperativa Ocidental da Ilha das Flores (3,20€) e muito difícil de encontrar.

Queijo da Ilha vs Queijo de São Jorge

Os queijos da ilha podem ser fabricados em qualquer ilha, como o Picaroto (do Pico), o Capelinhos (do Faial) e o São Miguel (de São Miguel). O queijo de São Jorge é um produto com Denominação de Origem Protegida que só pode ser fabricado na ilha de São Jorge com leite de vaca cru e um tempo de cura mínimo de três meses.

  • Cervejarias

O Café Royal está aberto há 90 anos e é o estabelecimento comercial mais antigo da cidade, ponto de encontro de várias gerações de micaelenses. Serve petiscos típicos das ilhas, como as lapas grelhadas ou a morcela com ananás, e uma bifana feita com muita pimenta da terra – o omnipresente condimento açoriano.

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  • Compras
  • Mercearias finas

Chama-se Segredo e está nas bocas do mundo. Ou pelo menos nas dos clientes do Louvre Micaelense, do bar 3/4 ou do restaurante vegetariano Rotas da Ilha Verde, onde se vende este bolo envolto em mistério e cacau. Quem o faz é Catarina Ferreira, proprietária do Louvre e do Rotas, a partir de uma receita sussurrada por uma amiga.

Jantar um bife

Ir aos Açores e não comer um bife é como ir a Roma e não ver o Papa. Ou pior – não acreditamos que seja assim tão fácil chegar ao Vaticano e avistar o Santo Padre. O bife é uma espécie de religião que tem bastantes templos em Ponta Delgada – e na Ribeira Grande é obrigatório ir à Associação Agrícola de São Miguel, que serve nove variedades e três cortes diferentes da vaca com que se cruzou agora mesmo à beira da estrada. O Alcides é um dos lugares mais antigos e o seu Bife à Alcides tem fama e proveito: um naco de carne de vaca que se passeou por uma frigideira com muito alho e pimenta da terra. O bar Aliança e o Galego também têm as suas versões muito elogiadas deste épico micaelense.

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Provar as fofas de Povoação

É o equivalente calórico à bomba de hidrogénio. Um bolo com uma massa parecida com a do éclair, um recheio de baunilha com muita manteiga e açúcar e um fio tímido de chocolate por cima. Experimentámos as da Tabacaria Povoacence (1€) mas existem em quase todos os cafés de Povoação.

  • Cervejarias

É o El Dorado da cerveja de pressão ou o Triângulo das Bermudas da nossa sobriedade. O sítio com a imperial mais fresca e viçosa dos Açores – podemos chamar-lhe “a loira mais bonita do arquipélago” – é um local de romarias entre os crentes e uma fonte de interrogações para os cépticos: dizem que o fundo dos copos está riscado, que tem a ver com a lavagem, que não se usa detergente. Quem quer saber o segredo da imperial da Lagoinha só tem de fazer duas coisas: ir até à Rua da Igreja, em Água d’Alto (Vila Franca do Campo) e perguntar. Chegar à cervejaria é a parte mais difícil – não há indicações e a porta que dá diretamente para a estrada não tem qualquer placa de identificação. Saber o segredo é fácil, basta perguntar. “O truque está na temperatura, a cerveja tem de estar sempre a 0ºC, e na lavagem da máquina”, explica Luís Correia, o dono deste templo da imperial fundado em 1981. É o próprio quem trata da limpeza da serpentina, mecanismo essencial para a frescura do líquido dourado. “Comprei uma máquina para ser eu a tratar do assunto pessoalmente. Faço-o uma vez por semana”, esclarece. O resultado é uma imperial de cor amarelo vivo, com um dedo e meio de espuma branca, espuma essa que se mantém à tona do copo até ao final. Se a frescura da cerveja ajudou a criar o mito, o preçário reforçou-o: a “caneca” (que na verdade é um copo de 0,43 cl) custa 1€ e um fino fica-se pelos 0,55€. Não há mesas nem cadeiras, por isso a cerveja bebe-se ao balcão. 

Guia rápido de cerveja açoreana

Um fino é uma cerveja de pressão. Também se diz imperial, mas fino é mais elegante. Uma traçado é uma cerveja com laranjada. Pode parecer estranho, mas resulta. A Especial Melo Abreu é a cerveja das ilhas, servida à pressão ou nas omnipresentes garrafinhas de 25 cl. É uma lager suave que se bebe muito bem mas faz o seu efeito (5,3%). A Munich é uma cerveja preta bastante ligeira, com um suave sabor torrado. A Preta Doce é uma cerveja sem álcool com um nome auto-explicativo. Uma espécie de refrigerante de malte.

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  • Português

É a sala de visitas de Ponta Delgada e o restaurante mais popular da ilha. Não aceita reservas, faz fila, não fecha e não pára das 11.00 às 02.00, todos os dias da semana (aos domingos faz um horário curtinho, das 17.00 à 01.00). Mas o que é que a Tasca tem de especial? Uns dirão que é a bifana de atum, outros vão escolher o bolo de ananás, o polvo à tasqueiro ou um dos muitos petiscos (atenção: há lapas) mas o nosso coração vai para o bife de atum: um bifão suculento, rodeado de sementes de sésamo e assessorado por umas batatinhas doces. Há uma boa selecção de vinhos, muitos deles servidos a copo, e empregados capazes de dizer em inglês os nomes de todos os peixes dos Açores. Sabia que chicharro é horse mackerel?

  • Português

O nome verdadeiro de Marco Paulo é João Simão, a cantora Ágata chama-se Maria Fernanda e os chicharros são carapaus. O Mané Cigano, mítico restaurante de Ponta Delgada e referência mundial na arte de fritar carapaus – perdão, chicharros – chama-se afinal Cervejaria Sardinha. Será que se pode confiar em alguma coisa nos dias de hoje? Pode confiar em nós quando dizemos que o Mané Cigano (vamos usar o nome artístico) é um dos melhores restaurantes de Ponta Delgada. Dissemos restaurante? Queríamos dizer tasca. Mas tasca a sério, com o balcão de alumínio, o empregado apressado (e muito eficaz), os calendários na parede, os galhardetes dos clubes, paredes forradas a azulejo, chão de mosaico e o menu escrito à mão numa folha de papel. O cardápio, apesar da boa caligrafia, tem pouco uso. O motivo é simples: aqui comem-se chicharros fritos. Chegam à mesa douradinhos, acompanhados de inhame, batata, pimenta da terra, uma pasta de feijão branco e um pires com cebola curtida (espécie de pickle caseiro) e limão galego. Há um prato alternativo de grande fama, bom para quem não está para se maçar com espinhas: carne guisada a boiar num molho lambão, escoltada por batatas cozidas. Uma delícia. Para sobremesa peça uma fatia de queijo da ilha ou uma queijada da Graciosa. Ou peça as duas, porque como cantou um dia Marco Paulo – perdão, João Simão – é possível ter dois amores.

Especial Açores

  • Viagens
Nem só de Lagoas se faz São Miguel. Ponha as pernas de molho, gele os ossos num mergulho no Atlântico, salte para uma piscina de rochas ou nade em águas de terra - nesta ilha há opções para todos (e são todas tão boas). Pegue no fato de banho e vá até uma destas 10 maravilhas de água em São Miguel. 
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  • Português
Vemos as vacas a pastar nos montes e ficamos com uma vontade súbita de analisar a influência daqueles prados no sabor da carne. E este mar todo? O que é que acontece aos peixes que ali nadam quando os metemos na frigideira? Mate a sua curiosidade e o seu apetite. Siga as nossas sugestões e prove o melhor de São Miguel.
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