Mesa de Marisco no Ramiro
Fotografia: Arlindo CamachoMesa de marisco no Ramiro
Fotografia: Arlindo Camacho

Quem não marisca não petisca: as melhores marisqueiras em Lisboa

À procura de bons sítios para uma mariscada em Lisboa e arredores? Despache-se a ler isto para poder lambuzar os dedos à vontade.

Cláudia Lima Carvalho
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Se é verdade que o marisco parece saber sempre melhor no Verão, especialmente depois de uns mergulhos no mar, também é verdade que as mariscadas nunca são demais – apesar de pesarem na carteira. Há que aproveitar o facto de sermos um país costeiro, rico em matéria-prima. E que belos exemplares têm estas mariscadas que lhe sugerimos aqui. Nesta lista de restaurantes de marisco em Lisboa e arredores, encontra verdadeiras instituições, clássicos reinventados e algumas novidades. O melhor é pedir um babete, sem vergonha, e deixar-se lambuzar. Tudo bem rematado com uma toalhita com aroma de limão, um prego do lombo – a mais tradicional sobremesa de marisqueira – e uma cerveja a estalar.

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As melhores marisqueiras em Lisboa

  • Cervejarias
  • Avenida da Liberdade

É uma das mais antigas cervejarias de Lisboa, a celebrar este ano os 75 anos de existência. O saber e a exigência mantêm-se para que à mesa chegue sempre o melhor e mais fresco marisco. Em plena Avenida da Liberdade, goza de uma esplanada de luxo, apoiada por um quiosque – dali até pode não conseguir ver os aquários e a montra do marisco, mas não se apoquente porque a carta é exactamente a mesma do restaurante. O que mais sai, dizem-nos, é o camarão tigre (são cerca de 20kg por dia), mas pode sempre pedir que lhe componham a travessa com sapateira, percebes, gamba da costa ou até lagosta ou lavagante. E quer saber o melhor? O marisco é servido até tarde (01.30).

  • Frutos do mar
  • Intendente

"Onde é que se come uma boa mariscada em Lisboa?" A resposta imediata é, quase sempre: "Ramiro". Seja à hora que for, o mais provável é ter de esperar por mesa, mas não se preocupe que o serviço é rápido e está cada vez mais eficiente. À porta, ainda antes de entrar, é preciso tirar uma senha e aguardar que o número seja chamado com a indicação da sala onde se poderá sentar. Uma vez à mesa, é mandar vir. Dos percebes aos lagostins, das amêijoas à sapateira, é tudo bom. No final, não saia sem pedir um prego para a sobremesa.

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  • Cervejarias
  • Intendente

Fundada em 1973, esta marisqueira sofre com o sucesso do vizinho Ramiro, ou nem tanto, já que muitas vezes para fugir às filas é aqui que muitos comensais acabam por se refastelar. Pode não ter a fama do Ramiro, mas a qualidade não lhe fica atrás. As montras de lavagantes, lagostas e sapateiras são vistosas. Têm viveiros próprios e uma oferta grande de mariscos frescos, peças de carne ou peixe na vitrine. É, habitualmente, santuário para quem gosta de um bom petisco enquanto vê a bola. 

  • Frutos do mar
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 2 de 4

Quem não é de Alcântara, costuma falar no “largo das cervejarias” para referir a intersecção entre as ruas Prior do Crato, Viera da Silva e Maria Pia. Hoje contam-se ali quatro casas de marisco e uma delas chama-se, apropriadamente, 
O Palácio, membro de pleno direito da real lista das melhores cervejarias de Lisboa. Aqui moram navalheiras, canilhas, percebes e outros vícios do mar, mas também uma ementa do dia bastante recomendável. 

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  • Cais do Sodré

Escrevemos por aqui muitas vezes que o melhor da cidade está no Time Out Market e o marisco não podia ficar de fora. Na Marisqueira Azul, o marisco é fresco e a cerveja sempre gelada. Os percebes chegam das Berlengas, o camarão e o lingueirão do Algarve e as ostras de Setúbal. Se não quiser escolher, entregue-se à mariscada para duas ou três pessoas com uma boa selecção de marisco. Há também um espaço em plena Praça do Comércio.

  • Frutos do mar
  • Belém

O cenário é digno de filme. Os tons dourados, que reluzem, a sereia que, quando se entra, parece esconder um aquário enorme, sofás de veludo espaçosos, frisos e colunas, candeeiros únicos… Podíamos continuar a enumerar, mas o melhor é dizer que a Nunes Real Marisqueira sofreu uma revolução. Não foi só uma mudança de sítio, para umas portas ao lado. Foi um investimento de “quatro e muitos milhões” que fez renascer uma casa – não que alguma vez tivesse morrido, mas há um antes e um depois desta transformação. A essência, essa, não mudou, tal como grande parte das caras que nos recebem ali. A carta subiu de nível, mas não deixou de fora os clássicos. O marisco nacional continua a ser a aposta central.

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  • Santa Maria Maior

Com uma história que soma quase quatro décadas, o Pinóquio modernizou-se, ganhou espaço, sem perder a alma e a cor de sempre, depois de uma longa renovação. Na frente, o aquário do marisco de um lado e a montra dos peixes do outro, não muito longe do que era antigamente. Ao fundo da sala, agora mais contemporânea, salta à vista um painel com uma lagosta da centenária Viúva Lamego. Já na esplanada de sempre, os verdes de outros tempos deram lugar aos azuis. Tudo o resto continua igual: uma selecção de marisco fresco, as amêijoas à Bulhão Pato na cafeteira e, claro, o bife do lombo pica-pau. 

  • Cascais

O senhor Eduardo instalou-se na Parede para vender uns pastéis de bacalhau e croquetes, mas rapidamente criou viveiros para abastecer a cervejaria e o negócio resultou de tal maneira que já ninguém se lembra de pedir um rissol quando pode pedir uma sapateira recheada ou as conquilhas num molho de coentros, alho e azeite que dão nome à casa. As mariscadas têm preços em conta – a mais económica leva 300gr de gamba Moçambique, 250gr de percebes e 200gr de camarão de Espinho. Não estranhe por isso se tiver de esperar por mesa, assim sempre ganha tempo para pensar bem no que quer já que a lista de marisco é longa. 

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  • Frutos do mar
  • Cascais

Bruxas do Guincho, percebes da Roca, navalheiras de Cascais: a carta de marisco do restaurante que os cascaenses tratam pelo nome próprio, "Lourdes" ou "Dona Lourdes", tem como estrelas espécies das águas vizinhas. Em caso de muita fome, atire-se à travessa do mar, com robalo, dourada, gambas, mexilhões e acompanhamentos. Ou então, fique-se pela mariscada que não fica nada mal.

  • Grande Lisboa

"A maior e melhor marisqueira do distrito de Setúbal." É com esta afirmação arrojada que se apresenta a Cabrinha, marisqueira que começou a ganhar fama em Cacilhas há mais de meio século. Lagostas, lavagantes, gambas, ameijoas, canilhas, sapateiras, búzios, cadelinhas, percebes, ostras: a variedade é muita e a frescura nunca desilude.

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  • Cascais

Percebes, amêijoas, ostras, canilhas, bruxas, camarões, carabineiros, sapateira, lambujinhas e, como não pode faltar numa marisqueira que se preze, pregos. Este restaurante integrado na peixaria do mercado de Cascais funciona quase como uma ida às compras: primeiro escolhe o marisco que quer, a quantidade e a forma como o quer cozinhado. Depois decide se come ali mesmo ou se leva para casa. A marina de Cascais é a segunda casa, com uma esplanada com vista para o farol e as embarcações alinhadas.

  • Cervejarias
  • Avenida da Liberdade
  • preço 4 de 4

Foi em 2017 que a Cervejaria Liberdade nasceu no piso térreo do hotel Tivoli, com grandes janelas viradas para a Avenida, focada em oferecer um serviço à antiga com atenção aos detalhes e apostada no marisco fresco português, como as ostras que pode escolher se prefere do Algarve ou de Setúbal. Tem uma vantagem em relação às outras marisqueiras: um menu executivo, apenas disponível ao almoço de segunda a sexta-feira, que por 39,50€ (por pessoa) inclui uma mariscada para dois com seis ostras, 200 gramas de gamba cozida e uma casquinha de sapateira como entrada. No menu está incluído entrada e prato principal ou prato principal e sobremesa (mais água, refrigerante e café/chá). 

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  • Grande Lisboa

É difícil ignorar esta marisqueira de Cacilhas, com vista para Lisboa, mesmo em frente ao terminal de onde partem (e chegam) os cacilheiros. O Farol é uma casa centenária, famosa pela variedade e pela qualidade do marisco, mas também pelas condutas e depósitos que fazem com que a cerveja seja produzida, transportada e servida aqui sem nunca deixar de estar bem gelada. Temos por hábito dizer por aqui para desconfiar de restaurantes que anunciam os seus pratos em fotografias coladas à porta ou dentro do restaurante, mas não é o caso aqui. As fotos servem apenas de guia para saber o que cada misto de marisco inclui – há 16 combinações possíveis. 

  • Cascais
  • preço 2 de 4

A Pastorinha é um clássico na Praia de Carcavelos que ganhou uma vida renovada em 2017 quando o grupo Sana ficou com o restaurante. Mantém-se um porto seguro para marisco e peixe com um serviço à antiga, irrepreensível, onde tudo chega à mesa num carrinho. No marisco, a oferta recai nos exemplares da nossa costa, muitos disponíveis no aquário à vista de todos na sala. 

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  • Sintra

A idílica localidade em que está inserido deu o nome a este clássico restaurante de peixe e marisco, onde as refeições são feitas numa sala envidraçada em cima da piscina e da praia das Azenhas do Mar. E se não é mesmo isto que apetece num dia de sol radioso ou de chuva e mar bravo? Comece pelas amêijoas à Bulhão Pato e pela salada de polvo, lambuze-se com o camarão frito (não se esqueça das torradas para mergulhar no molho), siga para os percebes e depois divida um bife de atum ou do lombo. Aqui é tudo óptimo.

  • Cervejarias
  • Lisboa
  • preço 2 de 4

É uma marisqueira moderna, com um miradouro e uma esplanada com vista para a cidade e para o rio, mas mantém-se fiel à tradição das mariscadas servidas em largas travessas, das gambas al ajillo, das ameijoas à Bulhão Pato ou do marisco ao quilo, que neste caso vem dos viveiros do Guincho. 

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  • Português
  • São Vicente 

Para grandes refeições ou para picar enquanto bebe um ou outro copo, a Penalva da Graça pode ser a resposta. Em poucos sítios de Lisboa encontra marisco com esta relação preço/qualidade (percebes, amêijoas, camarão). O arroz de marisco é um ex libris da casa, e a dose para dois serve três à vontade. 

Novidades gastronómicas

  • Noite

As novidades na noite lisboeta são das mais diversas espécies e multiplicam-se de tal forma que é quase impossível chegar a todas. Mas a verdade é que nós bem tentamos. Entre novas esplanadas, terraços, rooftops, ou espaços preparados para as noites mais frias, há nesta lista opções para os apreciadores de cerveja, para os enófilos e até para os que não dispensam um bom cocktail. É só conferir os novos bares que abriram em Lisboa nos últimos meses, escolher o veneno favorito e proceder ao levantamento (moderado) do copo.

Um ano tem 52 semanas e não há uma em que os nossos críticos gastronómicos tenham descanso, especialmente Alfredo Lacerda, incansável bom garfo, embora nem sempre fácil de agradar. Luís Monteiro juntou-se este ano a esta epopeia de visitar restaurantes anonimamente e também não fica atrás. Vale a pena lembrar, que um crítico só visita um restaurante três meses depois da sua abertura, embora nas suas visitas também estejam incluídos alguns clássicos da cidade e outros segredos.

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