Re'Tasco
Arlei LimaRe'Tasco
Arlei Lima

Críticas da Time Out: os restaurantes que receberam mais estrelas

Na despedida de 2023, olhamos para trás e reunimos os restaurantes que ao longo do ano foram conquistando os nossos críticos Alfredo Lacerda e Luís Monteiro.

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Um ano tem 52 semanas e não há uma em que os nossos críticos gastronómicos tenham descanso, especialmente Alfredo Lacerda, incansável bom garfo, embora nem sempre fácil de agradar. Luís Monteiro juntou-se este ano a esta epopeia de visitar restaurantes anonimamente e também não fica atrás. Vale a pena lembrar, que um crítico só visita um restaurante três meses depois da sua abertura, embora nas suas visitas também estejam incluídos alguns clássicos da cidade e outros segredos. De restaurantes do mundo aos mais tradicionais, das cozinhas de chef às mesas sem cerimónias, na hora de comer só lhes interessa que seja bom e que o serviço acompanhe.

Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

  • Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Gostava de um serviço de vinhos mais ambicioso (tem uma mescla de naturais e semi-convencionais, mas com os nomes do costume), gostava sobretudo de mais vinhos a copo, que não tem de ser largo. E, talvez, de mais delicadeza e até loucura na cozinha, porque me parece que Viking Suliano é homem para isso. De resto, Miguel Rodrigues e Filipe Ramalho já têm aqui uma belíssima casa. Com preços decentes. Para portugueses. Nós agradecemos. Do coração.  

  • São Sebastião
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

O Busan é um restaurante muito sério. Sob a capa do foguetório asiático, das rodas gigantes e dos milk teas coloridos com gelo em forma de urso, tem uma cozinha de grande nível. Uma cozinha que mostra como é importante a selecção e a preparação dos ingredientes.

Hoje em dia, muitos chefs célebres, com boa assessoria e jeito para apanhar o ar do tempo, gostam de falar de cozinha de produto e vendê-la a preços de fine dining. Ora, o Busan não tem chefs célebres, nem preços de fine dining. Mas produto não falta. 

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  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

No final da refeição no Masala, aconteceu uma coisa cada vez mais rara nos restaurantes lisboetas. Saímos felizes e leves e demos uma nota de 20€ cada um. Não comemos mais ou menos, comemos muito bem. Por 20€. 

O único problema do restaurante é mesmo o espaço. O sítio é frio, desconfortável, muita pedra, poucos recantos e uma luz sem aconchego. Era tirar a iluminação do tecto e pôr uns candeeiros e uns abat-jours, dar uma volta na disposição das mesas – e este Masala seria perfeito. 

Serviço impecável, mesmo que uma das empregadas só falasse inglês, que era um bom inglês.

  • Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Eu suspeito que grande parte do sucesso deve-se ao português que está na cozinha. João Frazão tem cara de miúdo do secundário e não está ali só para dar banho à pasta. Foi concorrente do Masterchef, em 2022, e já então teria uma predilecção por massas frescas – soprou-me alguém que conviveu com ele no programa. 

Sem o mediatismo de outras figuras do concurso transmitido pela RTP, no entanto, está a começar por onde mais dói: um restaurante de grande tráfego, sem autoria e sem palco. 

Esperemos que persista mais uns tempos e que a gerência tenha a sageza de investir nele e não mexer em mais nada – incluindo tudo o que é imperfeito. 

Deixem a decoração em paz, mantenham o chef feliz e o crédito controlado, a bela pasta e preços de país europeu de segunda (que é o que este rectangulozinho é, apesar dos bilionários). 

Os empregados podem até fumar no meio do serviço. Pode até servir-se um tiramisù uns pontos abaixo da pasta e a carta de vinhos ser pobrezinha. Haja ragu e tortiglioni de pistáchio, simpatia e consistência, boas farinhas e facturas de 20€. E lá estaremos de novo. 

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  • Campo de Ourique
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

O Teimar é uma cervejaria bonita e com dimensão de bairro, onde se procura fazer as coisas bem. A cozinha sabe da poda e o serviço esforça-se por cumprir, com simpatia e eficácia. Por esta refeição, com quatro imperiais, para duas pessoas, pagaram-se 70€. 

Estamos naquele nível de preços que se banalizou na cidade gentrificada, mas também é verdade que em poucos lugares se comem já ostras a 2,50€ e a relação qualidade/preço parece fazer sentido também nas bebidas, com opções democráticas. Oxalá, o tempo (abriu há menos de um ano) dê estaleca para a cozinha arriscar mais, com mais petiscos e marisco de ocasião.

  • Grande Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Não é fácil definir corrupio. A palavra, não o restaurante. O dicionário diz que pode ser um jogo de crianças, andar à volta ou um movimento muito intenso. No Corrupio não senti a cabeça a andar à volta, mas os sabores são muito intensos. Um verdadeiro corrupio de sabores. 

Fui sem expectativas. Um novo restaurante, sem pompa nem circunstância, num espaço simpático, mas simples, onde o balcão é o centro e as mesas são poucas, pequenas e próximas, no limite do conforto. Comecei a comer ainda com poucas expectativas e saí com a expectativa de voltar em breve.

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  • Benfica/Monsanto
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Filipe Marques trocou 13 anos de catering para financeiros e altos quadros da função pública na Quinta da Fonte Santa por um projecto seu, arriscado. Há dois anos que mantém o nível alto, em Benfica, sempre perto dos clientes. 

Para quem procura comida de qualidade, tradicional com uns toques de mundo, feita com carinho e atenção ao produto, o Re’Tasco bate aos pontos os nomes sonantes do costume, do Solar dos Presuntos a outros solares da cidade – com ou sem balsâmicos. 

Desta vez, a internet estava certa. 

  • Indiano
  • Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Há uma meia dúzia de anos que o Nepal Curry House permanece nas mesmas mãos. A carta é prolixa, com todas as secções do costume e os pratos separados pelo tipo de matéria-prima ou pela técnica: lamb, chicken, fish, prawn, tandoori. Há ainda uma dúzia de pratos vegetarianos.

Os caris são todos feitos de raiz, com alguns menos comuns, como o caril de peixe (pescada) com tamarindo, folha de caril e mostarda. E têm todos aromas perfumados de sementes e folhas de verdade, feitos por quem sabe de pós e poções. 

Resta dizer que a consistência do NCH é rara. Muitas casas do género abrem e fecham em poucos meses. A sua sobrevivência explica-se pela qualidade, pelo serviço, pelo bom senso de quem gere e pelo preço – quatro coisas que vão andando cada vez menos juntas, nesta cidade. 

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  • Benfica/Monsanto
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

O 1.º Direito dá-nos almoços bucólicos e frescos, entre madeiras velhas, taças e relíquias do rugby nacional. Cozinha caseira, bem feita, sem atalhos processados, que tem na sala um anfitrião de antigamente, educado e conhecedor. O sítio aceita ainda jantares de grupo ao jantar, para mais de 35 pessoas, o que é coisa rara nesta cidade. Difícil é arranjar vaga. 

Vão lá. Sejam educados. Não plaquem ninguém. E doping só o de uva fermentada. Com juízo.

  • Brasileiro
  • Avenidas Novas
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Quando vou comer a um restaurante de cozinha estrangeira, tento levar alguém desse país. Foi isso que aconteceu. A Gabi, de Salvador da Baía, conhece profundamente a gastronomia brasileira e sabe reconhecer uma boa moqueca de camarão. 

“Está muito saborosa. É uma moqueca diferente, tem louro. Mas sabe a comida de casa”, atirou, enquanto fazia bis na molhanga densa, cheia de pimento e cebola.

O Boteco Dona Luzia fica num sítio onde ninguém esperaria um boteco. Eis-nos no Saldanha, território de portugas, executivos e financeiros, gente que prefere gastar o almoço em crossfit do que em coxinhas de frango com catupiry.

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  • Grande Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Há conhecimento e condições na cozinha para mais, para afinar o que é essencial e deixar de fora experimentalismos instantâneos. Há produto, não de topo, mas acima da média. E há um espaço amplo e luminoso como poucos. Os preços são mais de Alvalade do que de Príncipe Real, mas estão a pisar o risco. 

As 4 estrelas lá em cima, em parte, são um voto de fé (as JMJ desceram sobre mim). Mas uma coisa é certa. O Cobaia não terá grande margem para falhar na comida. Alvalade está mais moderna e internacional, é certo, mas nesta Lisboa cada vez menos bairrista, continua a ser Alvalade. E continua implacável com o que lhe põem na mesa.

  • Frutos do mar
  • Belém
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

A Nunes Real Marisqueira assumiu a sua realeza. Alguns dirão até que talvez lhe tenha subido um pouco à cabeça... Uma coisa é certa, o novo espaço não deixará ninguém indiferente: imponente para uns, ostensivo para outros; luxuoso para os primeiros, excessivo para os segundos. Difícil de identificar um estilo, para além da inspiração náutica em inúmeros detalhes (incluindo duas enormes estátuas de Neptuno e uma sereia) e na predominante cor azul, reforçada pelos dourados que apelam ao luxo que se sente (e paga) na conta final.

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  • Beato
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

O restaurante, liderado por uma dupla de ingleses, arranjou um formato minimalista que funciona, é muito acolhedor e quase sempre saboroso. Tem cuidado na cozinha, no produto e no serviço, e a rotação da carta garante surpresa. Não é todavia uma tasca, já se vê. A pretensão inaugural de dar comida sofisticada ao povo, com preços de povo (português, bem entendido), desapareceu com a mesma rapidez com que os lugares foram esgotando. 

É o mercado, hipsters. É o mercado hipster. E não é pouco.

  • Italiano
  • Princípe Real
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Andamos a comer demasiadas burratas, demasiado más. É preciso critério. E o critério pode ser este: sempre que virem as palavras “burrata” e “Apúlia” (Puglia, em italiano) é para mandar vir. 

Numa cidade onde as burratas se tornaram nas novas trouxas de alheira, é difícil encontrar das boas. Neste Obicà, elas existem e a um preço decente e isso é uma dádiva que devemos agradecer e comer. 

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  • Carnide/Colégio Militar
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Já se sabe que encontrar um bom leitão à Bairrada em Lisboa é mais difícil do que encontrar um bom governo. Mas sucede que ele existe, algures em nenhures. 

O Eliseu é um sítio raro onde podemos comer leitão à Bairrada com segurança. A dose de leitão vale 22€. A dose de cabrito vale outros 22€. Com umas afinações em alguns pratos e no serviço, podia muito bem ser local de peregrinação domingueira. Ou se calhar é melhor assim.

  • Alcântara
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

O meu amigo convidou-me com esta apresentação: “É um restaurante de foccacias”. Respondi-lhe: “Tenho a minha capacidade para ingerir focaccias esgotada. Só vou se forem as melhores do mundo.” O meu amigo, que é dessas pessoas que deram duas voltas ao mundo em Birkenstock, ripostou então com uma chapada de luva gourmet: “Para isso, tens de ir a Bari.” 

Estará certo o meu amigo sobre Bari, mas não estava completamente certo sobre o Pausa & Crescente. O que aquilo é, para mim, é um óptimo restaurante para comer de manhã, à tarde ou à noite. E não há só focaccias. Não há só uma razão para isso, mas 16.

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  • Global
  • Cascais
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Há poucos restaurantes tão portugueses como o English Bar, nome por que é conhecido o Cimas Restaurante. Faz parte da história da restauração em Portugal, um dos poucos grandes clássicos que sobrevive e um dos que melhor representa a geração de galegos que ajudou a transformar o panorama dos restaurantes em Portugal. Mas, para além da história da nossa gastronomia, o English Bar é História de Portugal. Por ele passaram espiões e escritores, reis e políticos, antes e depois do 25 de Abril. Talvez nada represente melhor a continuidade de elites dentro da revolução portuguesa do que o facto de o primeiro-ministro deposto (Marcelo Caetano) e o que lhe sucedeu (Adelino da Palma Carlos) nele terem almoçado no dia anterior e posterior à revolução, respetivamente. O regime mudou, mas o restaurante não. Não indiferente, mas resistente às mudanças, o English Bar parece estar a viver uma espécie de ressurgimento. Não sei bem porquê, de vários lados me chegaram elogios e incentivos a revisitar este clássico. No meu caso, não houve Angústia para o Jantar (nome do notável romance do meu homónimo Sttau Monteiro ambientado no English Bar). Pelo contrário, senti que às recomendações recentes juntava a recomendação maior de todas, a de Luís de Sttau Monteiro, crítico e gastrónomo de eleição.

  • Belém
  • preço 4 de 4
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

O Feitoria está em forma e a funcionar como equipa. A sala mantém a decoração, mas parece outra, mais alegre e unida do que na minha última visita. De resto, André Cruz faz brilhar a sua paixão pelo produto (algumas coisas vêm de horta própria, no Pinhal Novo) e oferece uma boa relação entre luxo e achados, com atenção ao país onde vive.

Caso se mantenha o foco e o rigor no serviço, este Feitoria pode muito bem voar até às duas estrelas da constelação Michelin. O preço, de resto, já está nesse patamar. Se não optar pelos menus vegetarianos, conte com mais de 200€ por cabeça. Uma chatice. Uma delícia. 

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  • Português
  • Santa Maria Maior
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

A Casa Tradição é um bom embaixador da restauração portuguesa em Alfama. Seria muito fácil e tentador baixar a guarda, mas Samuel Mota é exigente e competente no que faz. A casa tem porventura demasiados twists para a apelidarmos de “tradição”, mas ainda assim é mais portuguesa do que outra coisa.

  • Grande Lisboa
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

Pediu-se a comida com nível “muito picante” e ela assim apareceu, sem descontos, que não estamos em território de turistas ocidentais. 

Atenção ainda às sobremesas, melhores do que a média. Há uma bebinca externa, “feita por uma senhora” (e não por uma fábrica de senhoras), há o típico kulfi, gelado em versões manga e pistáchio, há uma chamuça de chocolate com gelado; e uma tarte de pistáchio fofa e saborosa, sem excesso de doce. 

O serviço é simpático e os preços condizem. O menu de almoço custa 9,50€ e vale bem a pena, à carta, uma refeição farta não passará os 25 euros. Uma pechincha. Deliciosa. 

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  • Vegetariano
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • preço 2 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Numa altura em que tanto se discute novamente o tema da imigração, o Arkhe é mais um argumento a favor do quanto podemos ganhar com ela e com a diversidade que nos traz. Quando há foco, competência e confiança, a diversidade não traz confusão, mas sim criatividade com identidade. Que é o que fica claro ao longo de toda a refeição: percebemos que quem está na cozinha e na sala sabe bem o que quer e o sabe fazer bem. O Arkhe é o resultado do talento de um sommelier e chef de sala colombiano naturalizado francês (Alejandro Chávarro) e de um chef luso-brasileiro (João Ricardo Alves) que viajou por algum mundo talvez para, como diria T.S. Elliott, poder regressar agora às suas origens e verdadeiramente as conhecer. Talvez por isso o restaurante se chame Arkhe, que em grego significa origem, mas podendo significar quer um início, quer um domicílio. Acho que ambos neste caso.

Vou ser simples e directo: o Arkhe é um dos melhores restaurantes de Lisboa. Estive quase a dar as minhas primeiras cinco estrelas, mas um misto de prudência de recém-chegado e a percepção de que ainda há margem para melhorar fizeram-me ficar pelas quatro. 

  • Português
  • Chiado/Cais do Sodré
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Não vale a pena discutir-se da justiça da factura ou se isso é responsabilidade de André Magalhães e companhia ou se é culpa do país e do desgoverno de cinco séculos. O que é uma evidência é que estes preços são puxados para os portugueses ou, pelo menos, para o português médio, principal leitor desta rúbrica. 

O meu conselho, por isso, é que façam umas poupanças, escolham jantar em grupo de quatro pessoas e que reservem ou vão no segundo turno, mais relaxados, a seguir aos americanos. Outra opção — informou-nos uma das empregadas de mesa — são as tainadas servidas nos almoços de sábado, cozinhadas pelo próprio André Magalhães, a 27€ por cabeça, sem vinhos.

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  • Japonês
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Se quiser ir ao Japão ver as cerejeiras em flor, mas não tiver 2000 euros para os bilhetes de avião, a minha sugestão é que vá ao número 43 da Rua de São José. Não há árvores lá dentro, nem é Primavera, mas há quadros alusivos, um bom ramen e há Asuka Watanabe, que é das pessoas mais japonesas que se pode encontrar em Lisboa. 

A sensação de lá entrar é próxima de uma dessas lojas de comidas em Tóquio que vemos nos filmes. A porta está fechada, mas assim que alguém irrompe, a anfitriã atravessa as cortinas “noren” que separam a cozinha da sala e vem ao seu encontro. Os habitués têm direito a extra-carinho e extra-sorrisos, mas é toda a gente tratada como amigos de longa data. 

  • Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Serviço simpático, mais afinado na visita ao jantar do que ao almoço. 

Em síntese. O Jezzus entrega boas pizzas de fermentação natural, com produto de qualidade. Preços inflacionados (a média das pizzas andará pelos 15€), sobretudo tendo em conta as limitações do espaço.

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  • Marvila
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Em síntese: o Instituto do Lanche Nocturno, para além de ser o melhor nome de restaurante da década, entra directamente para o restrito grupo de casas chinesas autênticas, em Lisboa. Falta-me ainda bastante para desbravar a carta toda, que é extensa e hermética, mas esse é outro dos encantos do sítio. Os preços vão desde as espetadinhas a um euro até aos 35 euros pedidos pela sopa de sapo. Ou seja, pode gastar-se pouco ou muito.

De resto, não há nada assim em Lisboa. Longa vida ao Instituto do Lanche Nocturno. Para voltar, muitas vezes. 

  • Grande Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

A zona do Conde Redondo ganhou um restaurante bonito, com aroma asiático e um serviço acima da média, que gosta de nos ver felizes. Ainda há margem para melhorar na cozinha, mas este Luka já é uma boa opção para quem procura paragens a Oriente, sem abdicar de conforto e segurança. 

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  • Português
  • Alcântara
  • preço 2 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Quando pedem a um crítico que avalie um restaurante tradicional com o pretexto de que foi eleito restaurante europeu do ano pelo Conselho Europeu de Confrarias Enogastronómicas é fácil as coisas correrem mal. A multiplicação de títulos e premiações absolutas desse tipo, e sem que se conheçam os critérios de comparação, irritam-me. Ia de pé atrás e munido do cinismo de que se alimenta (literalmente) o sucesso de um crítico. 

O Solar dos Nunes venceu esse cinismo. Continuo a não acreditar nesse tipo de prémios, mas compreendo como o Solar dos Nunes fez seus os confrades do júri das Confrarias Europeias. Faz sentido que a aristocracia popular gastronómica que são as confrarias premeiem um Solar que tão bem representa a comida das confrarias.

  • Grande Lisboa
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Este Malagueta é um templo do entrecosto, com tudo o que o entrecosto deve ser. Bem sequinho e grelhado por fora, tenro sem se desfazer, gordo sem ser enjoativo, com batata frita em palito à travessa. Isto e a abrir uma salada, ovas grelhadas, azeitona britada à Algarvia, patés de sardinha da Manná para entreter, sobremesas clássicas para confortar — uma belíssima refeição por 17 euros. 

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Se quisermos tudo a que temos direito, podemos sair deste Nonna felizes, mas com menos 25€ no bolso — o que é excessivo para um fast food. 

A minha sugestão é, por isso, a seguinte. Vão num dia de sol, um grupo de três, no mínimo, e sentem-se cá fora, junto à escadaria. Peçam duas massas para dividir, uma focaccia (6€, boas, não sendo tecnicamente focaccias), troquem o vinho pela cerveja italiana Peroni (3€) ou pela Super Bock (1,5€), e peçam dois tiramisùs, também para dividir. Deverão pagar entre 16€ e 19€, conforme os cafés e as massas, mas sairão felizes e completos. 

Balanço Time Out

  • Filmes

Matthew Macfadyen. Se tivéssemos de resumir o ano televisivo num único nome, seria esse o escolhido. Como ninguém nos encomendou esse exercício, fizemos outro: sentámo-nos a olhar para o vazio, a recordar horas e mais horas de televisão, no streaming e no cabo, para cumprirmos o ritual de escolher as melhores séries de 2023. Aliás, as melhores séries que vimos em 2023. É um detalhe importante. Netflix, Disney+, Prime Video, HBO Max, Apple TV+, SkyShowtime, Filmin e ainda os canais de televisão linear, com destaque para os FOX ou os TVCine, entram na lista com muitas histórias novas, embora tenham sido as mais antigas a deixarem-nos pelo beicinho. Vamos ver.

  • Filmes

Os melhores filmes de 2023 chegaram de países como a Coreia do Sul, o Irão, a Irlanda, a Espanha ou a Rússia, e incluem uma longa-metragem de animação japonesa, Suzume, a "parte um" da última aventura da série Missão: Impossível e uma fita portuguesa, Great Yarmouth – Provisional Figures. Escolhemos 12 títulos entre os que se estrearam em Portugal ao longo do ano. Abaixo, encontra-os pela ordem em que chegaram às salas de cinema (e não por preferência). Se não os viu, agarre a oportunidade quando voltar a cruzar-se com eles.

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