25 ideias de coisas para fazer na Costa da Caparica

O nome do benfiquista mais famoso da Costa da Caparica é António Ramos, embora toda a gente o conheça por o Barbas. O restaurante que tem no paredão da Costa, O Barbas poderia ser uma extensão do Museu Cosme Damião, com fotografias antigas
e objectos ligados ao clube da Luz. No início de 2024, esteve em risco de fechar portas, bem como outros estabelecimentos de restauração na zona devido ao projecto de requalificação da Câmara de Almada. Mas, por agora, continua aberto, a funcionar normalmente. O marisco e o peixe são as estrelas da casa, a caldeirada é a especialidade.   

Diz-se que o nome da Praia do Castelo vem da casa em forma de castelo que se avista na estrada antes do acesso à praia. É uma das praias mais conhecidas da Caparica, frequentada por uma fauna mais jovem que se costuma juntar no bar da praia. Em terra e também no mar. É uma zona popular entre surfistas e é aqui que fica também a escola e surfcamp Duckdive. As aulas começam nos 40€.

Uma alternativa para quem já enjoou dos passeios à beira-Tejo, são estes passeios à beira-mar. O paredão da Costa da Caparica é exactamente o contrário daquilo a que muita gente chama de “o passeio dos tristes”. É o passeio dos alegres. Há skates, pranchas de surf acabadas de sair do mar, turistas e locais, bicicletas, esplanadas e muito chão de cimento para dar às pernas, a andar ou a correr.

Para quê andar a pé quando pode andar sobre rodas? Pode percorrer as praias da Costa da Caparica através da ciclovia da Estrada Florestal. Entre a Praça Nossa Senhora dos Navegantes e o cruzamento do antigo restaurante Giramar, são 4,6 quilómetros prontos a atravessar de bicicleta, trotinete, skate, ou patins. Se vem de Lisboa, não precisa de se preocupar: basta apanhar o ferry em Belém e ir até à Estação Fluvial da Trafaria. O transporte de bicicletas é gratuito e só tem de pagar o bilhete simples (1,45€).

A chegada do peixe à praia é sempre um momento emocionante, principalmente para as muitas gaivotas que esperam na areia. O aparato é grande quando as peixeiras começam a separar o peixe para ser vendido na lota por caixas. Há curiosos e moradores que preferem comprar o peixe ali mesmo, na areia, ainda a saltar. Esta tradição de pesca, a arte xávega, consiste em puxar as redes para terra. Já foi feita à mão, já foi feita com a ajuda de bois, e agora são os tractores a tratar do assunto e a criar um momento digno de um quadro. Siga as gaivotas para saber em que praia estão.

As pizzas são o grande chamariz, mas a boa onda do espaço é inegável. Assim que abrem portas, na avenida junto à praia, a esplanada compõe-se, numa mistura de portugueses e estrangeiros que tão bem caracteriza a Costa da Caparica hoje. A Blitz é, na verdade, o melhor retrato da mudança na zona. Depois de ter começado a fazer pizzas para os amigos e de ter tido uma food truck na Hungria, em Portugal David Liptay foi desafiado a voltar a pôr as mãos na massa. O forno destaca-se, a carta é simples. Há cinco pizzas com base de tomate e quatro com base de queijo. Nas foccacias, mais umas tantas opções.

Não é mesmo uma piscina. Em vez de água para dar umas braçadas, há antes umas mesas e cadeiras para se sentar a comer. Na praia da Fonte da Telha, este restaurante abriu pelas mãos de Bernardo e Manu, dois franceses a viver em Portugal, ambos ligados à restauração. Quanto ao menu, há uma longa lista de pratos para partilhar, com tudo o que se espera de um restaurante de praia, das habituais amêijoas à Bulhão Pato à salada de polvo e ao ceviche. 

A última praia da Caparica, a da Bela Vista, é boa para lavar as vistas. Tem uma zona naturista e foi uma das primeiras em Portugal a oficializar o nudismo. A Praia Dezanove é uma das praias gay mais conhecidas da Europa e o engate nas dunas funciona melhor que as aplicações para telemóvel. Não há grandes regras que possamos recomendar, é deixar que os instintos sejam o seu gaydar.

Não é o sítio ideal se quer estar longe da multidão. Aliás conte com gente, muita gente. Longe vão os tempos em que o restaurante da praia, Cabana do Pescador, era uma pequena cabana (consegue imaginá-la?). Agora é um dos muitos sítios na Costa onde se realizam casamentos e onde se come peixe. A caldeirada à pescador é uma das especialidades. Outro dos restaurantes da praia, o Delmare, também é bastante popular. Vá sem pressas.

Gelado de banana e vinhos naturais. A combinação pode soar estranha, mas é uma das atracções da Costa da Caparica. Primeiro, nasceu a The Wet Patch, uma loja virada para a nostalgia do skate e do surf dos anos 80 e 90, e só depois nasceu o pequeno balcão à entrada, entretanto baptizado de Pussy Galore. É aí que a combinação improvável tem lugar – uma carta de vinhos naturais generosa e gelados de banana com um extenso rol de toppings. No final, são autênticas estrelas de Instagram servidas em taças.

+ Esta loja junta vinhos naturais e gelado de banana à roupa nostálgica

A Fonte da Telha tem um areal enorme, mas não é a única coisa que tem para oferecer. É aqui que ainda encontra alguns bares de praia mais genuínos, como o Retiro do Pescador, um restaurante mesmo em cima da areia e com peixe sempre fresco. Quando chega, até lhe mostram o peixe do dia, para ver como está bem fresco. Aberto todo o ano, recomenda-se que faça uma reserva, já que o restaurante é bastante concorrido. 

Com capacidade para receber mais de 300 pessoas, o bar na praia do Pescador é um sítio sofisticado, e ao mesmo tempo descontraído, onde pode provar os pratos frescos do chef Pedro Henrique Lima, que trabalha com o chef israelita Udi Barkan, e ao mesmo tempo que se refresca com uma das muitas bebidas na carta. A cozinha é inspirada nos sabores mediterrâneos e vai da paella ao baba ganoush. A lista de cocktails também é longa. Além de restaurante, funciona como café e venue para eventos (musicais e não só).

Bem escondida entre vivendas que ali existem há décadas, numa pequena zona rural da Costa da Caparica, fica esta Casa Amar, o refúgio que a espanhola Grecia Gómez encontrou há pouco mais de um ano. De antigo armazém onde se arranjavam pranchas de surf a espaço de encontro para aulas de yoga, pilates ou meditação, foram precisos apenas uns meses. Tem apenas uma sala para as aulas, além de uma mesa grande à entrada e uma cozinha. Na parede exterior, um bonito mural. Há aulas de segunda a sexta-feira, nem todas dadas por si. “Eu quis criar um espaço onde a comunidade também se pudesse encontrar”, explica, revelando que há sempre uma programação a acompanhar as aulas. As aulas são vendidas por pacotes: duas aulas por mês, 22€; quatro aulas por mês, 40€; oito custam 65€. Uma aula apenas tem o preço de 13€. 

Não foi o primeiro clube de praia na Costa da Caparica, muito longe disso, mas foi talvez aquele que criou uma dinâmica que é hoje bem representativa do que é a Costa: um destino boémio e com pinta, que vive para lá do Verão. Chamar-lhe clube pode até ser redutor, acredita Nicolas Sainte-Claire Deville, que abriu o Irmão em 2020, com os dois irmãos, Nini e Romain. O restaurante tem mesas baixas e sofás com motivos étnicos e há uma tenda de DJ. Na carta, destacam-se as pizzas. Nas mesas ou no areal, há sempre pizzas a passar, até dentro de caixas, já que é possível pedir para take-away. São pizzas de fermentação lenta, que podem ter base de tomate ou de queijo. No programa nocturno, há concertos e actuações de DJs. 

É na Praia da Saúde que fica um dos mais conhecidos parques de campismo da zona e é por isso que a praia também é chamada de Praia do CCA (Praia do Clube de Campismo do Concelho de Almada). Para acampar, os preços começam nos 3,15€, se estivermos a falar de sócios e de uma tenda, porque as opções são várias. Também há teepees e bungalows. Enquanto lá estiver, há ainda a oportunidade de alugar um campo de ténis ou de jogos se assim quiser.  

Para quê esperar que o vendedor de bolas de Berlim apareça quando pode chegar
à praia já de barriga cheia? As bolas da Panicova, a padaria da Cova do Vapor, têm fama de ser as melhores da Margem Sul. A fama e o proveito. Com creme, sem creme, o preço é de 1,30€ cada. 

Mário Ribeiro não é um estranho na Margem Sul. Era ele o chef executivo do Sushic, o japonês que se tornou motivo de romaria em Almada, mas que em 2017 acabaria por fechar. Depois desse, teve outro projecto, mas também não correu da melhor forma. Pouco antes da pandemia, abriu o Honor. Não é um restaurante de sushi apenas, é antes sushi de autor, de fusão com os sabores da gastronomia portuguesa. Na carta, encontra makis, gunkans, sashimi e ossomakis, mas não só. 

A Praia da Rainha é a preferida das colónias de férias e de quem não quer sujar o carro com pó como se tivesse acabado de chegar do Sudoeste. A razão principal é o enorme parque de estacionamento pavimentado, bom para excursões e para as enchentes de fim-de-semana. A praia é vigiada e o restaurante Pelicano é muito popular para almoços de família aos fins-de-semana e para casamentos no primeiro andar, envidraçado e com vista para o mar.

Desde que abriu na Praia do Infante, o Casablanca Beach Lounge já viu algumas mudanças a acontecer. O espaço, que antes era branco, agora encontra-se em tons argilosos, e a área da praia, que também ganhou uma zona mais protegida dos olhares alheios, tem camas em que é possível comer. É um daqueles sítios onde pode deixar-se estar a fazer vários nadas. Manteve-se a zona das mesas na areia, um dos ex-libris do sítio, e a sala de grupos, mais afastada da praia. 

“Que sabor é que quer?” “Não sei.” “Temos esse.” Este diálogo é comum na Pintado, uma das gelatarias mais antigas do país, e uma das poucas a resistir às mudanças do centro da Caparica. Foi fundada em 1986 por Fernando Pintado, no tempo em que a Caparica prometia ser uma espécie de Cannes e que as pessoas se vestiam a rigor para passear na rua. Os sabores, esses, foram-se modernizando. Além de caipirinha, bagas goji e alfarroba, há o tal sabor Não Sei, “um mix de sementes caramelizadas”, explicam-nos, ideal para os indecisos.

Se é daqueles que nunca se levanta da toalha então esta praia não é para si. Os ventos da Nova Vaga, ou Nouvelle Vague, se quiser dar um ar mais chique à coisa, são bons para arejar as ideias, mas principalmente para se aventurar em actividades radicais como o kitesurf, o desporto oficial da praia. Há muitos praticantes no mar e em terra e, precisar de umas aulas antes de começar, a Boarder Club Portugal tem aulas de grupo (110€/3 horas). Uma coisa é certa, aqui o corta-vento vai dar-lhe muito jeito. 

Se o trânsito está a passo de caracol, nada como se dedicar
a uma travessa deles n’O Dias
dos Caracóis. O restaurante na rotunda da Tremoceira, na Charneca da Caparica, pertence a Manuel Cerqueira Dias, “pioneiro em Portugal na importação de caracol marroquino”, lê-se na descrição da casa. Quem não gosta da iguaria também se safa com petiscos como pregos ou saladas de polvo.  

Numa antiga quinta de casamentos e outros eventos do género,  nasceu o Caparica Village, uma espécie de food hall ao ar livre, onde tanto é possível comer um hambúrguer como uma carne grelhada ou umas panquecas daquelas super-instagramáveis cheias de tudo e mais alguma coisa. E depois há ainda o bar, já que o Caparica Village quer ser também paragem para se beber um copo, com as noites de fim-de-semana a serem animadas por um DJ. 

É o restaurante-bar de praia mais concorrido para casamentos mas durante os meses de Julho e Agosto dedica-se aos clientes que vêm aqui para petiscar, antes, durante ou depois de um dia no areal. Mas, é sobretudo para aqueles que querem beber um copo, há vinho, cocktails, champanhe, mojitos, caipirinhas, há algo para todos. No prato, as propostas chegam de várias partes do mundo, das bowls às pizzas. 

O primeiro passo é subir para a prancha. O segundo é tentar não cair à água. O stand up paddle é daquelas coisas para fazer indicadas para quem não sabe estar quieto na praia, ou para quem quer aventurar-se numa nova actividade. E não se preocupe, porque a Boarder Club Portugal tem aulas para que possa aprender a teoria e a prática. As aulas de grupo começam nos 30€ e as privadas nos 60€.