Hambúrguer da Musa
Mariana Valle Lima
Mariana Valle Lima

Os melhores hambúrgueres em Lisboa

Não foi uma tarefa fácil, mas tínhamos de o fazer. Muitas calorias depois, escolhemos os 13 melhores hambúrgueres em Lisboa.

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Escolher o melhor hambúrguer pode ser um tema muito sensível, como aliás acontece com qualquer outro prato que se aponte como supremo exemplar. Depende tanto daquilo que se procura como do que se gosta de comer. Há, no entanto, mínimos que têm de ser garantidos. A carne tem de ser boa e o pão também não pode ser um qualquer. Simples ou mais compostos, hambúrgueres há muitos, mas a verdade é que nem todos valem a pena. Andámos de mesa em mesa à procura dos melhores hambúrgueres em Lisboa. Voltámos a rebolar e com várias novidades na manga.

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Os melhores hambúrgueres de Lisboa

  • Lisboa

Quando Rafael Anaruma idealizou o The Wall Burger, ainda em 2019, imaginou uma cadeia de restaurantes “todos iguais, mas diferentes”, recuperando o espírito dos diners americanos de meados do século passado. Mas aqui não há representações do passado. Nunca foi essa a ideia. “Se pensarmos no boom dos hambúrgueres nos Estados Unidos, nos anos 50, o que acontecia era que os hambúrgueres eram bons, frescos, rápidos e baratos. Depois aconteceu a gourmetização dos hambúrgueres e aqui o que queremos fazer é um back to the basics”, diz o brasileiro. “Fazemos Smash burgers, aqueles hambúrgueres mais finos, sempre com carne fresca.” Há várias combinações, da mais básica com um smash burger duplo, queijo cheddar e maionese caseira (5,50€) a variações mais compostas como Egg bacon (7,80€), que junta ovo, bacon, queijo flamengo dos Açores e maionese da casa ao smash burger. O muro que dá nome ao restaurante, em Picoas, é uma alusão ao mural pintado por AkaCorleone, mas também “a todos os muros que têm de ser quebrados”. “Somos um lugar para todos.” Se tudo correr como planeado, até ao Verão chegará o segundo restaurante. “Devemos abrir em Odivelas”, revela o responsável. E aí um novo mural, assinado por outro artista, dará cor ao espaço. “É essa a nossa visão.”

  • Hambúrgueres
  • São Sebastião

À pergunta “onde é que se come um bom hambúrguer em Lisboa?”, a resposta é quase sempre imediata e consensual: Ground Burger. E não é para menos. Por mais hambúrgueres que possamos comer, há algo que continua a distinguir os exemplares deste restaurante colado à Gulbenkian (e também no Time Out Market). Pode ser o brioche feito em casa pelo menos duas vezes por dia e que chega à mesa ligeiramente torrado, pode ser a carne certificada Black Angus, ou até as batatas impecavelmente fritas, com alho e alecrim. O que é certo é que estes hambúrgueres artesanais são gulosos, sem serem enjoativos. Qualquer aposta é segura, mas para quem não gosta de arriscar, o Double cheeseburger, com queijo cheddar, pickles de pepino, cebola crua, ketchup e mostarda (13,95€) é a escolha acertada. O Chilicheese (15,95€) com chili com carne, queijo cheddar, pickles de jalapeño e cebola grelhada, e o Lobster burger (25,95€) – quando há –, com lavagante fresco com manteiga noisette, maionese de aipo com malagueta e raspa de lima e cebolinho, são opções arrojadas, que podem surpreender.

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  • Chiado/Cais do Sodré

Não há nada que Vítor Adão não faça com paixão e entrega, sem medo do que possam dizer. Quando no Verão abriu o Planto no Cais do Sodré, houve quem perguntasse porque é que o chef do Plano, restaurante de fine dining na Graça, estava a entrar também no negócio dos brunches. “O Alain Ducasse, por exemplo, tem brunch e tem várias estrelas Michelin. Nós somos pequenos, eu estou a marimbar-me”, dizia-nos então, desempoeirado, com a certeza de quem sabe que aplica a mesma exigência na cozinha seja em que projecto for, e seguro que de que o Planto não se resume a tostas de abacate, ovos e panquecas. Também há ceviches, tacos, katsu sandos e hambúrgueres. Tudo preparado com a matéria-prima que usa no Plano. “O produto está cá, a terra está cá. Eu continuo a ir buscar o queijo a São Jorge, continuo a ir buscar a barrosã a Trás-os-Montes.” E é essa barrosã, precisamente, que usa no hambúrguer com queijo da ilha, molho romesco, tomate coração de boi e brioche francês (14€). A ambição é a de ter “o melhor hambúrguer”. E não está longe da verdade. O melhor de tudo é que pode ser pedido a qualquer hora, seja logo de manhã ou mesmo à noitinha. 

  • Hambúrgueres
  • Grande Lisboa

Hambúrgueres em forma de óvni e com diferentes cores pode parecer coisa saída de filmes ou uma qualquer tendência do Tik Tok, mas é isso mesmo que se serve no Taste Invaders, em Alvalade. “Isto é um conceito coreano, o hambúrguer é todo selado”, explica Matias D’Errico, um dos sócios do restaurante. Até pode ser pelo aspecto que se caracterizam estes hambúrgueres, mas não significa isso que o sabor é descurado. As cores não estão lá só para fazer figura, estão para compor. O laranja, por exemplo, é um pão de cenoura, aqui servido no Crispy shrimp (9€ simples, 11,5€ com bebida e batatas), com camarão panado em panko, maionese de kimchi, pickles de cenoura e pepino e noodles de arroz. Uma opção com muita saída é o korean ossobuco (9€ simples, 11,5€ com bebida e batatas), que como o nome indica é um hambúrguer de ossobuco cozinhado a baixa temperatura, com molho barbecue coreano – que se diferencia pelo seu sabor fumado –, cebola frita, alface e tomate em pão brioche. E não estranhe a combinação de ingredientes, Matias explica: “Queríamos fazer uma coisa diferente, por isso fizemos aqui uma fusão de sabores mediterrâneos e asiáticos. Cada hambúrguer tem sabores bastante diferenciados.” Nem na sobremesa os óvnis foram deixados de fora, servindo-se gelados prensados em pão brioche (5,5€).

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  • Cervejaria artesanal
  • Marvila

Pedro Abril e Tiago Lima Cruz são prós em deixar-nos a lamber os dedos com as suas muitas invenções. De carnitas numa bola de Berlim a um tentador dog de polvo, um pica-pau al pastor ou uma waffle de pão de queijo, não há limites na cozinha e praticamente todos os meses há uma ou outra novidade, porque o que se quer é uma carta rodada e não uma mesa parada. A condição é que tudo seja bom. Seja na nova Fábrica da Musa, em Marvila, seja na Musa da Bica. Desde o Verão que Abril se divide, na verdade, pelas duas cozinhas e por isso o double og burger (9€) está disponível nos dois sítios. São dois smash burgers feitos em casa, levam cheddar, bacon e pickles de pepino, um molho caseiro a fazer lembrar o molho do Big Mac e um ketchup de chipotle. Também há a versão mais pequena, mas é o double que mais sai. “É o nosso manifesto do que um hambúrguer devia ser”, diz o chef. É irresistível, dizemos nós. 

  • Hambúrgueres
  • Avenidas Novas
  • preço 2 de 4

Primeiro, a polémica: no Burger Champ há um Francesinha burger (12,50€), que é exactamente aquilo que está a pensar, um hambúrguer coberto de queijo e mergulhado em molho de francesinha. Não fosse esta casa da nossa confiança e desconfiaríamos. Acontece que os irmãos Luís e Juan Castilho sabem o que estão a fazer, também porque a história deste restaurante é anterior à sua vida em Lisboa – a marca começou além-fronteiras, em Luanda. É possível que a carta, com pizzas, massas e risotos, além de hambúrgueres, deixe os mais cépticos de pé atrás, mas não será exagero dizer que aqui se comem alguns dos melhores hambúrgueres da cidade, como atesta o nosso crítico, Alfredo Lacerda. O Glamorous plus (11,90€) é o bestseller. Em três andares junta bacon crocante e prensado, cheddar e cebola caramelizada. “Tudo contido dentro de duas conchas de um óptimo brioche, praticamente sem miolo, como deve ser, só o suficiente para não espetarmos os dedos na maionese fumada”, garante o nosso crítico. O Double grill (13,50€), com dois hambúrgueres de 100 gramas, queijo cheddar, presunto pata negra desidratado, cebola crispy e molho de churrasco é igualmente apetitoso. Resta dizer que o pão é produzido artesanalmente no restaurante e os hambúrgueres são feitos com carne 100% Black Angus maturada.

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  • Alvalade

Começou como uma hamburgueria virtual do Grupo Sea Me, mas desde o ano passado que estes Olívia Burgers saltaram também para a carta dos restaurantes Prego da Peixaria (Algés, Saldanha, Alvalade). Com um pão brioche bem amarelinho, há 12 hambúrgueres artesanais, “ao estilo americano”, um deles vegetariano. As receitas são da mesma equipa dos pregos, a combinação é ligeiramente diferente. O Original (7€) leva manteiga de ervas, cebola roxa, tomate, alface e molho barbecue, mas nós somos fãs dos exemplares com queijo como o Cheese (7,50€), lá está, com queijo cheddar duplo, manteiga de ervas, pickles, alface, tomate e ketchup. Para mandar vir para casa, o preço é outro porque também inclui chips. 

DC Brothers

Tem a chancela de Olivier da Costa, mas o chefpreneur, como gosta de se apelidar, tem pouco a ver com isso. Desta vez, são os filhos, Lucas e Mateus da Costa, a fazer das suas. Decididos a criar uma marca de fast food que faça história na cidade, a dupla atirou-se aos hambúrgueres. Começaram por ter um espaço no Mercado de Campo de Ourique, mas recentemente fizeram um take over ao Savage, o restaurante virtual de Olivier, que agora se chama… Savage by DC Brothers. São oito os hambúrgueres, entre os quais dois prensados (um deles pornográfico, com queijo californiano Monterey Jack, ventricina italiana, cebola confitada, pickles e molho barbecue, 15,90€). O mais simples é o habitual hambúrguer com queijo cheddar, cebola caramelizada, pickles, ketchup e mostarda (8,90€). 

Disponível na Uber Eats. Seg-Dom 12.00-15.00, 19.00-23.30

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  • Hambúrgueres
  • Chiado

Pode um restaurante ser um espaço de afirmação política? João Carlos não tem dúvidas, de tal forma que quase se pode dizer que no Soul Burguer a comida é o complemento da mensagem. Quando o idealizou era para ter acontecido no Brasil, mas o contexto actual acabou por trazer este “cozinheiro antifascista” para Portugal. O espaço no Chiado foi a oportunidade que precisava para pôr de pé este Soul Burguer, um ponto de encontro inclusivo, com boa comida. “A minha ideia é realmente juntar gastronomia – o hambúrguer – e arte. Queremos movimentar a cena como a gente puder”, explica o brasileiro, que também dá espaço a artistas para criarem aqui uma pequena exposição. A música negra dá o mote. As vozes que ouvimos das colunas são negras, os nomes dos hambúrgueres são de artistas negros. Há o Stevie (11,50€), por exemplo, com 180 g de blend bovino, candy bacon, queijo gouda panado, sweet chili e maionese de ervas, e um inusitado Otis (10,50€), em que o onion ring dá lugar a um onion bacon, com creme de cheddar e farofa de bacon – por mais três euros é possível adicionar umas batatas fritas caseiras e gulosas e bebida. “Geralmente, você paga caro por um hambúrguer pequeno e às vezes nem tão bom assim. Tem uma coisa brasileira nos nossos hambúrgueres, e não é só o tamanho, acho que tem influências da comida brasileira, na maneira de preparar, no nosso tempero, que isso com certeza diferencia-nos.”

  • Cais do Sodré

Aberto no Verãoa na renovada Rua da Boavista, no Cais do Sodré, este Rebel Patties é irmão do Rebel Asian, ali mesmo ao lado. Mas se no rebelde asiático reinam os tons vermelhos (e a carta é bem composta), aqui é o azul a predominar. O sítio é cheio de pinta e o menu não tem nada que enganar, resumindo-se, essencialmente, a hambúrgueres e cocktails. Não são hambúrgueres enormes e pornográficos propositadamente, são cuidados e equilibrados para que ninguém fique a bufar depois de comer. O melhor exemplo disso é o master (12,90€), com carne Black Angus, cheddar, alface, pickles de cebola roxa e pepino e um ketchup de cebola. No Ibérico (11,90€), o hambúrguer é de porco perto, com cheddar, alface, jalapeño, pickles de pepino e maionese de katsuobushi fumado. 

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  • Grande Lisboa

A vista é para o Estádio da Luz, mas dentro da STAY – a nova hamburgueria do hotel Upon Lisbon, no Alto dos Moinhos –, não se liga a clubismos. Todos os adeptos são bem-vindos, até mesmo aqueles que levam o dragão ao peito. A decoração lembra uma selva urbana, com plantas por toda a parte e pássaros a enfeitar os candeeiros, e os néons na parede dão-lhe um toque instagramável. Na carta mandam os hambúrgueres, como o Fierce (11€), em bolo do caco, com presunto e queijo da Serra; o Blue jungle (12€), com queijo gorgonzola, rúcula e vinagre balsâmico; ou uma das opções vegetarianas, o Veggie (9,50€), por exemplo, em brioche de beterraba, com hambúrguer de grão de bico, agrião e maionese de caril. “O que tentamos diferenciar nos nossos hambúrgueres é o facto de serem caseiros. A carne, os molhos… Também temos uma variedade de oferta nas entradas”, diz Sara Alves, a responsável. As entradas – que ficaram do restaurante que ali habitava antes, um restaurante de comida tradicional portuguesa – também valem a pena. Os croquetes com molho holandês trufado (1,50€/unidade) e os ovos rotos (7€) são opções. 

  • São Sebastião

Uma figura verde com duas cabeças e oito braços destaca-se entre outras criaturas de mundos paralelos desenhadas nas paredes do Alto, um american bar no topo do Parque Eduardo VII. Essa personagem foi a forma que Goose, o artista residente, encontrou para representar o chef Dimas Cavallo e o foodie Tiago Drummond, os dois sócios e amigos. No menu criado pelo primeiro há hambúrgueres (com carne do Alentejo), uma opção vegetariana e outra de peixe e wrapinis, uma fusão entre o panini italiano tostado e o wrap americano. Para o que o aqui nos interessa, Tiago assegura que o Salerno (11,90€) é “o melhor hambúrguer de Lisboa e arredores”, e uma referência às origens italianas do chef. Leva carne de vaca, mozarela fresca, molho de tomate caseiro, cebola frita, pesto e rúcula.

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  • Hambúrgueres
  • São Sebastião

O nome não deixa margem para dúvidas. Há qualquer coisa (ou muito?) de asiático nesta hamburgueria que chegou a Portugal depois de ter feito sucesso na Alemanha, onde tem já quatro restaurantes (há também três em França, um na Suíça, um na Arábia Saudita e outro no Qatar). A ideia é servir hambúrgueres com ingredientes e receitas asiáticas. Parece arriscado, mas a verdade é que funciona. Existem os clássicos como o cheeseburger, mas vale a pena provar combinações mais ousadas como o Chilli Lemon (9,50€), uma proposta tailandesa, com queijo cheddar, pickles, molho de chili, maionese de limão, cebola roxa e tomate. O Bulgogi (10€), uma receita coreana, troca o hambúrguer por uma carne Black Angus marinada fatiada, à qual se junta cebola frita, maionese chili, molho coreano e teriyaki. O hambúrguer com o nome da casa é, curiosamente, feito com atum marinado, e leva folhas de shiso, alface, cebola roxa, coentros, maionese chili e molho teriyaki (11€). Todas as opções estão disponíveis em dois tamanhos: o normal (160 gramas) e o pequeno (110 gramas), excepto o Bulgogi que é servido com 120 ou 180 gramas. 

O mundo à mesa

  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só nos anos 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. E desengane-se se pensa que comida japonesa é só sushi. Na lista que se segue provamos-lhe que há muito mais a descobrir.

  • Italiano

A viagem é longa. Do norte ao sul, de costa a costa, Roma, Nápoles, Milão, Génova, a gastronomia italiana em Lisboa chega de todos os pontos, sem que precise de apanhar aviões para a degustar. E desengane-se quem pensa que Itália é sinónimo apenas de pizza. Pastas, risotos, polentas, ossobucos, lasanhas, tudo tem espaço nas cartas, sem esquecer as burratas, focaccias e os preceitos associados. A massa de fermentação lenta, pasta fresca, ou sobremesas como tiramisù e pannacotta. Nos últimos anos há cada vez mais – e melhores – espaços que nos trazem o melhor da cozinha do país em forma de bota e nós agradecemos.

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