Dim sum do Estoril Mandarim
Fotografia: Ana LuziaDim sum do Estoril Mandarim, um dos melhores restaurantes chineses da cidade
Fotografia: Ana Luzia

Os melhores restaurantes chineses em Lisboa

Há muito mais do que chop suey e banana fá si nestas mesas. Esta é a nossa lista dos melhores restaurantes chineses em Lisboa

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Os Golden Visa não melhoraram só o panorama do imobiliário da cidade. Depois de um período de crise, a cidade tem hoje dos melhores restaurantes chineses da Europa. A procura de comida chinesa autêntica e regional aumentou a olhos vistos e já não é tudo acompanhado com arroz chau chau, com rebentos de soja lá pelo meio e com a banana fá si de sobremesa. Desde o Martim Moniz até ao Estoril, consegue-se comer de tudo um pouco, mesmo que por vezes tenhamos de entrar em apartamentos alheios. Estes são os melhores restaurantes chineses em Lisboa para todas as carteiras (sim, que esta lista também contempla o fine dining chinês).

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Os melhores restaurantes chineses em Lisboa

  • Chinês
  • Cascais
  • preço 3 de 4

Quando os restaurantes se tornam instituições correm o risco de se acomodarem. Não foi isso que aconteceu com o Estoril Mandarim, que aliás teve renovação grande em 2018, com uma nova esplanada envidraçada para dar tanto para Verão como para Inverno. E continua a ser o melhor restaurante chinês de fine dining da Grande Lisboa (do país!). A lista de pratos e sobremesas é quase interminável: tem caldos reconfortantes, assados, barbatanas de tubarão e ninhos de andorinha, abalones e mariscos secos. E tem os dim sums mais delicados (só aos almoços) e com melhor produto, da responsabiliadde do mestre Chan Kam Leong, com origem em Cantão, no Sul, uma das suas principais atracções. É prova disso o siu-mai, que aqui leva ovas de caranguejo no topo; mas também o incomparável há-kau, a massa com as dobras perfeitas, transparentes, e lá dentro gambas e cogumelos brancos picados, ou os rolos de farinha de arroz, onde aparece sempre um toque de sofisticação no recheio, sejam espargos ou porco assado. É também obrigatório provar os pastéis de nata chineses: são da família dos de Belém mas superiores a muitas natas aclamadas. 

A não perder: Chu-cheong-fan, um dumpling com massa de farinha de arroz glutinoso em forma longilínea, a textura macia como cetim, com gambas e espargos verdes frescos, ambos cozinhados no ponto. 5,50€.

  • Chinês
  • Oeiras

Talvez conheça este Macau Dim Sum por Yum Cha Garden, mas o restaurante entretanto mudou de nome. O que interessa, todavia, é que tudo o que é feito por este restaurante, aberto em 2010 numa praceta residencial de Oeiras, continua a ser bom. Há quem lá vá pelo pato à Pequim, quem prefira os dumplings, quem nunca falhe as massas. Liu Yun Zhi é o chef da casa, um especialista em raviólis com passagem pela Holanda. Há mais de 55 dim sums diferentes, feitos na hora, só depois de o cliente os pedir. Quanto ao pato à Pequim é cozinhado sem saltar procedimentos. E são muitos e demorados, quase 24 horas de confecção, incluindo a secagem durante 12 horas (29,50€/inteiro e 15,95€/metade). O restaurante abriu um estabelecimento em Lisboa, ao pé do Centro Comercial Amoreiras, mas nós continuamos a preferir ir até à casa-mãe, em Oeiras. Vale a viagem.

A não perder: Rolos de farinha de arroz com gambas com mel, ou simples (3,75€), o pato à cantonesa ou as sopas wan tan e ácida picante. 

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  • Chinês
  • Lisboa

Foi a primeira montra a sério de dim sum em Lisboa e ainda hoje é absolutamente incontornável. A sala deste restaurante – também conhecido como o “chinês perto da Portugália”, para mais fácil reconhecimento geográfico – está sempre cheia de uma mistura ruidosa de gourmands (chefs com programas na TV incluídos, de Sá Pessoa a Ljubomir Stanisic), famílias chinesas (sobretudo aos domingos), macaenses e todo o tipo de pessoas que apreciam comida chinesa para lá do chop suey. É verdade que há quem critique o estilo da maioria das empregadas, pessoas de grande competência técnica, ferreamente monoglotas, sisudas e adeptas de uma gestão pragmática dos lugares disponíveis (insista em recusar os lugares junto à porta). Mas isso não desmerece nem a cozinha nem o menu, um verdadeiro tratado (extenso e ilustrado) de dim sums da zona de Cantão, que tem sido praticamente decalcado pelo resto da concorrência. Os dumplings são bons, mas o resto da comida também é de qualidade (grande sopa ácida-picante) e podem-se experimentar coisas mais exóticas, como as tripas, as patas de galinha e as línguas de pato.

A não perder: Raviólis de cristal com gambas. 3,95€.


  • Chinês
  • Parque das Nações
The Old House
The Old House

Foi o primeiro espaço a levar os apreciadores de cozinha chinesa ao Parque das Nações, um sítio que nos tem dado, surpreendentemente, cada vez mais motivos gastronómicos de visita (ora espreite aqui a nossa selecção dos melhores restaurantes no Parque das Nações). Vem directamente da região de Sichuan, conhecida por ser a mais gourmet do país e também a que mais uso faz de pimentas, chilis e malaguetas (aqui tem também a possibilidade de experimentar o efeito ma la, uma dormência na boca provocada pela combinação das pimentas de Sichuan, com a malagueta). Os produtos são de qualidade acima da média e o mesmo vale para a técnica dos cozinheiros, recrutados na origem. O equipamento da megacozinha tem muita aparelhagem de ponta, o que dará muito jeito se quiser reservar uma das bonitas salas privadas para um jantar de grupo.  Para além de coisas menos conhecidas, há também um bom pato à Pequim, servido com a pele solta (26,90€, metade).

A não perder: Frango The Old House (12,90€).

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  • Chinês
  • Martim Moniz

Para se descobrir o nome deste restaurante do Martim Moniz é preciso ler o papel com a licença afixado na parede, junto ao balcão. De resto, nem letreiro, nem menu, nem nada escrito em português. Talvez por isso, e porque o despojamento é total, alguns (muito poucos) conheçam o sítio por “cantina chinesa”. Entretanto imortalizou-se Mi Dai (culpa nossa, em parte). Aqui come-se uma excelente sopa de noodles com carne, entrecosto frito com alho, lulas com pickles de couve, caranguejo, espinafres de água salteados e outros legumes no wok. Para escolher é simples: aproxime-se do balcão frigorífico, mostruário do produto pronto a cozinhar, sempre com um ar fresco apesar de toda a envolvente, e aponte para as travessas que quer.

A não perder: Curgete roxa com carne de porco (5€).

  • Chinês
  • Martim Moniz
  • preço 1 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Às vezes é difícil saber o que é legal ou ilegal no Martim Moniz. O sítio parece-se com outros clandestinos de comida chinesa da zona – é só começar a desbravar as ruas do bairro da Mouraria para dar de caras com janelas abertas de onde saem cheirinhos mais ou menos exóticos (mas sempre apetecíveis) e portas semi-abertas, a pedir para entrar em casa alheia; siga sem medos que são restaurantes. Mas este tem anúncio na rua, na porta mesmo ao lado do supermercado chinês Hua Ta Li (um dos melhores da zona). No que para aqui interessa, importa que serve uma das melhores sopas de noodles chineses da cidade, que alimenta e bem – não pense que é só um caldinho. A massa é feita na casa, no momento, e o caldo tem um sabor profundo a osso e especiarias. Há várias modalidades, todas entre os 5€ e os 6€, mas nós sugerimos a clássica de porco, com um pedaço de entrecosto assado imerso, a desfazer-se. O ambiente é o de um restaurante popular de Pequim, sem requinte nem cuidados estéticos, cheio de chineses e de alguns tugas entretanto rendidos aos noodles. 

A não perder:
 Sopa de noodles com carne de porco. 5€.

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  • Chinês
  • Lisboa
Mr. Lu
Mr. Lu

Zhiaming Lu não fala português mas vale a pena tentar perceber os seus produtos. Há uns anos, Mr. Lu era uma figura de filme, um cozinheiro blasé que servia num apartamento da Rua do Benformoso, terminando as jornadas com um cigarro na sala de refeições. Do seu restaurante clandestino para a Rua António Pedro, em Arroios, com direito a montra e retrato do artista, foi um ápice. A carta mantém-se fiel ao período inicial do Benformoso, com destaque para uma secção inteira de picantes, onde se destaca a magnífica entremeada de porco picante à moda de Sichuan (6,80€). De resto, é um dos restaurantes da cidade a ter pernas de rã bem fritas e tem um excelente prato de assinatura do chef, o peixe com molho agridoce (12€). Há também vários pratos feitos no wok e muitas espetadinhas, sem nunca esquecer o mais típico pato à Pequim. Nas sobremesas há batata doce, banana, maçã ou ananás frito, todos com caramelo a pingar por cima. O serviço, frequentemente caótico, não apaga o valor de uma das cozinhas chinesas mais autênticas da cidade.   

A não perder: Carne de porco picante à Sichuan (6,80€). 

  • Chinês
  • Alvalade

Este Nova Ásia, mesmo em frente ao Centro Comercial Alvalade, onde está desde 1990, é um chinês para iniciados ou, se quisermos, para meninos (a Avenida de Roma está a menos de 100 metros). Mas às vezes é disso que precisamos: de um sítio para levar aquela pessoa relutante a chinesices; ou a outra que até gosta de cozinha étnica mas não come com pauzinhos (a mesa é posta com talheres); ou da que não dispensa um espaço com pinta, mesmo se o jantar for arroz chau chau, banana fá si ou pato, sobretudo pato. A fama do restaurante vem deste prato. Há as versões lacado à Pequim (médio 18€), assado à Pequim (pequeno 9€) e o especial à Pequim (para três ou quatro pessoas, 40€). As versões normais trazem os acompanhamentos do costume: panquecas, alho francês (ou cebolo) e molho hoisin (feito de pasta de feijão, vinagre e cinco especiarias, mistura anisada que os iniciados acham de sabor farmacêutico mas que se torna num exotismo essencial). O especial à Pequim inclui caldo, febras, a pele (maravilhosa, a lembrar leitão) – tudo de pato, claro – e legumes.  

A não perder: Pato especial à Pequim (40€, para três ou quatro pessoas).

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  • Chinês
  • Oeiras

O antigo Dim Sum do Cacém mudou-se em 2014 para Oeiras e ganhou um restaurante do tamanho de uma sala de banquetes, com mesas bem-postas e candeeiros coloridos e ofuscantes. De resto, estamos na casa de gente de Macau – e isso nota-se em alguns pratos da carta que só há aqui, influenciados naturalmente pelos ventos de Cantão, mesmo ali ao lado. Se estiver sozinho e sem nada para fazer, entretenha-se a desvendar a lógica da numeração dos pratos da carta (há mesmo 531 pratos? o que significa o “A” antes do número e o “b” depois do número?). Qualquer dúvida, a simpática dona tem sempre o prazer de explicar tudo em português fluente. Há um sem fim de dim sums ao vapor, fritos ou grelhados e até a versão doce. Também tem outra opção digna dos foodies mais corajosos: há quatro menus surpresa (A, B, C e D) com mais ou menos pratos (a partir de 11,50€ por pessoa, no mínimo duas pessoas). 

A não perder: Alface com carne de pato. 1,95€ (a unidade).

Mais restaurantes em Lisboa

  • Brasileiro

Não lhe vamos falar de rodízios de carnes grelhadas em situações all you can eat ou restaurantes onde o buffet se vende ao peso. Nada contra, mas nesta lista, o caminho vai ser outro, pelos quitutes, esses petiscos pequeninos para matar a fome aqui e ali, pela Bahia, com os seus clássicos como o óleo de dendê, o camarão seco, os coentros ou o leite de coco, e pelos ingredientes brasileiros que nos últimos anos ficaram na moda deste lado do Atlântico, como a tapioca ou o açaí. Reunimos uns quantos sítios para comer comida brasileira em Lisboa onde há variedade no receituário e que estão – esperamos – a abrir caminho para mais restaurantes brasileiros em Lisboa. É que samba sem um prato à frente não enche barriga. 

  • Peruano

A cozinha peruana é uma das que mais curiosidade desperta na cidade: o Qosqo foi pioneiro desta gastronomia ali para os lados da Sé e o chef Kiko com A Cevicheria criou o buzz máximo em torno dos pratos do Peru. Entretanto o grupo Portugália abriu o Segundo Muelle, o chef peruano Diego Muñoz juntou-se ao império Avillez e abriu uma Cantina dentro do Bairro e até aprendemos o que é a cozinha nikkei. Mas há mais palavras-chave para além do ceviche que deve conhecer quando entrar num restaurante peruano (e esqueça essa ideia de ser tudo comida crua): as causas, ou causitas, são pratos em que o ingrediente principal é a batata; os tiraditos são fatias de peixe, finas, ao estilo carpaccio, mas temperadas com diferentes molhos, ají é uma malagueta com muitas variedades; anticuchos são espetadas na brasa; chicharrón são pedaços de carne ou peixe panados e os tacu tacu pastéis feitos com arroz e feijão e vários recheios possíveis.  Pelo meio, brinda-se com pisco sours, cocktails que juntam aguardente de uva pisco com limão.  Siga o roteiro dos melhores restaurantes peruanos em Lisboa. 

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