Luminosa by Furnas
Fotografia: Manuel MansoLuminosa by Furnas
Fotografia: Manuel Manso

As melhores cervejarias em Lisboa

Mande tirar os bichinhos do aquário e peça um prego para a sobremesa nas melhores cervejarias em Lisboa.

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Olhe os néons à entrada, cumprimente o empregado de camisa irrepreensível, faça um adeus às lagostas de molho. É por aqui o caminho para as melhores cervejarias em Lisboa, para as antigas, as mais carismáticas e as mais recentes. E ainda lhe arranjamos uma que lhe serve um brunch todos os domingos. Preparámos-lhe um verdadeiro menu com tudo o que se espera de uma cervejaria ou marisqueira lisboeta: por aqui há saladinhas frias, pratões ornamentados de marisco nacional, travessas de alumínio com ameijoas à Bulhão Pato, um pratinho de salgados, tachinhos com açorda e um prego no final. Não se preocupe com as imperiais, são tiradas por profissionais.

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As 20 melhores cervejarias em Lisboa

  • Estrela/Lapa/Santos

Não é difícil comer que nem um príncipe na casa real de Alcântara. E nem precisa de chegar ao marisco, porque aqui há pratos do dia capazes de ser a especialidade da casa, como a cabidela feita todas as terças-feiras. A honrar a tradição, esta cervejaria dos anos 1980 mantém os bancos altos ao balcão para que qualquer solitário ou apreciador da conversa dos funcionários aproveite a sua ameijoa à Bulhão Pato, os percebes das Berlengas, os cavacos dos Açores ou o pica-pau com molho glutão — o tempero secreto e especial da casa que tanto aparece em carnes como esta ou o leitão da bairrada, ou em mariscos, como o lavagante ou a lagosta. Se acha que este balcão é demasiado faustoso para um cavaleiro solitário (enfim, sempre estamos no Palácio), peça antes um pratinho de caracóis, que já se está no tempo deles.

  • Grande Lisboa

Mesmo em cima do Tejo, este farol traz luz às mesas de peixe e marisco há mais tempo do que qualquer outra casa no distrito de Setúbal. O painel de azulejos de uma das paredes marca o ano de 1890 e mostra o antigo farol, ali perto. Noutra parede, estão os actuais cacilheiros e, se vier à entrada, a pintura torna-se real: esta cervejaria de dois andares está mesmo à beira da estação dos cacilheiros, com vista privilegiada sobre Lisboa. Lá dentro, nos dois andares serve-se todo o tipo de peixe na brasa ou na grelha e as estrelas são os mistos de marisco – travessas com combinações de bichinhos já feitas pela casa, que vão dos 32€ – com sapateira e gambas – aos 124€ –  com camarão de Moçambique frito, camarão tigre grelhado, sapateira, gambas, gambas al ajillo, amêijoa e lagosta. Vem tudo decorado que nem um museu de naturezas mortas.

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  • Santa Maria Maior

Eis uma aliteração que muito amante de cervejaria lisboeta conhece de trás para a frente.O bife do lombo vem marcado e mal passado, mergulhado num molho de alho, manteiga e vinho – tudo intuitivo e ainda assim a especialidade desta casa. A acompanhar, há arroz de alho ou batatas fritas às rodelas e, para os que não podem viver sem calor, há o picante da casa. Com mais de três décadas de história, a cervejaria Pinóquio teve de sair da Praça dos Restauradores provisoriamente, devido a obras no edifício da casa. Está agora no número 54 da Rua de Santa Justa mas mantém o serviço simpático e a qualidade habitual. 

  • Cervejarias
  • Avenida da Liberdade
  • preço 4 de 4

Já foi lugar de uma brasserie — a Brasserie Flo — mas “Lisboa, não sejas francesa”, disse o Tivoli. No início de 2017 converteu o espaço numa cervejaria de produto português e requintado: há pica-pau do lombo, uma casquinha de santola recheada com a carne deste crustáceo, mostarda, gema de ovo e alguma pimenta; e uma mousse de chocolate que entrou para o top cinco das mousses lisboetas de Marta Brown, a crítica da Time Out que deu quatro estrelas a esta casa da Avenida da Liberdade. Nem tudo é boa e velha tradição de cervejaria nesta casa que tem no seu menu ceviches, sushi e sashimis.

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  • Cais do Sodré

“O melhor marisco é aquele que está vivo”, afirma Manuel Aguiar, responsável pela Marisqueira Azul. E assim se justifica o aquário de 3,20 metros, residência (muito) temporária de lagostas, sapateiras e santolas. A casa dedicada ao marisco no Time Out Market levou umas obras para refrescar o espaço e aumentar os lugares ao balcão mas mesmo assim não foi suficiente para dar resposta a tanta procura. Vai daí fizeram crescer a marca, agora respondem apenas pelo nome azul, e além desta casa no Time Out Market, abriram uma outra, muito maior, no Terreiro do PaçoEstão lá todos os clássicos. Os percebes continuam a vir das Berlengas, há gambas frescas do Algarve e cavacos dos Açores. Há peixinho grelhado e mariscadas à séria para partilhar. 

  • Frutos do mar
  • Belém

Não é tão antiga quanto o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém ou o Padrão dos Descobrimentos, mas a Nune’s Real Marisqueira é um dos monumentos que merece visita em Belém. A gamba do Algarve cozida em água do mar é um dos mariscos mais pedidos nas mesas desta casa, mas a ementa guarda surpresas como caris de lavagante e gambas, filetes de lavagante com arroz de gambas, filetes de peixe galo com arroz de ovas, entrecôte maturada ou picanha de wagyu.

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  • Cascais

No dia do trabalhador não há Eduardo das Conquilhas não só porque é feriado, mas especialmente porque é dia de festejar o aniversário de Eduardo dos Santos, o fundador desta casa com mais de 50 anos. Instalou-se aqui para vender uns pastéis de bacalhau e croquetes, mas rapidamente criou viveiros para abastecer a cervejaria e o negócio resultou de tal maneira que já ninguém se lembra de pedir um rissol quando pode pedir uma sapateira recheada ou um bife à Eduardo. Para comer as conquilhas num molho de coentros, alho e azeite que dão nome à casa vai ter de esperar – por agora estão no defeso. 

  • Frutos do mar
  • Oeiras

A maioria do marisco do Relento vem da costa portuguesa. Na vitrine à entrada, os únicos estrangeiros, ao lado de saladas frescas cobertas de maionese, são as pernas gigantes dos caranguejos do Alaska. Tomé, um dos sócios da casa, lembra-se de vir para aqui em miúdo passar tempo, quando o pai trabalhava na casa onde se consumia essencialmente cerveja. Quando a nova gerência pegou no sítio, há coisa de 35 anos, instalaram-se os aquários onde se vêem ainda os bichinhos e começaram a servir marisco. Dessa época perderam-se as tacinhas onde se servia a mousse – a última partiu-se há pouco tempo – mas mantêm-se operacionais as formas em alumínio de pudim, cheias de amolgadelas que dão personalidade. É este último a especialidade da casa no que toca aos doces. Antes disso vá acamando a refeição com uns rissóis, pastéis de bacalhau e chamuças, tudo caseiro. Pergunte pelos croquetes (que não estão na carta) e pode ser que tenha um dia de sorte.

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  • Sete Rios/Praça de Espanha

Sabemos que entrámos numa cervejaria legítima quando vemos os copos para de túlipa pendurados de pernas para o ar por cima do balcão e os empregados ágeis enquadrados por uns presuntos também eles a pender do tecto. A variedade de marisco na ementa confirma esta primeira suspeita e uma das especialidades é mesmo uma maionese de lagosta, isto é, uma salada fria com pedaços do bicho e maionese caseira. No entanto, o prato que justifica peregrinações ao local não vem do mar nem do rio, mas sim da Bairrada. O leitão à Marquês de Palma é assado no restaurante com pimenta preta, pimenta branca, alho e um segredo que não nos desvendam.

  • Português
  • Santa Maria Maior
  • preço 3 de 4

Muita história e arte já aconteceu à barra do Gambrinus desde a sua abertura nos anos 1930. E podíamos estar a falar dos encontros políticos, das figuras da cultura e dos negócios que marcavam lugar assíduo ao balcão no século passado, mas quando falamos de arte pensamos antes nas torradas finíssimas com manteiga que aparecem assim que alguém se senta, no presunto cortado a preceito, nos pregos do lombo e nos campeões, os croquetes feitos há décadas segundo a mesma receita secreta. São servidos quentes e com mostarda e acabam com qualquer tristeza possível pelo facto de não se estar numa das salas interiores, onde a carta com especialidades portuguesas e alemãs se mantém intocável há anos, a comer caviar e a assistir ao espectáculo dos crepes Suzete.

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  • Frutos do mar
  • Intendente

Qualquer que seja a série sobre a comida lisboeta terá garantidamente uma visita ao Ramiro e no entanto esta não é uma armadilha para turistas. A única armadilha são as filas intermináveis que vão ganhando tamanho com o avançar da noite. Tudo começou nos anos 1950 com uma casa de pasto onde se servia vinho ao balcão, depois vieram os tanques cheios de bichos vivos no andar de baixo e com eles especialidades como as amêijoas à Bulhão Pato, as ostras, os carabineiros, as gambas grelhadas – tudo sem truques. Sobre qualquer coisa que não seja marisco não há muito a dizer. Come-se uma carne do lombo, pedem-se uns queijinhos de Azeitão, da Serra ou Manchego e come-se um prego no final, naturalmente, que, como aprenderam rapidamente os estrangeiros que filmam documentários nesta cidade, não há outra sobremesa possível.

  • Alvalade

A razão para o nome não é consensual, nem mesmo entre os empregados desta cervejaria. Uns dirão que os pratos são sem palavras, outros que os próprios empregados de balcão e mesa não são de grandes conversas. Confirmamos ambas as teorias. Aqui as saladas de polvo (e de ovas, quando há sorte) são ex-líbris e os pregos da vazia ou do lombo vêm com um forte travo a alho dentro de um pão de mistura  leve  que chega a este restaurante às centenas, todos os dias. Do marisco à comida de tacho, boa parte do produto vem do Mercado de Alvalade, ali ao lado. É ainda um bom sítio para fazer daquelas viagens no tempo de que o Nuno Markl tanto gosta, já que aqui dentro ainda se fuma.

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  • Cascais

É uma marisqueira que se preza em Cascais e é também sítio para comer um bom prato do dia a preço de amigo: tanto pode ser uma cabidela de galinha ou umas pataniscas com arroz e, com uma bebida, não vai ultrapassar os 8,50€. Almoços rápidos de dias da semana fora, o Mastro está cheio de lingueirão, amêijoas à Bulhão Pato, percebes, berbigão e conquilhas para debicar enquanto se viram imperiais na sala do restaurante dedicada aos petiscos. Na outra, pedem-se refeições mais compostas, que vão do arroz de marisco e bacalhau com natas aos chocos à guilho, feitos com muito azeite e alho, uma das especialidades da casa.

  • Frutos do mar
  • Benfica/Monsanto
  • preço 2 de 4

Não é uma marisqueira enorme, daquelas com dezenas de jantares para 15 pessoas a acontecer ao mesmo tempo, nem tem alaridos à porta; tem a cozinha aberta para a sala e uma ementa curta e directa ao essencial de uma marisqueira que dispensa os maiores faustos. Entre os mariscos, há percebes, canilha, gamba tigre, camarão e amêijoa do Algarve, e nas carnes, dois pregos possíveis: o Sonhé, do pojadouro, e o Especial, de uma parte mais tenra do mesmo corte, ambos “cheios de alho em pão de carcaça estaladiço, do melhor no género em Lisboa”, palavra de Alfredo Lacerda, o crítico da Time Out que deu à Boa Esperança quatro estrelas.

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  • Cervejarias
  • Intendente

No tempo em que os empregados deitavam propositadamente cascas de tudo e mais alguma coisa ao pé do balcão, Joaquim Pereira saiu do Ramiro. Era uma maneira de mostrar que a casa trabalhava com muitos clientes, explica atrás da barra da Marisqueira do Lis, agora completamente asseada. Saiu da histórica cervejaria para ser o seu próprio patrão em 1973 e fundou, com outros sócios, umas portas acima, esta cervejaria onde muitos entram, sentam-se e apontam para  imagens no telemóvel a perguntar “é aqui o Ramiro, não é?” Explicam que não, mas ninguém se vai embora. Comem os pregos do lombo ou da vazia, os mariscos e as peças de carne ou peixe na vitrine, cozinhadas na hora. A camaradagem com os vizinhos é garantida: “trabalhamos com o mesmo produto, às vezes acaba-se o pão lá ou aqui e vamos lá pedir, e eles vêm aqui”.

  • Cervejarias
  • Benfica/Monsanto
  • preço 2 de 4

“Não temos Caracoletas infelizmente”, diz Inês, que se mantém há 24 anos no Edmundo no contacto com o público. Para os rastejantes grandes e grelhados tem de ir à concorrência, mas para tudo o resto pode ficar por casa, que é como quem diz, por esta cervejaria com cerca de 50 anos. Quando chega o tempo quente, as tachadas de caracóis são uma das especialidades capazes de encher os dois pisos com cerca de 200 pessoas. Aos jantares, Inês esforça-se nas travessas com mariscos ao quilo: enfileira ostras, alinha os camarões e ao centro, espeta umas canilhas numa metade de limão. Ao almoço, mais raramente há destes arranjos florais, mas há cozido à portuguesa todo o ano (às terças), arroz de tamboril às quartas e de pato  às  quintas – tudo  coisas que enfeitam muito bem e mesa.

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  • Lisboa

Já teve mais do que um dono. O último chegou em Novembro de 2016 e veio da Ericeira, da Esplanada das Furnas, o restaurante de peixe e marisco completamente virado para as ondas bem perto do centro da terra. Dessa vila piscatória vieram também alguns dos pratos mais procurados pela clientela fixa, como o bacalhau à lagareiro, o arroz de polvo com gambas e a muamba, servida às terças e sábados. Por todo o lado esta marisqueira grita mar, desde o aquário, onde há lavagantes e lagostas, aos carregamentos de marisco e peixe diários vindos lá da Ericeira, não esquecendo as traineiras, pequenos barcos cheios de mariscos dispostos como numa obra de arte. O tecto também não escapa – aí vive um grande peixe-pescador (aquele feioso com uma luzinha a apontar para dentro da boca cheia de dentes) feito a partir de lixo encontrado numa das praias da Ericeira pelos Skeleton Sea.

  • Cervejarias
  • Lisboa
  • preço 2 de 4

Vista sobre os telhados e o rio da cidade, decoração moderna e wraps de sapateira. Esta cervejaria aberta por Francisco Nobre em Março deste ano trouxe este tipo de novidades, mas mantém-se também fiel à tradição das mariscadas servidas em largas travessas, das gambas al ajillo, das ameijoas à Bulhão Pato ou do marisco ao quilo, que neste caso vem dos viveiros do Guincho. O peixe vem do Mercado da Ribeira e pode ser grelhado, cozinhado em caris ou em arrozes malandros. Peixe não puxa carroça? Com certeza: há um tornedó à D. Quitéria, servido com molho de natas e cogumelos Portobello ou um ribe-eye maturado.

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  • Frutos do mar
  • Cais do Sodré
  • preço 3 de 4

Ainda que não seja para cair de cabeça numa mariscada, o Cais ao Mar é sítio para servir um almoço mais económico inspirado em tudo o que vem da água, de terça a sexta. Por dez euros, almoça-se a sugestão do chef, que tanto pode ser uma açorda de gambas, uma massada de sapateira ou o atum dos Açores. João Mendes Esteves e César Lourenço saíram da sociedade do Pesqueiro 25 para abrirem no início deste ano uma marisqueira a preceito, com marisco cozido em água e sal e sem grandes invenções nesse capítulo. Deixaram a criatividade para um creme de carabineiro, a especialidade da casa no que toca a caldinhos.

Petiscos em Lisboa

Reza a lenda que o prego foi inventado na Praia das Maçãs por um tal de Manuel Dias Prego, que em 1800 e troca o passo teve a ideia peregrina de enfiar um bife de vaca entre duas fatias de pão. E a tradição mantém-se viva até aos dias de hoje. Seja nas melhores cervejarias, em tascos pacatos e sem pretensões ou até em restaurantes com a assinatura de grandes chefes, há muitos e bons pregos onde enfiar o dente em Lisboa. Estes são os melhores, sejam eles clássicos ou interpretações modernas do pitéu.

De férias ou com vontade de um bom after work, nesta lista de restaurantes de marisco em Lisboa vai encontrar boas opções no centro da cidade (com mais ou menos filas de espera, mas sempre bem fresco) ou à beira-mar, para comer marisco com os olhos postos no horizonte. Há aqui verdadeiras instituições da cidade ou recém-chegados, o que interessa é que o Verão chama por camarões e lagostins, bruxas e amêijoas, percebes e ameijôas, canilhas e ostras. Tudo bem rematado com uma toalhita com aroma de limão e um prego do lombo, a mais tradicional sobremesa de marisqueira. 

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Este é o roteiro perfeito para quem não é egoísta à mesa e gosta mesmo é de partilhar tudo, das amêijoas aos petiscos mais internacionais. Para almoçaradas de amigos, finais da tarde depois da praia, para melhorar dias de chuva, para lanches ajantarados ou até para jantares fora de horas. A arte de picar é bem típica portuguesa e calha bem a qualquer hora do dia ou qualquer refeição. Descubra aqui os melhores restaurantes de petiscos em Lisboa, peça uma série de pratinhos em vez de um prato principal só para si e partilhe sem vergonha.  

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