Dom Feijão
Francisco Romão Pereira
Francisco Romão Pereira

14 restaurantes minhotos em Lisboa para comer bem e à grande

É provável que já tenha acabado à mesa de um restaurante minhoto em Lisboa e nem se tenha apercebido. É aqui que pode comer lampreia, polvo, cabrito ou rojões.

Cláudia Lima Carvalho
Publicidade

A restauração lisboeta é um viveiro de minhotos. A razão, de forma muito sintéctica, é esta: no grande êxodo rural, muitos foram os que viram na capital uma oportunidade de melhorar a vida, especialmente depois do 25 de Abril. Do Minho, trouxeram os saberes, as tradições e, acima de tudo, o receituário. Estes restaurantes minhotos em Lisboa sabem a casa, até para quem nunca pôs os pés no Minho (se é o seu caso, talvez esteja na altura de corrigir isso).

p.s. — Como vai reparar pelas recomendações abaixo, são vários os restaurantes courenses na lista. Esta que vos escreve pede, desde já, desculpa. São as saudades de casa.

Recomendado: Os melhores restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa

Restaurantes minhotos em Lisboa

  • Português
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade
  • Recomendado

Nesta casa courense – entenda-se, de pessoas de Paredes de Coura – não há prato que desiluda, sendo a massada de peixe, o polvo à lagareiro e os bons grelhados – quer de carne, quer de peixe – uma aposta sempre segura. Na altura certa, é dos melhores restaurantes da cidade para comer lampreia, vinda precisamente do Alto Minho. Já nos dias de cozido à portuguesa (quarta-feira e sábado) o melhor é chegar cedo porque são especialmente concorridos. Das entradas às sobremesas, o difícil é deixar passar alguma coisa.

  • Alvalade

Paredes de Coura fica no coração do Alto Minho, mas a viagem a norte é possível n’Os Courenses, um popular restaurante de origens minhotas virado para um pequeno jardim. O cozido à portuguesa é dos pratos mais badalados da casa e sai às quinta-feiras e sábados, mas há sempre pratos do dia, que podem passar por um cabrito assado no forno ou filetes de polvo. A comida é um chamariz, mas Manuel Braga, um dos sócios, sublinha que outro segredo do sucesso do restaurante são os funcionários, que têm muitos anos de casa e conhecem toda a gente.

Publicidade
  • Português
  • Baixa Pombalina
  • Recomendado

Foi um galego que abriu o restaurante – como aconteceu com grande parte da restauração da época –, em frente ao antigo animatógrafo do Rossio, numa altura em que ainda havia carroças
a passar, corria o ano de 1944. Mas, hoje, a Merendinha do Arco está nas mãos do minhoto David Castro. Os bons pratos e petiscos desta casa são obra da mulher, Fátima. O ambiente de tasca está lá todo, desde o balcão de alumínio aos garrafões pendurados na parede. Serve refeições completas a toda a hora e 15€ costumam chegar para sair satisfeito.

  • Português
  • Campo de Ourique
  • preço 1 de 4
  • Recomendado

Se há casa mais minhota do que esta em Lisboa, nós não conhecemos. E muito se deve ao senhor João, a alma do restaurante, bem como a dona Adelaide, que toma conta da cozinha como ninguém. Sem qualquer pretensiosismo e com toda a simpatia, o casal natural de Ponte da Barca recebe-nos como se da família fizéssemos parte – e a magia é que isto vale tanto para clientes de sempre como para alguém que ali chega pela primeira vez. Dependendo dos dias, há bacalhau à minhota, chanfana, cozido à portuguesa ou cabrito. Na altura certa, também a lampreia se consegue.

Publicidade
  • Lisboa
  • Recomendado

Se o Solar dos Presuntos é hoje um bastião da comida tradicional portuguesa é a Evaristo Cardoso, que morreu no final de 2022, e à sua mulher Maria da Graça, que o deve. Foi o casal, vindo de Monção, que abriu o restaurante apostado em servir o melhor da sua região. Quase 50 anos depois, é o filho, Pedro Cardoso, quem está à frente da operação, com um restaurante hoje bem maior e mais moderno. A “alta cozinha de Monção” mantém-se o mantra, sendo o Solar dos Presuntos uma aposta sempre segura. Mesmo que se possam fazer algumas actualizações no receituário, ainda são as receitas de Maria da Graça que prevalecem.

  • Estrela/Lapa/Santos

É mais uma casa minhota com raízes em Paredes de Coura, modesta como há muitas a fazer história e tradição em Lisboa. Com poucas mesas, não há momento nas refeições em que a azáfama acalme, tal é a procura, tanto de clientes habituais como de turistas que acabam ali a comer (alguns levados pela mão de guias que conhecem bem os nossos segredos). As iscas de porco são uma das especialidades, mas os pratos do dia vão variando – e não costumam falhar. Por encomenda, também se preparam uns petiscos como umas amêijoas à Bulhão Pato.

Publicidade
  • Português
  • Lisboa
  • preço 1 de 4
  • Recomendado

O nome já deixa adivinhar a origem. É de Vila Verde que Horácio e a família são originalmente e é nesta casa, escondida numa curva da Calçada de Santana, que cada dose é uma grande travessa de boa comida – ou talvez possamos dizer que são doses verdadeiramente minhotas –, independentemente do prato do dia (e há sempre duas ou três opções de peixe e carne). A grelha a carvão, plantada à janela direita de quem entra, é a oficina da melhor parte de uma ementa que vai rodando em dias mais ou menos fixos. Os preços já são difíceis de encontrar e isso ajuda também a explicar o sucesso da casa.

  • Português
  • Alvalade
  • preço 2 de 4

Na Adega Solar Minhoto, boa casa com sotaque, estão sempre a sair pratos com comida do Minho, dos rojões e do bacalhau à minhota à lampreia, por encomenda quando é tempo dela. Na cozinha está a D. Idalina e é ela quem, juntamente com mais duas cozinheiras, leva para a frente esta Adega nos dias em que está cheia. Entre as duas salas e a esplanada cabem umas 45 pessoas – chegue cedo que não aceitam reservas.

Publicidade
  • Alvalade

Entra-se no Tico Tico e os mais atentos encontrarão referências à terra natal dos donos, Paredes de Coura. Há quem diga que o prego e o bife do lombo estão num lugar de destaque na cidade e são famosos os croquetes servidos assim que nos sentamos à mesa. Na devida altura, a lampreia do Rio Minho com arroz é uma aposta forte na carta. Uma dose, para dois, tem entre oito a dez pedaços, mas também há meias doses. Se pedir com antecedência também a fazem à bordalesa.

  • Baixa Pombalina

Casa de minhotos vindos de Paredes de Coura, no Velho Macedo a francesinha parece ser uma carta fora do baralho. Conforme os dias, aqui comem-se pratos cheios, do cozido à portuguesa ao pernil ou às tripas à moda do Porto. Do Porto, ou de Matosinhos, para sermos mais precisos, é também a receita da francesinha de José Barbosa. O molho é picante e sem invenções, o pão é ligeiramente torrado, a linguiça saborosa, o bife tenrinho e o queijo na dose certa. O ovo segue por cima. As batatas, caseiras, são cortadas finamente às rodelas. 

Publicidade
  • Português
  • Campolide
  • Recomendado

De raízes limianas – e mesmo ao lado da Casa do Concelho de Ponte de Lima –, a Tasquinha do Lagarto prima pela boa comida portuguesa. Há símbolos sportinguistas nas paredes, mas que não seja isso que o mantenha longe desta morada em Campolide, até porque, se for o caso, é um bom sítio para ver a bola, seja ela de que preferência clubística for. O que interessa é o que vai para o prato, seja à lista ou conforme o prato do dia, e aí não falha o polvo à lagareiro e o arroz de garoupa. Leve em mente que tem de guardar espaço para o afamado bolo de bolacha com mousse de chocolate.

  • Português
  • Grande Lisboa
  • Recomendado

É um dos restaurantes mais peculiares da Grande Lisboa, mas merece a sua atenção. Ora veja: a cozinheira vem do Minho e serve as doses à moda do Norte; a ementa tem uma série de pratos tradicionais, carnes e peixes na brasa e boa cozinha de tacho; e depois há uma secção dedicada à caça brava com coelho, perdiz, faisão, galinhola, rola, kudu, zebra, camelo, veado, canguru, não acaba; tem óptimas sobremesas conventuais; e a garrafeira é de luxo.

Publicidade
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • Recomendado

Como bom restaurante minhoto, não faltam referências à terra dos seus donos. São de Vila Nova de Cerveira, de uma freguesia bem colada a Paredes de Coura (daí algumas das imagens expostas). O restaurante é apertado e está sempre cheio, especialmente nos dias de cozido à portuguesa (quartas-feiras e domingos). Também há dias de cabidela, bacalhau à Brás e afins. É uma boa cantina diária a preços ainda baixos.

  • Português
  • Castelo de São Jorge
  • Recomendado

O Zé dos Cornos é um restaurante para ir sem preconceitos e sem medo de sujar as mãos. Mesas corridas, bancos de pau, queijos e presuntos de entrada, um balcão com um mostrador de petiscos completo e uma ardósia que apresenta os pratos do dia. A família à frente do Zé dos Cornos veio de Ponte de Lima e instalou-se na Mouraria com o vinho da sua terra para instituir uma das grelhas mais clássicas da cidade, tanto na carne – é obrigatório provar o piano – como nos peixes. A acompanhar, o arroz de feijão e a salada sempre fresca e bem temperada.

Boas mesas

Já foi mais fácil encontrar restaurantes em Lisboa até dez euros e a culpa não é só do turismo ou dos tempos difíceis que o sector atravessa depois de dois anos intermitentes, uma guerra na Europa e uma inflação. Na maior parte das vezes, a qualidade paga-se, mas ainda há excepções. Comer fora não tem de ser uma extravagância e na cidade existem verdadeiros achados. Pense num prato rico, em comida saborosa e atendimento simpático às vezes até familiar. Para encher a barriga sem esvaziar a carteira, este barato não lhe vai sair caro. 

Sim, não escrevemos de ânimo leve. Sabemos que 20€ não é necessariamente barato, mas também já por aqui enumerámos os restaurantes até 10€ aos quais gostamos de ir. Estes que aqui lhe deixamos são os que se seguem: 15 restaurantes em Lisboa até 20€, onde de resto não precisa de gastar isso tudo para ser feliz. De boa comida tradicional a pratos do mundo, há mesas onde sabe sempre bem voltar – e é bom saber que nem só de clássicos se faz esta lista, afinal ainda há projectos a abrir onde é possível comer sem gastar demasiado.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade