Zé dos Cornos
©Arlindo Camacho
©Arlindo Camacho

Os melhores restaurantes em Lisboa até 20 euros

Entre comida tradicional e restaurantes do mundo, ainda há restaurantes em Lisboa até 20 euros. Estes são os 15 que lhe propomos.

Cláudia Lima Carvalho
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Sim, não escrevemos de ânimo leve. Sabemos que 20€ não é necessariamente barato, mas também já por aqui enumerámos os restaurantes até 10€ aos quais gostamos de ir. Estes que aqui lhe deixamos são os que se seguem: 15 restaurantes em Lisboa até 20€, onde de resto não precisa de gastar isso tudo para ser feliz. De boa comida tradicional a pratos do mundo, há mesas onde sabe sempre bem voltar – e é bom saber que nem só de clássicos se faz esta lista, afinal ainda há projectos a abrir onde é possível comer sem gastar demasiado.

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Os melhores restaurantes em Lisboa até 20 euros

  • Chinês
  • Baixa Pombalina

O menu que ficava a pouco menos dez euros já não existe, mas ainda é possível comer o ramen chinês sem gastar muito mais, mesmo que peça uma bebida para acompanhar. Com já quatro moradas (Príncipe Real, Amoreiras, Rua Joaquim António de Aguiar, além desta casa na Baixa), fica mais fácil conseguir um lugar. A receita vem de Sichuan, na China, por isso cuidado com o nível de picante que pede – o três pode ser o meio-termo, mas se não estiver habituado, vá com calma. 

  • Grande Lisboa
  • preço 2 de 4

Quando se passa na rua, é difícil ficar indiferente ao nome que se lê nos toldos negros: Fox Coffee – O Rei da Cachupa. Fox é quem dá nome ao restaurante e não tem medo de elevar as expectativas de quem chega com um título real. Foram os clientes, numa outra vida na Bela Vista, que o coroaram. Na hora de abrir em Arroios, o nome estava feito. São várias as cachupas, mas a mais pedida talvez seja a de carne. E nem só de cachupa se faz a carta.

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  • Chiado/Cais do Sodré

A cevicheria da Bica nasceu de dois amores – o da lusa-alemã Katharina Goyke e do chileno Matías de Araujo um pelo outro, mas também pela comida peruana. No Choclo, a estrela é, claro, o ceviche, como o tradicional, com peixe branco do dia (cortesia do Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré), leite de tigre, milho peruano e batata doce; mas também algumas criações do chef, como o nikkei, com toques asiáticos, e que leva atum, leite tigre yuzu-ponzu, alga wakame, feijão edamame, amendoim japonês e abacate. Ao almoço, há um menu por 14,90€.

  • Martim Moniz

Também conhecido “como aquele sítio na Mouraria que está sempre cheio” e tem um “granda bacalhau assado”, o Zé da Mouraria é o restaurante ideal para quem quer comer muito (muitíssimo), sem ter de pagar igualmente muito e passar uma tarde pós-almoço, à mesa, sem ser enxotado. Nenhuma fotografia faz jus ao tamanho e à beleza da travessa que chega à mesa com a posta alta, as batatas e o grão. Vale a pena também ferrar o dente no entrecosto com arroz de feijão, nos bifinhos ao alhinho ou nos chocos. 

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  • Português
  • Avenida da Liberdade

Comer bem sem gastar uma fortuna na Avenida da Liberdade não é uma utopia. Nesta Floresta, quando o relógio se aproxima das 13.00, as mesas já estão cheias, e da cozinha vão saindo bons pratos típicos portugueses. O serviço é simpático, à antiga, as sopas são caseiras, os pratos bem cheios. Nos pratos do dia, tanto pode apanhar um bacalhau com grão (sempre em postas generosas), como um arroz de bacalhau ou uns carapauzinhos fritos. 

  • Português
  • Campolide

De raízes minhotas, a Tasquinha do Lagarto prima pela boa comida portuguesa, é um facto. Há símbolos sportinguistas nas paredes, mas que não seja isso que o mantenha longe desta morada em Campolide, até porque, se for o caso, é um bom sítio para ver a bola, seja ela de que preferência clubística for. O que interessa é o que vai para o prato, seja à lista ou conforme o prato do dia, e aí não falha o polvo à lagareiro e o arroz de garoupa. Leve em mente que tem de guardar espaço para o conhecido bolo de bolacha com mousse de chocolate.

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  • Japonês
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Nas costas da Avenida da Liberdade, quase nem se dá por esta porta de entrada para o Japão. Quando se entra, somos brindados pela simpatia de quem nos recebe à boa maneira oriental. Com apenas seis lugares, a especialidade é o ramen, bem feito, com noodles são finíssimos. São quatro os caldos diferentes: um à base de ossos de porco (para o tonkotsu ramen), outro translúcido de frango (para o shio ramen), mais um cremoso de frango (para o tori paitan e para o miso ramen), e um vegetariano, com miso e cogumelos shitake.

  • São Sebastião

No Potzalia, escondido no Multicentro, em Entrecampos, serve-se comida típica mexicana, sem quaisquer adaptações. É a comida que Sandra sempre comeu em casa. E não falta o pozole, um caldo de milho típico, e outras relíquias mexicanas, como a quesadilla, os tacos e os burritos que chegam com vários recheios, os mesmos para ambos. Tudo acompanhado por molhos feitos na casa. Com vinte euros, faz-se uma festa.

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  • Português
  • Oeiras

Um dos bastiões da comida tradicional nos arredores de Lisboa, o Orelhas, em Queijas, é um simpático restaurante onde se come por 20€ (a menos que se estique nos vinhos). A cozinha é aberta para a sala e tem uma vitrine de carnes e bom peixe de mar para assar, tarefa sob a alçada do Sr. Travassos. A carta é feita com base no que há no dia, pode nunca chegar a vê-la e confiar no que sugerem e apanhar pratos como o rabo de boi assado, as bochechas de porco, a língua de vaca estufada ou a barriga de freira.

  • Português
  • São Vicente 

Para grandes refeições ou para picar enquanto bebe um ou outro copo, a Penalva da Graça pode ser a resposta. Em poucos sítios de Lisboa, encontra marisco com esta relação preço/qualidade. O arroz de marisco é um ex libris da casa e a dose para dois, serve três à vontade. E ainda há os pratos do dia: cabidela, mão de vaca, cozido à portuguesa...

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A avó não está louca, até porque sabe o que é bom. Tem os segredos da cozinha, mas nem por isso está de volta dos tachos. Ela é, na verdade, quase uma figura mitológica que inspira o caminho de Matteo, um italiano a viver em Portugal e que de um dia para o outro, em Outubro de 2020, criou a Nonna Goes Crazy. A ideia era entregar massa fresca e pronta em casa e o sucesso foi tal que a ambição já não cabia apenas no Instagram, onde tudo parecia acontecer. A Nonna Goes Crazy é agora um pequeno restaurante, quase escondido, entre a Avenida da Liberdade e o Príncipe Real. Para comer, a escolha é simples. Há, habitualmente, cinco massas, entre elas a besteseller “carbobora” – uma representação da carbonara –  com abóbora, panceta crocante, burrata e nozes torradas.

  • Grande Lisboa

Depois de dois anos no Palms Blitz, David Liptay e Anna Bárath abriram o seu próprio espaço, na linha da praia na Costa da Caparica. Há poucas mesas no interior, mas uma boa esplanada, mesmo em dias frios. O forno destaca-se, a carta é simples. Há cinco pizzas com base de tomate, entre as quais se destaca a Picante, com pepperoni e queijo azul, e quatro com base de queijo, como a Veranil com mozzarella, com speck, figos e ricota (13€). Nas foccacias, mais umas tantas opções, algumas bem tentadoras, como aquela que põe almôndegas entre duas fatias de pão. 

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  • Cervejaria artesanal
  • Marvila

Não há muito tempo, Alfredo Lacerda passou por Marvila para concluir que se estava muito bem na Musa, "com música boa e comida a condizer". A carta é curta, mas certeira. Pedro Abril, na cozinha, dita as regras, sem medo de arriscar no que, à partida, poderia soar estranho. Voltando à visita de Lacerda, ainda hoje o crítico fala da "mais viciante bolinha de gordura de Lisboa" – "um pedaço de peito de frango num polme estaladiço e enrugado como rocha de lava, coberto por coleslaw, servido dentro de um brioche fofo e gordo como uma nuvem de manteiga". O hambúrguer também está entre os melhores da cidade.

  • Português
  • Benfica/Monsanto
  • preço 2 de 4

O cozido à portuguesa da sexta-feira tem a mão do Sr. António, que aconselha desde já a que, nos outros dias (que o cozido é sagrado), peça o entrecosto acompanhado por arroz de feijão (servido e pago à parte, mas compensa). Nas paredes deste restaurante de Joaquim Gomes, juntam-se plantéis de muitas épocas do SLB, retratos do Eusébio e uma ou outra camisola da equipa, portanto se for dia de jogo, junte-se ao plantel do serviço e cozinha para gritar golo entre garfadas que não vai ser criticado.

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  • Mexicano
  • Cascais
  • preço 2 de 4

Em 2019 quando abriu na Linha tornou-se motivo de romaria em menos de nada. Quatro anos depois, o restaurante mexicano onde reinam os tacos chegou também a Lisboa. É perfeito para ir com várias pessoas, encher a mesa de tostadas, tacos, totopos, margaritas e churros. É esta a melhor forma de aproveitar a carta mexicana, fiel ao país que lhe dá forma.

Mais restaurantes em Lisboa

Este é o roteiro perfeito para quem não é egoísta à mesa e gosta de partilhar – agora, mais do que nunca, com as devidas cautelas, é claro. Para almoçaradas de amigos, para finais de tarde depois da praia, para melhorar os dias de chuva, para lanches ajantarados ou até para jantares fora de horas. A arte de picar é bem típica portuguesa e calha bem a qualquer hora do dia ou a qualquer refeição. Descubra aqui os melhores restaurantes de petiscos em Lisboa, ponha de lado o egoísmo do prato principal só para si e peça uma série de pratinhos da próxima vez que se sentar à mesa.

Já foi mais fácil encontrar restaurantes em Lisboa até dez euros e a culpa não é só do turismo ou dos tempos difíceis que o sector atravessa depois de dois anos intermitentes, uma guerra na Europa e uma inflação. Na maior parte das vezes, a qualidade paga-se, mas ainda há excepções. Comer fora não tem de ser uma extravagância e na cidade existem verdadeiros achados. Pense num prato rico, em comida saborosa e atendimento simpático às vezes até familiar. Para encher a barriga sem esvaziar a carteira, este barato não lhe vai sair caro.

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