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Os melhores novos brunches em Lisboa

Os novos brunches em Lisboa não obedecem a regras e vão buscar sabores a latitudes do mundo inteiro.

Cláudia Lima Carvalho
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Adivinha quem voltou? Não é que a moda tivesse alguma vez desaparecido, mas nos últimos tempos temos assistido à multiplicação de brunches nas suas variadas formas. São cada vez mais uma refeição para toda a hora e longe vão os tempos em que se resumiam a ovos e panquecas. Demos a volta ao mundo à volta da mesa do pequeno-almoço e estes foram os novos brunches em Lisboa que descobrimos. Dos lugares mais instagramáveis a pequenos segredos – ainda –, há uma dezena de novidades na cidade. O ideal, é escolher e reservar mesa.

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Os melhores novos brunches em Lisboa

  • Avenida da Liberdade

Estávamos em 2017 quando o casal Yasmine Van-Dúnem e Ricardo Manita, chegados a Portugal não há muito tempo, apostavam num pequeno restaurante no Príncipe Real que decidiram baptizar de RUA. Chamaram Manuel André Fernandes, vencedor do MasterChef dois anos antes, para tomar conta da cozinha e em pouco tempo a casa conquistou o seu espaço. Sete anos depois, tudo mudou. O RUA fechou, já depois do chef ter saído do projecto, e Yasmine e Ricardo abriram o Addiction, junto à Avenida da Liberdade. A aposta na street food asiática mantém-se, bem como alguns pratos estrelas, mas a carta de brunch, disponível só ao fim-de-semana e até as 17.30, é uma novidade. Ora há uns ovos benedict com salmão curado (16€), como há uns ovos Addiction com lagosta e vieira grelhadas na manteiga de ervas (19€). Há ainda umas opções de panquecas salgadas (14€-16€) e outras doces (12€-14€).

  • Campolide

A localização não é um acaso, embora tenha sido praticamente um golpe de sorte. Ao passear na zona, onde têm os filhos no Liceu Francês, Sandra Castro e Pedro Oliveira viram num empreendimento prestes a nascer o espaço perfeito para dar forma ao sonho de criarem um negócio próprio. O casal, vindo de França há cerca de três anos, sentia falta de uma pastelaria à boa maneira francesa. Apesar de virem de áreas completamente distintas, atiram-se de cabeça e criaram a BomBom Pâtisserie, em Campolide. O espaço é amplo e bonito, colorido e contemporâneo. Na montra, saltam imediatamente à vista as cores dos choux e das finas tartes de assinatura, além dos croissants e dos pains au chocolat. Ao sábado, há um menu de brunch (19,50€) que acaba por ser uma boa montra do que aqui se faz. Inclui iogurte e granola, uma fatia de bolo, um croissant recheado (que tanto pode ser com abacate e salmão ou fiambre e queijo), uns ovos mexidos ou à la coque e, por fim, um chou (uma das especialidades da casa), além de uma bebida quente e um sumo.

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  • Chiado/Cais do Sodré

Foi durante muitos anos a morada da Farmácia Confiança e é com confiança que as norte-americanas, Mickey e Mindie Spencer, se têm proposto a conquistar a Praça das Flores. Depois de terem aberto o bar Royal Vessel, a menos de 200 metros daqui, abriram a Cantina Flores, inspirada nas cantinas mexicanas que tão bem conhecem e das quais sentiam já falta. A proposta é servir comida de rua mexicana autêntica, sem fechar a porta à rua e à praça onde estão instaladas. À carta de tacos e quesadillas junta-se outra dedicada ao brunch. Há “huevos rancheros” (12€), onde o ovo estrelado acompanha com tortilha de milho coberta com feijão preto, molho de chili, natas ácidas, queijo, abacate e pico de gallo, mas também uns “chilaquilles” (12€), que mais não são do que umas tortilhas de milho frescas cozinhadas em salsa vermelha picante e queijo, servidas com feijão preto, natas ácidas, abacate, pico de gallo e ovo estrelado. Há ainda uma opção na carta de brunch que é um menu composto e que por 15€ inclui uma salada de frutas mexicana, um dos pratos da carta, como os já mencionados, e um sumo ou água.

  • Chiado
  • Recomendado

A história começa na Ericeira, onde o sonho de Alex Horbenko de chefiar um restaurante ucraniano de fine dining foi ganhando forma. Dois anos depois, a ambição do chef está mais perto de se cumprir com a abertura em Lisboa do Capsule Neo-Bistro. Em plena Baixa, o restaurante não tem só melhores condições e tamanho, como chega a um público mais diverso, que faltava na Ericeira. Na cozinha aberta para a sala, Horbenko ganhou um novo fôlego para as suas “experiências loucas”, muito à volta das fermentações, mas conseguiu sobretudo um espaço para dar palco à gastronomia do seu país, numa fusão com o produto e os sabores portugueses. O brunch é, provavelmente, dos mais fora da caixa da cidade. Fugindo ao óbvio e procurando ir buscar os sabores ucranianos, há uma enguia fumada com kimchi e batata (15€), uma omelete com salsicha de sangue, chips lacto e tinta de lula (14€) ou uns crepes com três texturas de trigo-sarraceno, fruta da época, gel de raspas de citrinos e kombucha (12€). Resta dizer que nas bebidas, o trabalho é igualmente criativo, com destaque para as infusões, a soda caseira e demais opções, como a tónica de hibisco e mirtilo (6€) ou na de jasmim e sabugueiro (6€). Uma autêntica experiência.

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  • São Sebastião

Estávamos em 2017 quando o casal Hanna e Misha Lytvynenko abriam em Santos, numa zona onde pouco acontecia, o Heim com uma carta de brunch para todo o dia. Por esta altura, a moda dos pequenos-almoços combinados com almoços ainda não tinha pegado, mas não tardava. Em pouco tempo, o café rapidamente se revelou pequeno para a grande procura e ao Heim seguir-se-iam novos negócios e conceitos na cidade. Oito anos depois, esse mesmo Heim está fechado para obras e um novo nasceu, bem pertinho do Parque Eduardo VII. Continua a não ser muito grande, mas tem uma nova imagem, mais actualizada. Junto à Rua Castilho, é luminoso e acolhedor. A tosta de abacate (11€) leva pimentos grelhados, queijo feta, quinoa crispy e folhas verdes. Há uma opção que junta ovo escalfado, húmmus de pimentos, cogumelos grelhados com cebola e abacate esmagado (13€) ou uma outra que combina ovos mexidos com molho verde, abacate, salmão, tomate, folhas verdes e pão (14,50€). Os mais gulosos não resistirão ao hambúrguer com bacon, ovo, tomate abacate e maionese de sriracha em pão brioche (13€). E nos doces, além das habituais panquecas (10€), com creme de caramelo ou de café e cereja, há a novidade de um crème brûlée em brioche com um molho de laranja (10€). 

  • Cascais

Depois de se ter estreado no brunch em Cascais, numa parceria com a Milkees, a Gleba segue agora sozinha com um menu onde se destacam as tostas abertas, como a de ovos mexidos (6,95€), a de trigo barbela com creme de requeijão da Queijaria Simões (6,95€) ou a de focaccia de tomate, manjericão e stracciatella Il Bocconcino (7,95€). O princípio é simples: aproveitar os produtos que já são vendidos habitualmente nas padarias, vindos de marcas e produtores parceiros da Gleba há muito tempo. Há também uma oferta de cafetaria mais tradicional, onde nem a escolha da manteiga é descurada. O iogurte leva a granola da Gleba e mirtilos (4,45€) e, para acompanhar, o café de especialidade d'A Sgt. Martinho. Em Telheiras, também há um menu disponível, mas mais curto.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Denis Nikiforov chegou da Rússia em 2023, com ideias de abrir um restaurante. E assim foi. No final de Outubro de 2024, ao lado de Nikita Pirogov, deu a conhecer o Alba Bistro. Fica no Largo do Rato e dedica-se ao brunch, mas quer mostrar que este grande pequeno-almoço tem mais para dar do que tostas de abacate. A carta não é longa e vai mudando, mais ou menos, a cada dois meses, mas mantêm-se sempre alguns pratos. As omeletes (14€) são populares: há de cogumelos e trufa, de camarão, e de espinafres e espargos. Outras opções incluem os croquetes de batata e queijo, com queijo creme azedo e caviar vermellho (12€), o roti com salmão, queijo creme de limão, espargos e ovo cozido (12€) e a croque madame com molho de trufa (13€), que leva presunto, queijo gouda e ovos mexidos. O café é da Torra e da Kawa, mas a verdadeira especialidade do Alba é o matcha, que pode ser pedido em shot ou numa versão maior. Além de ser servido quente, com pinhão, nozes ou algas e feijão edamame, também é servido frio, como acontece no bumble matcha (6€), com sumo de laranja e xarope de agave. Para os mais indecisos, há um set de degustação de até três variedades de matcha (7€).

  • Baixa Pombalina

Quando em 2019, João Luc e Catarina Terenas abriam o Miolo no Bairro Alto, num espaço tão pequenino que mal dava para sentar clientes, dificilmente imaginariam que seis anos depois estariam com duas casas bem vistosas em duas das zonas mais movimentadas da cidade: Belém e Baixa. O café na Rua dos Fanqueiros é a mais recente novidade e chama à atenção logo desde a rua. Mantêm-se os tons rosa e o ambiente acolhedor, mas mais do que isso, o propósito com que tudo foi criado: "ter comida de qualidade”. À mesa chegam sempre pratos bonitos (e bem instagramáveis). Tudo o que pode é feito em casa. Dos tempos do Bairro Alto, mantém-se também o brioche artesanal com bochecha de porco estufada em vinho do Porto, cebola roxa caramelizada, bacon crocante, lascas de parmesão e puré de batata doce (13€). As novidades também não são de se ignorar, ora atente nesta descrição: creme de tomate e pimento assado, ovo escalfado, cogumelos salteados, parmesão e cheddar em focaccia artesanal (12,50€). Isto para além dos ovos e das tostas mais clássicas, das panquecas e do afamado bolo de cenoura e queijo-creme. Para aqueles que gostam de decisões simples, há um menu composto (19€).

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  • Santos

Quando os irmãos Lourenço e António Mello abriram a do Beco, já tinham alugado um espaço em Santos, que iria acolher a sua primeira padaria. Mas com atrasos nas obras, acabaram por abrir primeiro em Arroios. No passado mês de Outubro, deram, finalmente, a conhecer o segundo espaço, que é bem mais espaçoso e luminoso. O grande destaque vai para a cozinha visível da sala, onde se fabrica toda a pastelaria. Aqui, tanto a carta, como os objectivos da marca continuam a ser os mesmos – qualidade, simplicidade e o toque português que, acredita Lourenço, distingue esta das restantes padarias do género. Com as novas estações, chegam sempre novos pratos, mas nos clássicos não se mexe. É o caso do ovo tornado (12€), dois ovos em brioche recheado de batata, brócolos assados e molho camembert, acompanhados de coleslaw caseira, ou da croque monsieur (10€), com bechamel, queijo gouda, fiambre e cebolinho. Há uma opção de brunch para duas pessoas (32€), com um prato, duas pastelarias, iogurte, cesto de pão com manteiga e duas bebidas, mas os pratos também podem ser pedidos à parte. Destaca-se o do Beco (15€), que leva ovos, bacon ou salmão, gouda, fiambre artesanal, hash browns com brócolos, pak-choi grelhado com “hot honey”, tomate assado, pão e manteiga.

  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Não, não perdemos a cabeça para recomendar um brunch de pizza (embora acreditemos que houvesse quem apreciasse). Ainda não é isso, mas dependendo da hora até pode ser que consiga acrescentar uma pizza, já que a nova Jezzus, na Rua de Santa Marta, aproveitou o facto de ter finalmente uma cozinha com espaço para se dedicar também aos pequenos-almoços e aos brunchs com toda uma linha de padaria e pastelaria bem tentadora (e sem vacilar, já que margarina não entra no restaurante), do pain au chocolat (2,30€) ao croissant de amêndoa (3€) ou ao cruffin de pistáchio (3€). É até ao meio-dia que a carta de pequeno-almoço funciona e é aí que se encontram algumas das grandes novidades como o brioche de ovo e papada de porco preto (8€), o croque monsieur “aka tosta mística” (9,50€) ou os ovos cocotte servidos com torradas (8€). Já entre as 11.30 e as 18.30, fica também disponível a carta de sandes e focaccias – há uma com presunto de porco preto alentejano com 30 meses de cura (11€) e há um brioche com chambão (10€). Nos doces, além da pastelaria, destaca-se a rabanada com coalhada de iogurte, maçã e raspa de lima (6€). Imperdível.

Não há horas para uma boa mesa

  • Cafés

É de pequenino que se ouve que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. E não é mentira nenhuma: além da importância nutricional de tudo o que comemos logo de manhã, esta refeição é aquela que pode influenciar, e muito, o nosso humor. Para que não fique maldisposto (e porque nem todos os dias dá para nos sentarmos a uma mesa farta de brunch), fomos à procura dos melhores sítios para tomar pequenos-almoços em Lisboa, desde aqueles que têm menus já pré-definidos, àqueles que têm bom café ou só uma pinta descomunal para lhe dar alento.

Não são moda de agora – ainda nos lembramos de ver mimosas e mesas fartas em séries como O Sexo e a Cidade –, mas continuam a ser uma tendência em Lisboa. Um maravilhoso mundo de possibilidades que tanto serve de pequeno-almoço reforçado como almoço ou refeição para qualquer hora. Se começaram por ser uma opção de fim-de-semana, são cada vez mais os sítios com cartas para qualquer dia, afinal um prato de ovos ou panquecas sabe sempre bem. Mas nem só disso se faz o brunch. À carta ou em menus faustosos, são cada vez mais e melhores os brunches em Lisboa, alguns até com dedo de chef. 

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Lisboa nunca teve a vida gastronómica que tem actualmente, mas ainda assim quando se trata de comer fora de horas as escolhas reduzem-se radicalmente. Não há assim tantos restaurantes abertos até tarde em Lisboa e é normal. Felizmente, ainda há uns quantos onde é possível reservar mesa depois das 22.00, hora em que começam habitualmente as negas. O Galeto, no Saldanha, é um clássico que dispensa apresentações (e onde tantas vezes se encontram aqueles que trabalham na restauração a comer quando os seus sítios já fecharam), mas há mais nesta lista de restaurantes abertos até tarde em Lisboa, de cozinha de autor a pizzas e hambúrgueres.

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