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Restaurantes na Comporta: quando a fome aperta no paraíso

Para começar bem o dia, para petiscar depois da praia ou para uma experiência mais sofisticada pela noite dentro. Conheça os melhores restaurantes na Comporta.

Vera Moura
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Independentemente do tempo, a Comporta é sempre uma boa ideia, seja para as férias de Verão, para uma escapadinha de fim-de-semana ou apenas para um passeio ir-e-vir – claro está que com sol tudo fica melhor. Mas nem só de mergulhos se vive por aqueles lados. Do peixe fresco grelhado às amêijoas à Bulhão Pato, passando pelo arroz de lingueirão ou pelas piadinas, não parta à descoberta da Comporta sem consultar este saboroso guia de restaurantes. Para o petisco ou uma experiência prolongada à mesa, para começar ou terminar o dia em beleza, eis os melhores restaurantes na Comporta.

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Restaurantes na Comporta

A inspiração é uma tasca alentejana. E o Alentejo está bem representado nesta reinterpretação do grupo Amorim Luxury na aldeia do Carvalhal– de forma excêntrica e requintada, claro, como a marca já nos vem habituando. O projecto do arquitecto Jean-Philippe Demeyer é divertido e irreverente, mas ao mesmo tempo castiço e tradicionalAssinada pelo chef Jerónimo Ferreira (responsável também pelo JNcQUOI Beach Club, na praia do Pego), a carta do Deli mistura sabores alentejanos autênticos com receitas contemporâneas. Os primeiros mostram-se imaculados, por exemplo, na carne de porto preto com amêijoas; os segundos, por outro lado, estão nos waffles com salmão fumado e creme fraîche. Pelo meio há o já popular bife raspado “Harry’s Bar” com ovo estrelado e batata frita ou o tamboril barriga preta pil-pilO restaurante está aberto todo o dia, a partir das 09.00, tendo ainda uma carta dedicada aos pequenos almoços.

  • Baixa Pombalina

Um Verão a pão e água? No que depender de Carlos Gomes, vai ser sobretudo à base de pão e espumante – e ainda com um cheirinho a flores à mistura. Na Comporta, começou por ser conhecido pela mercearia, há décadas na família. Em 2018, abriu um restaurante – Gomes Casa de Vinhos & Petiscos –, onde a cozinha alentejana e os pratos de caça fidelizaram a clientela. Em 2021, foi a vez de juntar mais dois negócios ao império: uma espumantaria, que também é florista, e uma pequena padaria, com o melhor da Comporta e arredores – destaque para as empadas de galinha suculentas, para os pães de enchidos de Grândola e para o pão de batata doce. É só virar a esquina, que se avista logo a Gomes Espumantaria & Jardim, um sítio pensado para pequenos-almoços, brunches e almoços, sempre bem regados por uma selecção generosa de vinhos espumosos e champanhes. O espaço é outro dos atractivos, charmoso e acolhedor a qualquer hora do dia.

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Andam sobre rodas e não passam despercebidas, afinal estas piadinas moram numa carrinha vintage amarelo-canário. Está estacionada na Rua do Secador e tem esplanada montada. A marca foi criada por Joana Leitão Zanotta e Susana Matias e tem piadinas bem recheadas e bons cocktails. 

O staff da casa é admirável na arte de receber. O ceviche de garoupa, o tataki de atum e meia dúzia de ostras do estuário abrem o apetite para o que vem a seguir: uma paella à marinheira de chorar por mais. Para alinhamento dos chacras é preciso regar tudo com a afamada sangria de espumante ou provar um par de cocktails e respirar fundo de olhos postos no mar. Com sorte e atenção plena, talvez o sonho dos golfinhos se realize. À sobremesa, o sarilho é escolher entre o pudim de azeite ou a tarte de lima desconstruída. Remate com um moscatel de Setúbal e aproveite o resto do dia para banhos de sol – apesar de cada vez mais concorrido, o areal do Carvalhal continua a ser um oásis banhado por água azul turquesa. À entrada do restaurante está uma prancha de surf com informações úteis. Além de dar a temperatura da água e do ar, tem também uma vasta biblioteca virtual que pode ser acedida através de um QR code. Outro ponto a favor é que o restaurante não encerra à segunda-feira. Nem no pino do Inverno.  

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Em menino chamavam-lhe boca de jacaré. Fernando Droghetti, em vez de amuar, abriu dois restaurantes em Trancoso, na Baía (Brasil), e, em 2019, trouxe a receita para a Comporta. A ideia do proprietário era fazer o bar dos seus sonhos, um lugar para ir depois do jantar, mas a realidade é melhor do que a ficção. “Sorria, este é um prolongamento da Baía.” O staff do Jacaré da Comporta é todo brasileiro. Já o cardápio é sobretudo italiano. Jantar à mesa do bar é uma experiência. Comece por fazer amizade com um jacaré selvagem, cocktail que mistura rum Zacapa 23, Cointreau e magia. Entre na onda com a burrata artesanal e um finíssimo carpaccio de novilho. A pizza Jacaré, com gorgonzola, figos e panceta, brilha, brilha lá no céu. Para estômagos generosos (e quem não está nem aí para a dieta), o tiramisù é de se lhe tirar o chapéu. O registo bossa nova até dá para bater o pezinho. 

  • Lisboa

Durante mais de 15 anos, a mesma família manteve este mesmo espaço, mas com outro nome e, sobretudo, com outra cara. Em 2021, a Pastelaria Eucalyptus transformou-se no Almo. Da cafetaria às refeições assinadas por um chef, que trabalha exclusivamente com produtos nacionais, o menu é um exercício de simplicidade e sofisticação para responder às exigências do público internacional que por aqui passa, mas também para envolver produtores locais e ingredientes sazonais. Além dos pratos fixos, pensados para o Verão, quase todas as semanas há pelo menos uma sugestão especial – da açorda alentejana com ovo cozinhado a baixa temperatura à salada de polvo com creme de amêndoas, pickles de couve-rábano e algas. Numa família de arquitectos e carpinteiros, a ampla esplanada não foi entregue a mãos alheias, tão pouco se distanciou do Alentejo. Foram usadas madeiras de acabamento natural, vimes e cal para criar um oásis de calma e vagar no centro de uma Comporta nem sempre pacata.

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  • Frutos do mar
  • preço 2 de 4

Nasceu em 2012 na Praia do Pego, fruto da vontade de cinco sócios. Em 2015, a Condé Nast Traveller considerou-o um dos melhores restaurantes de praia do mundo. Em 2023, reabriu naquele que foi durante anos O Dinis, na Praia do Carvalhal. O Sal regressou simples, a misturar as barracas de Biarritz e o velho espírito que habitava a Comporta nos anos 80. Antiguidades de cariz marítimo, pratos desirmanados e a sopa de peixe que leva o ditado “Da sopa de peixe, não há quem se queixe” a um novo patamar. Outro clássico que sempre teve muita procura e não desapareceu com a mudança é o arroz nero de choco e aioli. Difícil é arranjar espaço para os carabineiros com arroz de coentros. Fora da praia, dentro da vila, encontra o irmão mais novo, o Sal Burger, que abre portas quando chega o Verão.

Desde 2018 que a cozinha chefiada por Bruno Caseiro é um ex-líbris gastronómico destas paragens. Um estatuto que a Cavalariça mantém até hoje, mesmo depois de ter rumado a Lisboa e a Évora. Na Comporta, o restaurante continua a ser sinónimo de descontracção e partilha à mesa. A carta é sazonal e tira partido dos produtos regionais. Destaque para os croquetes de cachaço de porco alentejano com maionese de amêijoa e mostarda, para o tártaro de carne de vaca maturada com waffle de massa mãe e furikake e para o berbigão com caldo de galinha e manteiga de coentros com tosta grelhada.

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A Dona Bia é um daqueles clássicos da Comporta onde toda a gente pára – ou quer parar, porque nem sempre há mesa disponível – para comer as especialidades feitas com arroz da região. Sejam os linguadinhos fritos com arroz de berbigão, seja o arroz de lingueirão, tomate e coentros, seja o simples arroz de coentros. Não deixe de provar também os carapauzinhos, os filetes de peixe galo, as pataniscas e outros snacks fritos.

O Be Comporta tem tudo o que os pequenos-almoços e lanches dos tempos modernos devem ter: bowls de papas de aveia ou smoothies detox; panquecas de aveia e alfarroba; ovos benedict e tostas de abacate. O brunch (também o há, claro) inclui desde iogurte grego com granola caseira a ovos mexidos com espargos, tosta de abacate, panquecas ou scones. A poucos passos, na Casa da Cultura, o irmão mais novo Be Bar é um bar que também é uma mercearia para quem aterra fora de horas. É praticamente serviço público. Nas prateleiras há vinho, cerveja, sumos e snacks. Tudo de origem artesanal. Assim como repelente, creme hidratante ou gel de banho. Para picar, na esplanada, há nuvem de bacalhau, tábua alentejana com produtos locais ou crepe de alheira com doce de tomate. A sanduíche de cachaço de porco preto com cerveja de arroz tem muita saída e escorrega melhor com a Be Bar Rice-Ipa, cerveja artesanal feita com uma base de arroz. Ideal para noites quentes, deve ser bebida estupidamente gelada. 

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Philippe Starck assina o espaço que, na Praia do Pego, marca a incursão dos donos do Praia no Parque para os lados da Comporta. Tal como em Lisboa, o espaço foi pensado não apenas do ponto de vista do conforto e da contemplação, mas também a pensar na diversão e nos momentos de festa.

No princípio eram as caipirinhas. Servidas nesta mesma praia da Comporta, muito antes de a zona entrar na moda. Luís Carvalho, o dono do restaurante, passa férias aqui desde miúdo e, quando em 1994 decidiu trocar Lisboa pela Comporta, foi com o intuito de montar um restaurante a sério. A cozinha é feita com produtos da região, “principalmente arrozes e peixe”, adaptados a todo o tipo de pratos, desde petiscos, a saladas, peixes grelhados, sushi ou em receitas de tacho. Entre as especialidades há arroz de choco com tinta – “com a tinta dos próprios chocos”. Mas o Comporta Café é muito mais do que um restaurante. Os finais de tarde por estas bandas podem ser bem longos e a hora mais cobiçada do dia aqui é bem regada com cocktails, sangrias e DJ sets, quando chega o Verão, claro.

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  • Frutos do mar

Abriu para dar resposta a um vazio na vila: uma cervejaria. João de Deus é o responsável e entrou com tudo. Prova disso é a afluência de reservas. Neste estabelecimento singelo, mas apetrechado de bom produto, encontra o típico choquinho frito da região, o bacalhau com a receita original de Elvas e todo o tipo de mariscos ao quilo. Em matéria de carnes, o t-bone alentejano e a costeleta tamaoki de origem alentejana têm sido as estrelas.

O restaurante de pescadores da Carrasqueira, na mesma família há 30 anos e ainda com gente a sair para o mar todos os dias, é conhecido pelos choquinhos de coentrada, arroz de marisco, arroz de lingueirão, choco frito, amêijoas à casa, massa de peixe e a caldeirada de enguias. Escusado será dizer que é tudo matéria-prima do estuário ali ao lado.

Verão a sul

  • Coisas para fazer

Tornou-se tão cliché como inevitável cantarolar a “Porto Covo” de Rui Veloso quando passamos por aqui. É um clássico, tal como é um clássico não falhar uma ida a banhos na Ilha do Pessegueiro ou parar no Zé Inácio para comer um bom peixe grelhado. Porto Covo devia estar na lista de sítios a conhecer de qualquer pessoa, especialmente no Verão. É uma vila pequena, mas tem grandes praias, óptimos restaurantes e muitas coisas para fazer. Uma vez aqui, saiba tudo o que não pode perder em Porto Covo. 

  • Viagens

Duas horas. Não demorará muito mais a chegar a Vila Nova de Milfontes e uma coisa conseguimos garantir: demorará menos ainda a esquecer-se que há vida em Lisboa. Praias, restaurantes, lojas. Não se fala do melhor da Costa Alentejana sem mencionar Vila Nova de Milfontes, seja pela praia, pelo rio ou pela gastronomia – e que bem que se come aqui. A verdade é que não faltam coisas para fazer em Vila Nova de Milfontes, mesmo que o sol teime em não aparecer. Siga o nosso roteiro e não se preocupe com mais nada. 

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  • Viagens

A beleza pode ser um conceito relativo, mas não será imparcialidade coroar a Zambujeira do Mar com o título máximo. Não somos os primeiros a afirmá-lo nem seremos os últimos, com a obsessão pela imaculidade alentejana a fazer cabeçalhos de jornais internacionais e a (perigosamente, cof cof) instigar os ricos e famosos a investir naquele que é o luxo dos luxos dos tempos modernos: um lugar onde a rede do iPhone ainda falha.

 

  • Coisas para fazer

Sugerimos 14 areais no Algarve que costumam ter espaço para estender a toalha, espetar o guarda-sol e esticar as pernas sem tocar em ninguém. Estes oásis não o vão desiludir, é garantido. Não acredita? Fomos do Barlavento ao Sotavento, sempre com os pezinhos de molho, à procura das praias perfeitas para descansar do mundo e fingir que não está no Algarve, mas numa qualquer ilha paradisíaca, longe da civilização. Pelo caminho, encontrámos ondas ideais para surfar e areais perfeitos para ver as vistas, ver e ser visto (à distância, claro está) ou até para andar como veio ao mundo.

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