Os melhores restaurantes asiáticos no Porto

Uma cozinha de fusão entre a gastronomia portuguesa e japonesa é a mais recente aposta do Grupo Euskalduna. No Kaigi, que se apresenta como uma izakaya, um tipo de taberna típica do país do sol nascente, há um balcão omakase (em que as sugestões ficam a cargo do chef) com lugar para 16 pessoas. O objectivo é proporcionar aos clientes uma “refeição num ambiente íntimo e descontraído”, dizem. Nuno Brás, que trabalha com o chef Vasco Coelho Santos desde o início do grupo, é o chef responsável pelo projecto e prepara pratos de izakaya e de sushi, como tártaro de salmão, mostarda e ovo; ikizukuri de salmonete; ostra do Sado com ponzu; e sashimi moriawase. O espaço, o quinto do grupo, tem uma carta de bebidas especialmente pensada para acompanhar os petiscos.

Foi depois de uma viagem inspiradora à Indonésia, em 2022, que João e Francisco, os donos e irmãos à frente do R6ku, decidiram que este seu novo restaurante se iria focar numa cozinha asiática “com comida com sabor, autêntica e cheia de cultura”. Divertida e despretensiosa, a carta repleta de pratos para partilhar divide-se em três partes: bites, chunks e sobremesas. Por lá vai encontrar pratinhos de sunomono, korean fries, okonomyakis, espetadas de frango satay, ramen, caris, tigelas de arroz frito e pratos de massa yakisoba com camarão. Não saia, no entanto, sem provar as pork cheeks, uma sandes inspirada na katsu sando, feita com um brioche tostado em manteiga e com bochecha de porco confitada. É uma delícia.

De um pop up com bastante sucesso no restaurante Época, que durou dois anos e meio e conquistou pela barriga muito boa gente, os chefs japoneses do Out of Lunch Kitchen têm, desde dezembro de 2024, morada fixa em plena rua da Restauração. O espaço, airoso-industrial, tem um bonito balcão, como qualquer izakaya que se preze, e além da japanese curry lunch cozinha que preparam com calma e cuidado, também servem bons saqués, vinhos naturais, cocktails feitos na hora e brindam quem chega com boa música. No menu encontra pratos de arroz com caril acompanhados de vegetais e tofu crocante ou com frango panado e ovo; e taças de soba noodles, todas vegan, e com as mais variadas combinações – do tofu à couve pack choi, do cebolinho aos coentros e ao sésamo. Antes de pedir a conta, informe-se sobre as sobremesas caseiras. Vá por nós.

O Kokko é o mais recente restaurante asiático do Grupo Romando, em Vila do Conde, que recria a mística e o ambiente dos clubes clandestinos de Xangai dos anos 30 do século passado, “onde se misturavam culturas, prazeres proibidos e uma gastronomia inovadora”. Ocupa o espaço onde outrora funcionou o Romando Privé e aposta numa cozinha pan-asiática, com influências das gastronomias de países como Japão, China, Tailândia ou Indonésia. Na carta vai encontrar dim sums cozinhados a vapor e preparados no local; entradas frias como tártaros, tiraditos e tatakis, além de um granizado de robalo que deve mesmo pedir, assim como os gulosos ovos rotos com atum. Conte ainda com um festim para os amantes de sushi, com nigiris, gunkans, pratos de sashimi e diversos combinados. 

A proximidade da praia de Matosinhos (e da lota de peixes da cidade) é uma lembrança que tudo o que passa pelas mãos do sushiman e cozinheiro Masaki Onishi, é o mais fresco possível. Abriu este misto de izakaya e sushi bar com a esposa e sócia, Aiko, no melhor estilo tasca: poucos lugares, cardápio que muda diariamente, os dois revezarem-se entre serviço e cozinha. É dali que ele despacha sushis e sashimis precisos, mas também cria receitas menos conhecidas dos portugueses, mas com muita alma japonesa, como a barriga de porco marinada no miso, a língua de vaca estufada e a cabeça de lírio com molho ponzu. 

O Ikebana Izakaya abriu no largo de Alberto Pimentel, em Cedofeita, com uma bonita decoração, com ramos e flores de cerejeira um pouco por toda a parte; uma carta de petiscos asiáticos com a assinatura do chef Agnaldo Ferreira, perfeitos para partilhar; e uma garrafeira apetrechada de saquês, com cerca de 50 rótulos diferentes. Dos mais clássicos aos mais premium. Na carta vai encontrar pedaços de frango frito picante com maionese com togarashi, bolinhas de polvo e legumes com lascas de bonito, gyosas de frango e vegetais, tacos de atum, okonomiyaki, variados uramakis, temakis e hossomakis e muitos combinados para quem não quer pensar muito. Não faltam pratos de assinatura do chef, como os gunkan com carne Wagyu e foie gras, nem as famosas katsu sando de atum ou Wagyu. Aos sábados há DJ’s à janela a animar a zona.

Assim que atravessamos a porta, uma escadaria em pedra encaminha-nos para o Izakaya, uma espécie de bar japonês, onde às quintas, sextas e sábados um DJ anima o ambiente até às duas da manhã. Mesmo ao lado, aparece o Sushi Bar, onde atrás de um balcão com lugar para seis pessoas e vitrinas cheias de peixe fresco trabalham afincadamente os sushimen. Preparam entradas como o ceviche de peixe branco, polvo e camarão; o tártaro de salmão, vieira e camarão; o bao de barriga de porco ou as guiozas de Wagyu. Depois, temakis, nigiris, uramakis, hossomaki, sashimi e muitas tempuras recheiam uma carta de infinitas possibilidades. Tudo para ser acompanhado por cocktails clássicos ou outros mais arrojados, de autor. 

Num espaço mais próximo de um ateliê culinário do que de uma cozinha de restaurante, a chef, que em tempos preparava os menus do Namban Oporto Kitchen — primeiro nas Galerias Lumière e, depois, na Rua dos Bragas —, apresenta agora no Musubu, nas traseiras da Coração Alecrim, as omusubi, bolas de arroz japonesas, geralmente em forma de triângulo, e outras iguarias sazonais a acompanhá-las. Numa apresentação cuidada, privilegiando a slow food. Há sempre oito omusubi disponíveis na carta, além das anunciadas no menu do dia. Podem ser temperadas apenas com um toque de sal de Tavira ou ser recheadas com umeboshi, a ameixa japonesa curtida em sal, o recheio mais típico. Para acompanhar, há sempre uma sopa, uma salada e os doces do dia, como o guloso zenzai de feijão mung e leite de coco com shiratama mochi de canela, gelado de matcha e pedaços de banana da Madeira.

Com mais de 100 lugares, o Boa-Bao é uma verdadeira viagem gastronómica a países como Tailândia, Vietname, Japão e China. As chamuças vegetarianas com chutney de coentros e hortelã, recheadas com banana pão e temperadas à base de especiarias indianas, são apenas um dos pratos que tem de provar. Ah, e é obrigatório mergulhá-las no molho picante de menta e coentros. Aproveite e experimente ainda baos, caris, pad thais e pho's, a famosa sopa vietnamita feita com noodles, entre outras coisas boas. Para acompanhar, peça um dos muitos cocktails disponíveis — não se vai arrepender.

O RO, projecto dos chefs João Pupo Lameiras e Francisco Bonneville, é um verdadeiro sucesso. E se havia quem achasse que o Porto ainda não estava preparado para um restaurante assim, a fama que ganhou prova o contrário. O nome (Ramen e Outros) não deixa margem para dúvidas: é o ramen a estrela da casa – há várias versões na carta e uma diferente todos os dias –, mas os “Outros” também têm um lugar ao sol. Aqui pode provar okonomiyaki, uma espécie de panqueca japonesa, e domburis, taças de arroz com toppings.

A Ruy Leão devemos a abertura da primeira tasca japonesa da cidade, onde o sushi é tradicional e o peixe fresco – atum, salmão, corvina, garoupa, carapau, cavala, sardinha e salmonete – brilha mais que qualquer peça com morango e queijo creme. Mas o universo da comida japonesa que sai da cozinha do Shiko vai muito além do sushi: a cavala marinada com molho de miso e alho, e o tataki de salmão flamejado também são pratos obrigatórios.

É uma das mais recentes novidades asiáticas no Porto e traz até à Rua da Picaria um delicioso caldo quente com ingredientes da temporada e para todos os gostos. Com o chef Kohei Yagi ao leme, no Ramen Me há uma fusão entre a cultura do ramen japonês e os sabores de Portugal. Na carta destacam-se o Piri Piri Tantanmen, com chouriço, azeite, piri-piri e caldo de carne; o Shoyu de pato, com pato, frango e amêijoas; o Cappuccino Ramen; o Kimchi Ramen e o Vegetable Donburi. Pode comer ao balcão, na sala ou no terraço com vista.

São muito poucos os restaurantes a funcionar há 20 anos na cidade. Mas o Mendi tem esse mérito. E deve-o a Kamal Rajani, o dono, e a Tej Ram, o chef desde a abertura. A carta é longa, por isso siga as nossas dicas: onion bhaji, cebola frita ralada; murg malai kabab, cubos de frango marinados em queijo fresco caseiro e grelhados no tandoor; murg makhani, caril de frango cozinhado em manteiga, natas e tomate; e dal makhani, um prato vegetariano (um dos pontos fortes da carta) com lentilhas.

Caril, picanha ou bacalhau? O Calico chegou à zona da Boavista com uma carta dedicada principalmente à Índia, mas também a Portugal e ao Brasil. Num espaço airoso e amplo, pode observar a confecção dos pratos de todos os cantos da sala, já que a cozinha é aberta e central. Nas entradas, destacam-se a espetada de cordeiro, o salmão tandoori e os croquetes de ervilha. Já nos pratos principais, a oferta é ainda mais abrangente. Os pratos indianos como o butter chicken, caril de camarão e chambão de cordeiro dominam, mas também há posta de bacalhau, lasanha e picanha em sashimi. Os cocktails são outro dos grandes fortes da casa: são de assinatura e contam a história de vários piratas e navegadores.

Nos Aliados (Rua de Ramalho Ortigão, 53) e na Ribeira (Rua de Mouzinho da Silveira 230) há um cantinho que celebra a cultura pop japonesa, rodeado de elementos de banda desenhada e cores néon, misturadas com o melhor da gastronomia nipónica. O Buga Ramen chegou ao Porto em Setembro de 2024 e trouxe uma panóplia de diferentes ramen, desde o Teriyaki Chicken Miso, com molho teriyaki, sésamo, bambu, pak choi, cebolinho, ovo, naruto, caldo miso e brotos de soja; ao Taiwan, com noodles de vitela, cenoura, pak choi, ovo, brotos de soja, repolho e cebolinho. Para os fãs de picante, há também várias opções, como o Spicy Ebi Fry.

Se é adepto de sushi tradicional, e da cozinha japonesa no seu todo, o Ichiban, um restaurante mesmo em frente ao mar, é um bom sítio para ir tirar a barriga de misérias. Entre directamente no mundo da cozinha autêntica japonesa e encontre à sua espera, além de todas as iguarias nipónicas, um ramen que tem mesmo de provar. Uma das especialidades é o ramen com porco preto em caldo especial. Se preferir, pode deixar à escolha do chef.

No Ikeda não há fritos nem combinados de 50 peças, mas há espetada de vieiras com ameixa japonesa, tártaros, ramen, sashimi, makis e muito mais. Para acompanhar, não deixe de provar uma das 37 variedades de sakê da carta, a sangria de vinagre balsâmico (sim, leu bem) e os cocktails Wasabi Lover, uma bebida inspirada na caipirinha mas feita com pasta de wasabi e coulis de morango, ou o Dark and Quiet, com rum, gengibre, limão e chá verde.

Há quem diga que aqui encontra o melhor ramen da cidade e não faltam opções para poder testar essa afirmação. Localizado na Avenida de Rodrigues de Freitas, o Ramen Bambu é especializado neste famoso prato japonês e a produção dos noodles é feita manualmente no próprio restaurante. O menu é bem recheado, com pratos desde o ramen de vaca e de porco a opções vegetarianas, como o ramen de tofu e o ramen veg, com um caldo diferente feito com legumes, gengibre e cebola. Pode ainda optar pelas opções de ramen seco e provar as entradas que prometem, como gyosas de tofu panado e cogumelos panados. 

Uma das maiores tendências de street food mundial chegou ao Porto e tem sido um sucesso. No BAO'S – taiwanese burger, os baos, uns pãezinhos cozidos a vapor, são as estrelas da carta. Comece pelo o gua bao, com barriga de porco a recheá-lo e, se tiver coragem, componha o estômago com um crab bao, com tempura de caranguejo de casca mole. Para beber, peça o chá verde com jasmim e bolinhas explosivas de manga ou maracujá.

Aqui, o espaço é enorme e o vermelho predomina nos elementos decorativos onde não faltam candeeiros com motivos chineses, jarrões imponentes e armários recheados com pratos e dragões de louça. Se o cenário é bom, a carta é muito melhor. Peça um crepe chinês para começar (aqui são grandes e bem recheados). Depois, e para acompanhar o obrigatório arroz chau-chau, vá para um dos clássicos, como o porco agridoce, a galinha com amêndoas, o chop-suey de vaca ou o pato com laranja. Tudo servido em quantidades muito generosas.

O irmão mais velho, em Lisboa, é um verdadeiro sucesso e tem casa cheia constantemente. Por cá, a afluência é menor, mas nem por isso deixa de ser o melhor sítio da cidade para comer dim sum. Experimente os raviólis de gambas, os rolos de farinha de arroz com porco e mel, o inhame frito com recheio de carne, o kung pao e o pão chinês com galinha. Fora deste campeonato, há muitas outras especialidades de Cantão, no Sul da China. Exemplos? Cantaril agridoce, lagosta com gengibre, gambas com caju, entremeada no forno, beringela recheada com carne picada e massa de ovo frita com vaca e vegetais.