Pinóquio
Ricardo Lopes
Ricardo Lopes

Os melhores restaurantes na Baixa

No meio de restaurantes very typical e turistas levados ao engano, eis uma lista dos melhores restaurantes na Baixa de Lisboa.

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Mal-amada pelos lisboetas e idolatrada pelos turistas, a Baixa continua a ter vários restaurantes que merecem a sua atenção – quer ande à procura de boa comida portuguesa, de um japonês diferente dos congéneres ou daqueles clássicos que mantêm a qualidade há anos. Entre armadilhas para turistas, resistem e renascem restaurantes em que ainda vale a pena reservar mesa, seja num almoço corrido ou numa comemoração de uma data especial a dois (ou quantos quiser). Estas são as nossas escolhas dos melhores restaurantes na Baixa, mas atenção: o melhor é reservar para não ficar a ver navios. 

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Os melhores restaurantes da Baixa

  • Indiano
  • Santa Maria Maior

O aroma das especiarias começa a sentir-se ainda nas escadas que levam ao primeiro andar deste restaurante na Praça da Figueira. E se lá chegar depois de o relógio ter batido as 13.00, é provável que tenha de continuar a senti-lo do lado de fora da porta, enquanto espera por mesa. Porque a comida indiana do Caxemira, que não se compadece com estômagos sensíveis ao picante, é tão famosa que o sítio está sempre cheio. O caril de camarão é excelente, o de borrego idem e deve ser acompanhado de nan.

  • Baixa Pombalina

No M Bistro & Terrace, no hotel Esqina, há hambúrgueres no terraço e pratos de bacalhau na sala. À primeira vista, é um restaurante formal e sofisticado, com ambiente mais escuro, assentos em veludo. Mas, ao explorarmos o terraço, percebemos que abarca dois ambientes: a sala, mais sofisticada; e o terraço, mais descontraído. Os protagonistas da casa são as gambas, o polvo e o bacalhau, mas também há espaço para hambúrgueres e nachos.

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  • Chinês
  • Baixa Pombalina

O Panda Cantina é um pedaço da região de Sichuan, na China, plantado no centro de Lisboa que quer fazer do tradicional a marca da casa. Aqui é tudo caseiro, os noodles são feitos na casa, os caldos e as carnes levam várias horas de preparação e a sobremesa é, também ela, preparada na cozinha. O menu é simples, apenas com três variedades de ramen chinês a provar: porco, vaca e tofu (9,80€), com opção de escolha do nível de picante, de 1 a 5 (o três é um meio termo bem bom). 

  • Lisboa

A melhor sugestão que pode dar a um turista que visite Lisboa e queira provar cozinha portuguesa sem olhar a custos é mandá-lo ao Solar dos Presuntos – se for famoso vai acabar imortalizado na parede do restaurante e tudo. Na casa que se orgulha de fazer cozinha de Monção com alguns toques da vizinha Galiza, é tudo excelente: desde as fatias retiradas aos presuntos pendurados na montra ao arroz de lagosta e gambas, desde o vinagrete de ovas de entrada ao pudim flan da sobremesa.

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  • Baixa Pombalina

Casa de minhotos vindos de Paredes de Coura, no Velho Macedo a francesinha (15€) parece ser uma carta fora do baralho. Conforme os dias, aqui comem-se pratos cheios, do cozido à portuguesa ao pernil ou às tripas à moda do Porto. Do Porto, ou de Matosinhos, para sermos mais precisos, é também a receita da francesinha que José Barbosa só faz chegar à mesa por encomenda. Ou é para ser bem feita e com boa matéria-prima ou não vale a pena, garante. O molho é picante e sem invenções, o pão é ligeiramente torrado, a linguiça saborosa, o bife tenrinho e o queijo na dose certa. O ovo segue por cima. As batatas, caseiras, são cortadas finamente às rodelas. É, sem qualquer dúvida, uma das melhores francesinhas da cidade (senão a melhor).

  • Baixa Pombalina

Entre a Rua da Prata e a Rua Áurea, na Baixa, nasceu um pequeno espaço dedicado a café “pensado para oferecer um momento de prazer”. Quem o diz é Nikita Pirogov, o proprietário de The Folks, o espaço no número 111 da Rua dos Sapateiros que combina o café de especialidade com opções de brunch. Além do café vindo de várias partes da Europa – como Amesterdão, Berlim, Barcelona, Noruega ou Copenhaga –, aqui é possível provar ovos, panquecas, saladas ou tostas que estão sempre prontas a sair até às 17.00. Quem ficar rendido a este tipo de cafeína, pode levar para casa os diferentes cafés disponíveis em grão ou moído.

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  • Português
  • Baixa Pombalina
  • preço 1 de 4

Foi um galego que abriu o restaurante, em frente ao célebre animatógrafo do Rossio, numa altura em que ainda havia carroças
 a passar, em 1944. Há 14 anos que está nas mãos de David Castro, mas os bons pratos 
e petiscos desta casa são obra da mulher, Fátima. O ambiente de tasca está lá todo, desde o balcão de alumínio aos garrafões pendurados na parede – só já não tem pata de presunto suspensa porque a ASAE não deixa. Serve refeições completas a toda a hora mas também umas moelas “cinco estrelas” ou pataniscas ao balcão.

  • Português
  • Santa Maria Maior
  • preço 1 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Há uns 50 relógios na sala e são todos obra do Sr. Américo Fernandes, à frente desta casa desde 1988, depois de a ter comprado aos galegos que a fundaram em 1930. Repare-se que o tema das pipas domina e a razão é simples: o pai de Américo fazia-as em Castro d’Aire, e Américo, que sempre gostou de trabalhar madeira, aproveita-as para os trabalhos mais complexos. Na sala está a filha Carla, a tornar o serviço rápido e simpático, e na cozinha, a mulher, Judite, com mão para tudo o que aqui se serve.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Em pouco tempo, o Terroir conseguiu afirmar-se no panorama gastronómico. O espaço original, pequeno e elegante, com um balcão com meia dúzia de lugares e vista privilegiada para a cozinha ainda existe, mas a entrada para o restaurante faz-se agora na porta ao lado, numa nova sala com mesas e uma cozinha igualmente aberta. Mantém o requinte, sem perder o espírito descontraído. Os menus de degustação evoluíram, e são a melhor forma de conhecer o Terroir – e os preços continuam tentadores.

  • Mediterrâneo
  • Santa Maria Maior

A vista 360 já é motivo suficiente para visitar a Varanda de Lisboa, no Hotel Mundial, mas de há uns tempos para cá que há outras duas boas razões para o fazer. Não só o espaço passou por uma renovação e está agora mais elegante, como é o chef Vítor Sobral que assina a carta, toda ela pensada para homenagear a cozinha tradicional portuguesa. O período de almoço é um dos pontos altos do restaurante: às segundas-feiras há pataniscas de bacalhau e às quintas-feiras e domingos é dia de cozido à portuguesa.

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  • Europeu contemporâneo
  • Santa Maria Maior
  • preço 3 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Quando o Sála abriu portas em Outubro de 2018, na Rua dos Bacalhoeiros emanava a promessa de uma nova vida para quem vive na cidade – o Campo das Cebolas, ali ao lado, estava de cara lavada e a rua tornar-se-ia pedonal em breve. Quatro anos depois, e com uma pandemia pelo meio, houve expectativas que ficaram por cumprir, mas o Sála conseguiu manter-se fiel à visão de João Sá: um restaurante de comida boa onde não é preciso perceber o que se passa na cozinha para reconhecer a qualidade do que se come. São dois os menus de degustação (65€-80€) com pratos que respondem sempre à época. 

  • Baixa Pombalina

Um fine dining invulgar é como se define este restaurante na Baixa, sem menu de degustação, como é habitual acontecer em espaços dedicados à alta-cozinha. Seguindo a mesma linha sofisticada do seu antecessor – o Terroir, nascido em 2020 pelos mesmos donos –, o In.Vulgar quer ser mais acessível, com serviço apenas à carta, que procura fidelizar clientes e ser o seu poiso diário. À mesa, não falta ADN português.

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  • Baixa Pombalina

A vista do último piso da icónica Pollux, para as ruínas do Convento do Carmo e para os telhados lisboetas, continua a ser um segredo, ainda que mal guardado, da cidade. Este 8.º piso já teve muitas vidas – de snack-bar passou a restaurante com dedo de Miguel Castro e Silva, voltou a café e agora é Terraço Editorial, um restaurante-bar e biblioteca de vinhos. A carta de comida divide-se em petiscos, tábuas e sandes, pratos principais e sobremesas, e a acompanhar tudo isto 190 vinhos – mas não se assuste, terá alguém para o ajudar na hora de escolher o que vai beber. 

  • Português
  • Santa Maria Maior
  • preço 3 de 4

Na mais célebre casa das Portas de Santo Antão, comece por escolher entre o balcão e o restaurante. É que as experiências são bem diferentes: no primeiro comem-se os melhores croquetes e pregos da cidade, ambos a escorregar melhor quando acompanhados de uma túlipa fresquinha; no segundo, o ambiente e os pratos dos anos 80 fidelizam clientes há anos sem fim. Onde mais na cidade encontra empadão de perdiz ou de lagosta e crepes Suzette?

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  • Português
  • Castelo de São Jorge
  • preço 1 de 4

Ao controlo da enorme frigideira cheia de boa molhanga e bifanas já não está o Sr. Afonso. Agora quem trata do assunto é José Rodrigues, mas a receita não tem segredo: é tudo “amor, carinho, vinho branco e um bocadinho de banha”, igualzinha à receita do Afonso. Assume-se como uma casa para lisboetas e por isso tem preços honestos, sem a inflação turística. Se quiser ir além da bifana – e olhe que vale sempre a pena – há ainda couratos e torresmos, tudo para comer ao balcão, com uma imperial, e seguir caminho.

  • Santa Maria Maior

Não é exagero dizer que a Praça dos Restauradores não foi a mesma durante estes últimos anos sem a grande esplanada do Pinóquio. O edifício entrou em obras, mas nem por isso a cervejaria e marisqueira se deixou ficar. Mudou-se provisoriamente para a Rua de Santa Justa, para uma casa que deixou entretanto para voltar onde tudo começou. Não fosse o ar mais moderno e poder-se-ia dizer que tudo voltou a ser o que era. O restaurante ganhou espaço, sem perder a alma e a cor de sempre. Continuam verdes as paredes, agora mais claras, tal como a camisa de quem sempre nos serviu. Na frente, o aquário do marisco de um lado e a montra dos peixes do outro, não muito longe do que era antigamente. Ao fundo da sala, agora mais contemporânea, salta à vista um painel com uma lagosta da centenária Viúva Lamego. Descendo ao piso inferior, ficam duas salas mais pequenas, uma das quais pode ser reservada para grupos. Na carta não faltam os clássicos, das amêijoas à bulhão pato na cafeteira ao bife do lombo pica-pau.

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  • Baixa Pombalina

No meio de tantos restaurantes para inglês da Baixa, está instalada a Tasca Kome para português ver. O trabalho de Yuko Yamamoto, japonesa radicada em Portugal há mais de uma década, vai muito para além do sushi e estende-se a pratos tradicionais do Japão, feitos com os produtos de mercado da época. São já famosas as takoyaki (bolas de polvo fritas), o zukedon de salmão (salmão marinado sobre arroz de sushi) ou o ika somen (sashimi de lula). Além dos imbatíveis menus de almoço.

Outros bairros, outras mesas

Se há zona de Lisboa que nunca fica igual é o Cais do Sodré, conhecido pela movida nocturna, mas cheio de vida durante o dia. Há cada vez mais novos projectos a regenerar o bairro, de restaurantes a bares onde também se come bem, há um mudo de opções. Restaurantes de peixe, de carne ou de comida do mundo tornam possível comer de tudo um pouco sem sair do quarteirão. Não sabe onde reservar mesa? Comece por aqui e durante os próximos tempos não tem de se preocupar.

O Príncipe Real é o bairro com as lojas mais alternativas, as noites mais coloridas e os restaurantes do momento – muitos deles de janelões abertos para a rua a convidar a um copo antes de entrar. Depois de tanto tempo adormecida por causa da pandemia, a zona voltou à vida de antigamente. A oferta é variada e não desilude. Asiáticos, italianos, cozinhas de autor: abram alas para a corte de restaurantes do Príncipe Real. Há muito por descobrir e provar.

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