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Os melhores restaurantes em Lisboa até dez euros

Cá vai bom e barato. Nestes restaurantes até 10€ em Lisboa, encontra bons almoços, jantares e petiscos.

Cláudia Lima Carvalho
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Já foi mais fácil encontrar restaurantes em Lisboa até dez euros e a culpa não é só do turismo ou dos tempos difíceis que o sector atravessa depois de dois anos intermitentes, uma guerra na Europa e uma inflação. Na maior parte das vezes, a qualidade paga-se, mas ainda há excepções. Comer fora não tem de ser uma extravagância e na cidade existem verdadeiros achados. Pense num prato rico, em comida saborosa e atendimento simpático às vezes até familiar. Para encher a barriga sem esvaziar a carteira, este barato não lhe vai sair caro. São 20 restaurantes até 10€, mas também temos outras sugestões de restaurantes baratos onde poderá ser feliz sem pesar na carteira. 

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Os melhores restaurantes em Lisboa até 10 euros

  • Chiado

Já se temeu o pior quando a construção do novo hotel da Vista Alegre ameaçava fechar portas desta tasca de Lisboa. Mas o Sr. José Fernandes por lá continua, forte, a abrir só aos almoços e quase sempre com as mesas preenchidas. A comida é boa e barata – já há poucos sítios assim na cidade. Os croquetes são imperdíveis e as iscas outro prato obrigatório. Tudo caseiro e em doses generosas. 

  • Bairro Alto

Seja a que hora for, o Trevo está cheio e arranjar um espacinho ao balcão pode ser um desafio. Tão certo como estar (quase) toda a gente a comer a bela da bifana (2,70€), que até Anthony Bourdain conquistou. A frigideira está sempre ao lume, à vista de todos, com uma gordura controlada e saborosa. Também há pratos do dia a preços modestos. Além disso, o Trevo tem umas das melhores canjas da cidade, disponível todos os dias.

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  • Português
  • Santa Maria Maior
  • preço 1 de 4

Para almoçar na Provinciana, convém chegar antes das 13.00, ou arrisca-se a ficar na fila à porta. E por mais boa vontade que tenha Carla, a filha do dono – o Sr. Américo, que trata do serviço, rápido e simpático – é coisa para demorar. Com a pandemia, este pequeno restaurante escondido nas Portas de Santo Antão ganhou até uma pequena esplanada e o título de Loja com História. À segunda-feira costuma haver bacalhau à minhota e à quarta pernil. Depois há sempre os bons clássicos, da alheira com ovo aos choquinhos grelhados ou bitoque, tudo a menos de sete euros.

  • Português
  • Santa Maria Maior

O self-service da Associação Católica Internacional ao serviço da Juventude Feminina é mais conhecido como Cantina das Freiras – é aberto a todos e, para cantina, tem das melhores vistas da cidade. Fica em pleno Chiado e deixa ver o rio e a outra margem. O melhor de tudo é que come por 8€ com menus completos, incluindo sobremesa. Há pataniscas, quiches e pratos do dia sempre variados. 

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  • Grande Lisboa

A funcionar desde Setembro, no Cais do Sodré, no Taza aposta-se numa carta simples e rápida. Taza em árabe traduz-se para fresco. Quando passamos pelo balcão somos confrontados com um grande forno, onde é colocado o pão Kaaké, a estrela do menu. Uma mistura entre o pão pita e o bagel é coberto com sementes de sésamo e farelo de trigo, infundido com uma especiaria feita de sementes de cereja, que lhe confere um aroma de baunilha. Do Mercado da Ribeira chega grande parte dos ingredientes, do Médio Oriente, essencialmente, as especiarias.

  • Estrela/Lapa/Santos

É uma casa minhota, modesta como há muitas a fazer história e tradição em Lisboa. Com poucas mesas, não há momento nas refeições em que a azáfama acalme, tal é a procura, tanto de clientes habituais como de turistas que acabam ali a comer (alguns levados pela mão de guias que conhecem bem os nossos segredos). As iscas de porco são uma das especialidades, mas os pratos do dia vão variando – e não costumam falhar. Por encomenda, também se preparam uns petiscos como umas amêijoas à Bulhão Pato.

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  • Indiano
  • Lisboa

Os restaurantes nepaleses saíram do armário há uns cinco anos, no sentido em que começaram a afirmar a sua identidade própria, sem ter de se fazerem passar por indianos. Este pequeno lugar na Alameda é isso tudo, um oásis de paz e boa comida caseira, com destaque para os caris, feitos com especiarias inteiras, e onde tudo é bom, dos momos às chamuças, não esquecendo os onion baji ou as pakora, pastéis deliciosos para barrar com chutney – e onde se está amparado de decoração das montanhas, esse talismã dos nepaleses. Muitos dos restaurantes indostânicos são inconsistentes, abrem e fecham e mudam de mãos rapidamente, mas este Nepal Curry House tem-se revelado um porto seguro na Alameda. 

  • Grande Lisboa

A senhora Yi tinha um restaurante em sua casa, há uns anos, na Mouraria. Mas acabou por encontrar uma loja no Centro Comercial Columbia, sem porta directa para a rua, mas de acesso livre, para nossa felicidade. Aqui, servem-se pratos de rua da China, sobretudo da zona de Sichuan e Shandong, a uma turba alegre de indefectíveis, que vão dos estudantes Erasmus a jovens chineses, passando por portugueses com gosto por espetadinhas de cominhos, sopas picantes com amendoim e noodles de batata doce e panquecas de ovo e alho francês. O prato obrigatório são as unhas de porco grelhadas, um petisco improvável, mas delicioso, que a senhora Yi serve sempre com um sorriso nos lábios. 

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  • Italiano
  • Lisboa
  • preço 1 de 4

Neste restaurante dos Anjos sentimos o aconchego de uma casa italiana. Cheira a massa fresca, a música é alegre e o ambiente descontraído. Nas prateleiras, há frascos com molhos, pacotes de massa e garrafas de vinho. A ardósia anuncia os pratos, que incluem relíquias gastronómicas de Bolonha, e os preços são amigos da carteira. Há cappelletti, tagliatelle e gnocchi para acompanhar de molho de tomate ou carne, entre outras opções. Nas sobremesas não faltam o clássico tiramisù e bolo de chocolate (3€).

  • Chinês
  • Martim Moniz

Não tem nome à porta, mas esta cantina chinesa chama-se Mi Dai – corre a ideia de que ficou baptizada assim depois de o crítico da Time Out a ter visitado, há uns anos, e ter visto um pequeno letreiro com este nome. Não fique “lost in translation” quando lá chegar: tem de entrar, dirigir-se ao balcão e apontar para os ingredientes que quer. Depois são levados para o wok e temperados, com alho, gengibre e pimentas. Há ainda sopas de noodles, gyosas e crepes chineses. Claro está que o preço da refeição pode subir se não resistir a provar vários dos petiscos da casa.

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  • São Vicente 

Depois da fábrica em Campolide e dos quiosques nos centros comerciais Colombo e Vasco da Gama, os argentinos Carolina Cifuentes e Gaston Costa levam as suas empanadas – uma receita com herança portuguesa – para a rua. As empanadas Mbq, uma sigla que se traduz em mi Buenos Aires querido, chegam agora à Graça para uma experiência argentina mais completa. Há opções de empanadas como a caprese, com mozzarella e tomate ou a tradicional empanada argentina, também com carne. 

  • Chinês
  • Martim Moniz

A Calçada da Mouraria é a rua das cantinas chinesas – que não são restaurantes clandestinos, atenção. Este Dawanmian, tal como o vizinho Midai, veio da região de Wenzhou, na China e tem à frente um casal de guerreiros. Chen e Ruan vieram para Portugal com uma mão à frente e outra atrás, mas trouxeram com eles boas sopinhas de massa. No caso, a especialidade são as sopas de noodles, massa feita todos os dias numa cozinha sempre a 200km/por hora, onde não faltam coisas extravagantes (para portugueses, claro), como cabeças e línguas de pato ou tendão de vaca. Não é o sítio mais arrumado do mundo, mas é especial e tem uma sopa de noodles de entrecosto que está entre os melhores pratos mais baratos da cidade.

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  • Campo de Ourique

No Hummusbar, no Mercado de Campo de Ourique, todos os pratos que existem na carta (maioritariamente vegetariana e com opções vegan), têm hummus feito com grão de bico trazido do Egipto. Há sanduíches de pita bem recheadas, saladas, shakshuka e pratos de hummus, sempre acompanhados pelo pão pita fresco. O mais simples é o hummus com tahini (7,90€). Depois é consoante a fome e o tipo de refeição que quer fazer.

  • Português
  • Castelo de São Jorge

É, provavelmente, o balcão mais pequeno da cidade – quatro pessoas já é demais –, mas nem por isso o menos concorrido. À hora do almoço, a fila fala por si. Nada que assuste José Rodrigues, o homem que comanda a frigideira à janela, onde as finas fatias de carne de porco se envolvem num molho sem segredos: vinho branco, banha e alho. A arte está na facilidade com que tudo é feito, sempre a olho, sempre certeiro. Eis As Bifanas do Afonso, casa com quase 50 anos de história, na Rua da Madalena. As bifanas (3€) começam a sair logo cedo e não há hora que sossegue.

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  • Padarias
  • Lisboa

É a meca dos bagels em Lisboa, já com duas moradas (em Campo de Ourique e na Estefânia). As receitas caseiras de bagels vêm da família de Raphael Schneider, o dono, e são sempre servidas com um acompanhamento (sopa, coleslaw, salada mista ou chips). O preço dos menus, que inclui bagel, acompanhamento e bebida, começa nos 9,50€ – dependendo do que escolher. 

  • Indiano
  • Martim Moniz

O restaurante bengali do momento é também o novo sítio da moda na Rua do Benformoso, escreve Alfredo Lacerda, que por lá foi feliz. E diz assim: "Comecei com um tarka dahl poderosíssimo, com as malaguetas verdes quase inteiras misturando-se com as lentilhas. Fosse só isto e já saía bem. Mas depois veio o caril de vaca, grafado como 'beef curry'. É talvez o prato mais prestigiado da cozinha bengali do Royal Spicy e percebe-se porquê. O molho é escuro como o fundo de um poço e nele podemos reconhecer um tacho borbulhante de especiarias, malaguetas e quilos de cebola cozinhadas até ficarem num creme de veludo". 

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  • Princípe Real

Se há coisa que hoje em dia não falta na cidade – aqui, na verdade, como em qualquer outra – são lojas de kebab abertas até tarde. São tantas que fica difícil saber onde é que se comem realmente bons exemplares. Não se engane, nem procure mais: estes são dos melhores kebabs de Lisboa. E tudo porque aqui não se inventa, sabe-se o que se está a fazer e respeita-se o produto. Dez euros chegam e sobram.

  • Lisboa

Os nepaleses não estão sempre do outro lado do balcão, fechados em cozinhas, a servir-nos. Às vezes, também estão na sala, a comer e a celebrar – e, nas raras ocasiões em que o fazem, escolhem muitas vezes este Grill n’Chill. O restaurante começou como um snack bar, mas foi-se sofisticando e crescendo. Tomou o vizinho Chimarrão, agora extinto, na Praça do Chile, e multiplicou-se noutros dois espaços, um no Intendente e o outro em Almada. Comem-se os famosos raviolis nepaleses – os momos, feitos na cave, todos os dias –, espetadas de barriga de porco e de frango marinado em iogurte e especiarias, assadas no carvão, pani puris e chatpads, tudo com malagueta verde, para arrebitar. 

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  • Campo de Ourique

São os hambúrgueres do momento e prova disso é o crescimento rápido que o street tem tido. Do pequeno espaço em Campo de Ourique, a marca ganhou mais três moradas: Cais do Sodré, Saldanha e Carcavelos. A especialidade é uma (e é única) e trata-se do smash burger que, como o nome indica, é um hambúrguer esmagado na chapa. E só há uma opção de menu: três ou quatro rodelas de picles de pepino, mais um picado de cebola só para dar crocância, duas fatias de queijo, ketchup e está feito. 

  • Português
  • Lisboa

O nome já deixa adivinhar a origem. É de Vila Verde que Horácio e a família são originalmente e é nesta casa, escondida numa curva da Calçada de Santana, que cada dose é uma grande travessa de boa comida – ou talvez possamos dizer que são doses verdadeiramente minhotas –, independentemente do prato do dia (e há sempre duas ou três opções de peixe e carne). A grelha a carvão, plantada à janela direita de quem entra, é a oficina da melhor parte de uma ementa que vai rodando em dias mais ou menos fixos. Os preços já são difíceis de encontrar e isso ajuda também a explicar o sucesso da casa.

Lisboa em modo poupança

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