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Arlei Lima
Arlei Lima

Tascas e contemporâneos: 26 restaurantes em Campo de Ourique

Do almoço ao jantar, da cozinha tradicional aos pratos do mundo, eis os melhores restaurantes em Campo de Ourique.

Cláudia Lima Carvalho
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A legião de fãs que Campo de Ourique colecciona no campeonato do melhor sítio para fazer vida de bairro ganha fortes argumentos na categoria dos restaurantes. Não precisa de sair das fronteiras daquelas ruas ortogonais para encontrar tudo o que procura, seja um pronto-a-comer para aqueles momentos em que não há marmita, ou um restaurante de um chef onde se come produto português tratado com todas as honras que merece; seja cozinha do mundo ou comida caseira. Nos restaurantes em Campo de Ourique há mesas para todas as ocasiões e bolsos. E a boa notícia é que há sempre novidades a aparecer. Vale a pena ficar atento.

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Os melhores restaurantes em Campo de Ourique

  • Português
  • Campo de Ourique
  • preço 2 de 4

Mesmo em frente à Casa Fernando Pessoa, A Trempe é um clássico incontornável de Campo de Ourique, com o seu telheiro castiço a chamar a atenção logo na rua. É o típico restaurante familiar, onde pais e filhos são a chave do sucesso, juntamente com a boa cozinha alentejana. O cozido de grão à moda do Alentejo, à sexta-feira, é obrigatório, bem como as sobremesas típicas como sericaia e encharcada.

  • Português
  • Lisboa

Se é verdade que é o naco na pedra que lhe dá fama há anos, é justo dizer que se multiplicam os motivos que ali levam recorrentemente dezenas de comensais – é raro apanhar a casa com pouca gente, o que por si só é já um bom sinal. A carta é farta, tem umas trinta entradas fixas, mais meia dúzia de pratos de cada dia, quase só grelha e tacho. A grelha, aliás, é exímia, garante o nosso crítico José Margarido. Seja peixe ou carne, não se falha o ponto. E ainda há o choco frito, que não costuma decepcionar.

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  • Português
  • Campo de Ourique

“À imagem da água que se diz tão natural como a sua (nossa) sede, o Coelho da Rocha é tão tradicional como o seu bairro: Campo de Ourique”, lê-se no velhinho Guia de Restaurantes de 2010 da Time Out. Este espaço de petiscos mudou totalmente em 2015, mas mantém lugar cativo entre os melhores da cidade porque continua a servir bem, das pataniscas de polvo à perdiz em escabeche, da saladinha de favas com linguiça aos ovos mexidos com trompetas.

  • Lisboa

Este restaurante da Rua Saraiva de Carvalho deve o seu nome a Cícero Dias, pintor modernista brasileiro, que construiu a sua carreira em Paris. Nas paredes, por entre obras de outros artistas, a grande estrela é o pernambucano, que também chegou a viver em Lisboa como adido cultural da Embaixada do Brasil. A sua obra e vida também influenciam a cozinha francesa de autor, assinada pelo chef Hugo Cortez Teixeira. Preparados com ingredientes luso-brasileiros, destacam-se pratos como as pétalas de bacalhau fresco, servidas sobre grelos e gratinado de mandioca com abóbora. Para acompanhar, há vinhos portugueses.

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  • Campo de Ourique

Foi de Campo de Ourique que, não há muito tempo, Alfredo Lacerda saiu arrebatado. Escreveu o nosso crítico: "O Fiammetta é um desses raros casos de restaurante italiano a sério. Aqui, não se pisca o olho ao turista ocasional que foge da cozinha portuguesa e de tudo o que não tenha esparguete, nem se pretende captar os milionários que acham que Milão é a capital do mundo. O Fiammetta quer dar a comer bons produtos italianos, de forma simples, servidos a preceito. E isso é muito." Tudo isto valeu cinco estrelas e a vontade de voltar.

  • Campo de Ourique

É o quiosque de Campo de Ourique, bem no meio do Jardim Teófilo de Braga, mais conhecido como Jardim da Parada. Se é opção, muitas vezes, para se beber um copo apenas, também é uma boa aposta para comer uns bons hambúrgueres a preços simpáticos. É perfeito nos finais de tarde de Verão – ou com uma mantinha nas pernas nos dias mais frios do Inverno. 

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  • Japonês
  • Campo de Ourique

É um dos japoneses mais bonitos da cidade, com um longo balcão de madeira que ocupa todo o restaurante e permite ir acompanhando o trabalho dos sushimen. O menu foca-se na matéria-prima de qualidade, distinguindo e mostrando o que é sushi tradicional e a verdadeira fusão. Nos pratos frios, além das fatias de peixe fresco em sashimi, niguiris ou chirashi, há um tártaro de salmão que não pode deixar passar, com mostarda kizami e gema de ovo de codorniz. Nos quentes vá para o naco de toro grelhado ou o wagyu.

  • Campo de Ourique

O hummusbar é uma cadeia húngara dedicada ao prato do Médio Oriente que se estreou em Portugal no Mercado de Campo de Ourique. Em todos os pratos simples que existem na carta deste espaço (maioritariamente vegetariana e com muitas opções vegan), o hummus, feito com grão-de-bico trazido do Egipto, é a estrela. Há sanduíches de pita bem recheadas, saladas, shakshuka ou pratos de hummus, sempre acompanhados pelo pão pita fresco, que por enquanto continua a vir de Israel, com um aspecto meio tosco e artesanal, e a ser finalizado aqui, no forno. 

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  • Lisboa

A especialidade são as espetadas, um dos pratos que marca as festas na ilha, onde até costuma ser assado em braseiros ao ar livre. Na Ilha da Madeira, a espetada é feita em pau de louro como manda a tradição e os pedaços do lombo chegam a pingar e com aroma a manteiga de alho. Acompanha com o tradicional milho frito, arroz e batatas fritas. Prove também o bolo do caco feito pela dona Maria, o bife de atum à Madeira ou a carne de porco de vinha d’alhos. Para beber, e aumentar essa sensação de teletransporte para a ilha, peça a Brisa Maracujá. 

  • Cozinha contemporânea
  • Campo de Ourique
  • preço 3 de 4

Rita Gama e Tomás Rocha abriram o Bichomau em 2019 com o desafio de apresentarem uma carta curta e criativa, ditada pela quallidade e sazonalidade dos produtos. As influências são do mundo, vindas das muitas viagens e experiências fora de Portugal. O menu vai rodando com alguma frequência, mas há sempre um menu de degustação com seis pratos (55€) – esta pode ser, na verdade, a melhor forma de conhecer o trabalho do casal. 

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  • Português
  • Campo de Ourique

Se há casa mais minhota do que esta em Lisboa, nós não conhecemos. E muito se deve ao senhor João, a alma do restaurante, bem como a dona Adelaide, que toma conta da cozinha como ninguém. Sem qualquer pretensiosismo e com toda a simpatia, o casal natural de Ponte da Barca recebe-nos como se da família fizéssemos parte – e a magia é que isto vale tanto para clientes de sempre como para alguém que ali chega pela primeira vez. Dependendo dos dias, há bacalhau à minhota, chanfana, cozido à portuguesa ou cabrito. Na altura certa, também a lampreia se consegue.

  • Português
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 1 de 4

Não se pode dizer que seja um segredo, ou não tivesse esta casa uma imagem gigante de uma francesinha na vitrina, com a afirmação de que ali se faz “provavelmente a melhor francesinha de Lisboa”. No entanto, quem conhece a Imperial de Ourique (quase) prefere não partilhar o lugar. Compreende-se: o espaço é pequeno, com menos de 20 lugares, quase tudo habitués. Há sempre alguém a comer francesinha, mas na carta há pratos do dia em conta, dois de peixe e dois de carne – no dia em que por lá passámos sem aviso havia, por exemplo, bacalhau à Brás e feijoada à transmontana. A francesinha é feita à moda do Porto, picante como dita a tradição, com bife, linguiça e salsicha, queijo com fartura e ovo. 

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  • Chinês
  • Lisboa

Quando no final de 2019 fizemos o balanço da década (2010-2020), não hesitámos em destacar a existência do Macau Dim Sum de Oeiras “porque nunca houve outro restaurante chinês que fizesse tão bem dumplings para o povo”. De lá para cá, foram surgindo bons exemplares na cidade, mas o Macau Dim Sum continua a ter um lugar entre as nossas preferências. Este irmão mais novo que abriu em 2015 entre Campo de Ourique e as Amoreiras, pelo menos, não nos tem desiludido com a sua comida de Cantão.

  • Italiano
  • Campo de Ourique
  • preço 2 de 4

O grupo Non Basta abriu o italiano Memoria para apelar às recordações de almoços em família na infância, um restaurante com mais produtos italianos, uma série de novos pratos e a valorização do aperitivo Spritz. O espaço não podia ser mais diferente dos outros restaurantes do grupo: o interior é mais estreito, em tons rosados, com mesas com tampos de mármore. Mas o ex-líbris são os dois logradouros que foram transformados numa enorme esplanada. 

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  • Campo de Ourique

O Alentejo fica a poucos minutos do centro de Lisboa. Não precisa sequer de pegar no carro e fazer-se à auto-estrada: basta apanhar o eléctrico 28 e procurar o clássico Magano, de Campo de Ourique, onde todos os pratos são alentejanos. Ensopado de borrego, cozido de grão e burra assada no forno estão entre as especialidades.

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  • Petiscos
  • Campo de Ourique

Miguel Azevedo Peres tem uma das poucas casas no país que respeita o princípio nose to tail sem vacilar. Quer isto dizer que o animal é sacrificado, mas todo aproveitado. Uma nobre e difícil missão, que não se fica por aqui. Há uma atenção redobrada na escolha de produtores e procura-se sempre trabalhar com uma agricultura regenerativa. Ao mesmo tempo, enobrecem-se partes do animal habitualmente menosprezadas. À mesa, é pedido que deixe os preconceitos de lado – se há lugar para arriscar é aqui. Seja com pezinhos de coentrada, mioleira, túbaros ou orelha, sempre confeccionados de formas inesperadas. Não saia sem pedir a bifana porcalhona.

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  • Padarias
  • Lisboa

Para muitos, bagels é sinónimo de brunch e se há lugar que os faz bem é a Raffi’s Bagels, com combinações para aproveitar a qualquer hora do dia, num jardim secreto e ao som de uma fonte de água. Há um menu brunch que inclui uma bowl com ovos mexidos, batatinhas assadas, cogumelos, tomate cherry, espinafres, mini bagel, croutons e ervas aromáticas da estação e que complementa com abacate, salmão fumado ou bacon. Acompanha com um cesto de pão de fabrico próprio, onde estão, claro, mais bagels e um iogurte com granola caseira e fruta. As bebidas (latte ou cappucino, sumo do dia ou de laranja natural) estão incluídas.

  • Português
  • Campo de Ourique

Há boa comida tradicional em Campo de Ourique. É o caso do Solar dos Duques. Aberto há vários anos, já leva uma remodelação decorativa em cima, mas o espaço mantém a sua génese. Quanto aos pratos, há um pica-pau do lombo excelente. Nacos grandes, servidos na frigideira num molho à portuguesa, ao lado arroz branco soltinho e batatas fritas às rodelas, bem caseirinhas. Destaque ainda para as iscas de vitela, cortadas fininhas, num molho apurado, com batata cozida. E excelente a tranche de robalo
 à lagareiro. 

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  • Cafés
  • Campo de Ourique

A namorada do Nicolau Lisboa chama-se Amélia e é uma dama da alta sociedade que decidiu ter o seu próprio negócio, na mesma linha do do namorado, na Baixa, conhecido pelo brunch todos os dias e pelas panquecas. O café da Amélia fica em Campo de Ourique. A comida anda ali entre o saudável e o instagramável, mas aqui com “mais capricho” e muito mais opções na carta.

+ Brunches em Lisboa

  • Campo de Ourique

Tal como o nome indica, o bitoque, com ovo e batatas às rodelas e um bom naco de carne de vaca, é o prato a pedir nesta antiga tasca do bairro. Nesta casa familiar forrada a madeira e com ilustrações de época pelas paredes, vão ter todo o gosto em meter-se consigo ao balcão, se não houver lugar nas mesas. E não se esqueça das farófias.

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  • Lisboa

Há uma nova fase a iniciar-se na carreira de Kiko Martins e o restaurante que acaba de abrir em Campo de Ourique é disso prova. No LeBleu, o chef mostra-se de forma mais depurada. A carne não entra e não há um prato que seja óbvio, nem mesmo para quem tenha seguido as pisadas de Kiko. Focada no Atlântico, e no que de melhor este tem para nos dar, a carta divide-se entre entradas e principais, e são poucos os pratos que não brincam com os sentidos de quem se senta à mesa. Nunca a vontade de arriscar foi tão notória da parte de Kiko, bem como o desejo de arriscar. O niguiri de lírio (7,60€/dois) onde o habitual arroz é substituído por um marshmallow feito com o caldo do peixe e por isso carregado de sabor, é um bom espelho disso, tal como o pastel de nata com enguia (5,70€) ou o crème brûlée com mexilhão fumado (11,70€).

  • Campo de Ourique

Numa rua meio escondida na Bica, o Água Pela Barba tornou-se local de romaria desde o início, revelando-se pequeno para a procura, especialmente para aqueles que habitualmente deixam as reservas para o próprio dia. Cansado de dar negas, João Alves fez crescer o restaurante com uma nova casa, num novo bairro. O Água Pela Barba abriu em Campo de Ourique sem grandes invenções: a carta é praticamente a mesma e o espaço mantém o ar rústico, embora mais sofisticado, e as referências à pesca e aos pescadores. O restaurante, aberto há um mês, nasceu no lugar do antigo LouQura e manteve grande parte da funcionalidade do espaço, apesar de lhe ter dado uma renovação, assinada pela arquitecta Inês Moura, responsável por projectos como o Provincia, nas Avenidas Novas, ou o Teimar, não muito longe. A carta, assinada por João Magalhães Correia, é exactamente a mesma na Bica e em Campo de Ourique, com excepção para os rissóis de peixe (4,50€/unidade) e o risotto de lingueirão (23€), disponíveis apenas na casa nova. 

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  • Japonês
  • Campo de Ourique

João Bívar abriu o Shun Open Kitchen em Campo de Ourique no início de 2020. Tem 20 lugares mas são os sete ao balcão que são os meninos dos seus olhos. O balcão é em mármore claro e tem apenas uma divisão baixa entre o espaço do cliente e a bancada de trabalho, com tudo à vista, incluindo as três facas do sushimen, a caixa que conserva o peixe do dia e o balde onde mistura o arroz de sushi todos os dias. Apesar de ter uma carta bem extensa, que cobre todos os clássicos, das gyosas aos chirashis ou temakis, rolos e ainda um bao quente, o que João mais gosta é que os clientes confiem e se deixem levar pelas suas recomendações e provem o seu sushi de fusão à séria.

  • Campo de Ourique

Neste rodízio de picanha, a carne não vai faltar e chega-lhe ao prato o mais depressa possível (pelo menos, essa é a promessa). Com dois espaços na periferia de Lisboa, a Fábrica da Picanha também já mora em Campo de Ourique. O espaço é moderno e uma lua numa das paredes quer ser o ponto alto da noite, quando, ao som de música, acende totalmente, iluminando o restaurante. Se for à casa-de-banho, há um botão pronto a ser accionado pelos clientes mais afoitos e que transforma o espaço numa autêntica discoteca. A carta é virada para os amantes de carne, claro está. O menu (18,95€) inclui picanha, maminha e cachaço e de acompanhamentos arroz, feijão preto, batatas fritas e salada. 

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  • Estrela/Lapa/Santos

Esquinas há muitas, mas esta foi a primeira da carreira de Vítor Sobral. De tasca, este restaurante em Campo de Ourique tem pouco mais que o nome: os petiscos e pratos tradicionais portugueses são feitos com a melhor matéria-prima, algum requinte e muita criatividade, sem se perder nunca o ambiente descontraído.

  • Campo de Ourique

O mais difícil quando restaurantes bonitos abrem portas é, muitas vezes, provar o que valem. Ainda mais quando na carta se apresentam com clássicos da nossa gastronomia, sem nomes de peso na cozinha. É nesse campeonato que o Teimar, dos mesmos donos do Cortesia, não muito longe, se posiciona. É uma cervejaria moderna que apostou tanto na decoração como na cozinha .Tudo é passível de ser partilhado, mas mesmo assim a carta divide-se entre entradas, onde estão as amêijoas à bulhão pato ou as gambinhas ao alho, e principais, onde se destaca um arroz meloso de carabineiro, feito no lume e acabado no Josper. 

Comer bem, noutros bairros da cidade

O Príncipe Real é o bairro com as lojas mais alternativas, as noites mais coloridas e os restaurantes do momento – muitos deles de janelões abertos para a rua a convidar a um copo antes de entrar. Também há clássicos que resistem à gentrificação. A oferta é variada e não desilude. Asiáticos, italianos, cozinhas de autor: abram alas para a corte de restaurantes do Príncipe Real. Há muito por descobrir e provar. Vá por nós e coma como um abade. Perdão, como a nobreza que merece ser. Não se esqueça é de reservar mesa porque a zona tem andado muito concorrida.

Não é dos maiores bairros da cidade, mas nem por isso faltam opções para comer. Talvez não seja a escolha mais óbvia na altura de decidir onde reservar mesa, porém poderá sair surpreendido – nem boas esplanadas faltam por aqui. Campolide é casa de comida tradicional portuguesa, mas também há boas carnes e até aos pratos mais frescos e contemporâneos, sem nunca esquecer, obviamente, o frango assado (olá Valenciana!). Nestes cinco restaurantes em Campolide não vai sair desiludido. E o mais certo é querer voltar. Não se esqueça é de reservar. Sendo uma zona tão bem servida de transportes, o mais seguro é deixar o carro em casa.

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