Solar dos Presuntos - Cozido à Portuguesa
Fotografia: Arlindo CamachoCozido à Portuguesa no Solar dos Presuntos
Fotografia: Arlindo Camacho

Os melhores restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa

Gostamos de comida do mundo e de fusão, mas não há como um bom cozido. Estes são os melhores restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa.

Cláudia Lima Carvalho
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Do Minho ao Algarve, do interior ao litoral – não é preciso sair de Lisboa para experimentar os melhores sabores da cozinha portuguesa. Açordas, bacalhaus, rissóis e pataniscas. Entremeadas, croquetes, cozidos e empadões – o que não falta nestes restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa são especialidades do país inteiro. E temos de tudo, dos restaurantes com toalhas de papel e travessas de inox aos pratos criativos onde a tradição está, ainda assim, bem vincada. Verdade seja dita, é a melhor comida de conforto que alguém pode querer. Troque as fusões e a comida do mundo por um destes pratos com sabor a Portugal.

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A melhor cozinha tradicional em Lisboa

  • Português
  • Alfama

Da última vez que espreitámos a ementa vimos 26 pratos com bacalhau, das entradas aos principais. Estamos numa das poucas casas inteiramente dedicadas ao bacalhau salgado seco – o  que é ao mesmo tempo triste, sendo este porventura o produto mais distintivo da cozinha portuguesa. O restaurante mantém-se firme sob a orientação de João Bandeira, que detém ainda o Via Graça, e o menu revela um compromisso com os clássicos, como o assado à lagareiro e o à Zé do Pipo, sem descurar meia-dúzia de criações mais autorais ou internacionais, como sejam o risoto de bacalhau e espargos ou o carpaccio do dito com rúcula e parmesão. 

  • Português
  • Castelo de São Jorge
  • preço 2 de 4

Houve um momento em 2019 que O Velho Eurico foi uma espécie de segredo na Mouraria, uma tasca antiga de alma jovem e irreverente. Cinco anos depois, já não há quem não conheça a casa de José Paulo Rocha e Fábio Algarvio e ainda bem. O trabalho que ali se faz é sério, mesmo que à primeira vista tudo pareça quase uma brincadeira num tratamento tu cá, tu lá. Na cozinha-se, sabe-se bem o que se faz: uma cozinha tradicional e despretensiosa com o conhecimento de quem podia estar num fine-dining. Fez fama o bacalhau à Brás ou o arroz de pato, mas é possível que não se encontrem por lá porque o menu vai mudando. O segredo é pedir à confiança, mas garanta a reserva primeiro porque o segredo foi-se há muito.

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  • Português
  • Avenida da Liberdade

Comer bem sem gastar uma fortuna na Avenida da Liberdade não é uma utopia. Nesta Floresta, quando o relógio se aproxima das 13.00, as mesas já estão cheias, e da cozinha vão saindo bons pratos típicos portugueses. O serviço é simpático, à antiga, as sopas são caseiras, os pratos bem cheios. Nos pratos do dia, tanto pode apanhar um bacalhau com grão (sempre em postas generosas), como um arroz de bacalhau, umas lulas recheadas ou uns carapauzinhos fritos. 

  • Português
  • São Vicente 
  • preço 1 de 4

É a escolha de muitos chefs para almoçar ou jantar numa folga, aposta segura para boa comida tradicional a preços que já pouco se encontram na cidade. Os pratos da grelha não falham, seja peixe ou carne. Mas a chanfana, prato do qual Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, se diz capital, é um daqueles que fideliza clientes. É feito com tempo, como manda a tradição, para que a carne de cabra velha ceda aos sabores. Não está sempre na carne, sendo habitualmente servida entre segunda e quarta-feira, de quinze em quinze dias.

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  • Português
  • São Sebastião

É difícil escolher a razão pela qual a Adega da Tia Matilde é mais conhecida: se pela comida tradicional, se por ter sido durante anos um dos poisos favoritos de Eusébio. Mas se não está familiarizado com ela ainda (como não?) pode lá ir tanto para ver a justa homenagem ao Pantera Negra como para provar as pataniscas, o cozidos, os filetes de garoupa, o coelho à caçador, o bacalhau à Isabel, a feijoada à transmontana, o leite-creme, tudo o que é português e bom, em doses sempre muitíssimo generosas.

  • Português
  • Campo de Ourique
  • preço 1 de 4

Se há casa mais minhota do que esta em Lisboa, nós não conhecemos. E muito se deve ao senhor João, a alma do restaurante, bem como a dona Adelaide, que toma conta da cozinha como ninguém. Sem qualquer pretensiosismo e com toda a simpatia, o casal natural de Ponte da Barca recebe-nos como se da família fizéssemos parte – e a magia é que isto vale tanto para clientes de sempre como para alguém que ali chega pela primeira vez. Dependendo dos dias, há bacalhau à minhota, chanfana, cozido à portuguesa ou cabrito. Na altura certa, também a lampreia se consegue.

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  • Português
  • Oeiras
  • preço 2 de 4

Antes de chegar ao Bairro Alto, Zé Varunca chegou a Oeiras. A família saiu de Estremoz para a Parede em 2002 e dois anos depois instalou a sua cozinha regional com as loiças de barro pintadas a condizer no centro da vila. Desde Dezembro de 2021, estão numa nova morada, na Avenida Engenheiro Bonneville Franco, em Paço de Arcos, mas a comida é a mesma de sempre: cozido de grão com vagens, sopa de cação, açordas, sopa de tomate, ensopado de borrego, pezinhos de coentrada e por aí fora em doses que alimentam uma família. No final, desça até à praia para fazer aquela caminhada que sempre ajuda à digestão. 

  • Português
  • Grande Lisboa

É um dos restaurantes mais peculiares da Grande Lisboa, mas merece a sua atenção. Ora veja: a cozinheira vem do Minho e serve as doses à moda do Norte; a ementa tem uma série de pratos tradicionais, carnes e peixes na brasa e boa cozinha de tacho; e depois há uma secção dedicada à caça brava, que podia ser a lista de espécies de um Jardim Zoológico, com coelho, perdiz, faisão, galinhola, rola, kudu, zebra, camelo, veado, canguru, não acaba; tem óptimas sobremesas conventuais; e a garrafeira é de luxo.

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  • Português
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Nesta casa courense – entenda-se, de pessoas de Paredes de Coura – não há prato que desiluda, sendo a massada de peixe, o polvo à lagareiro e os bons grelhados – quer de carne, quer de peixe – uma aposta sempre segura. Na altura certa, é dos melhores restaurantes da cidade para comer lampreia, vinda precisamente do Alto Minho. Já nos dias de cozido à portuguesa (quarta-feira e sábado) o melhor é chegar cedo porque são especialmente concorridos. Das entradas às sobremesas, o difícil é deixar passar alguma coisa.

  • Português
  • Oeiras
  • preço 2 de 4

As regras são simples: chegar, sentar, comer e aproveitar, sem pressas e muito menos queixumes. No Sítio de Gente Feliz, em Porto Salvo, quer-se isso mesmo, pessoas felizes. Já por isso, ninguém escolhe nada e assim não se perde a tempo a discutir o que vem para a mesa. É confiar porque Miguel Gonçalves já cá anda há um tempo e sabe o que faz. O foco está na boa matéria-prima e depois é o que lhe vier à cabeça no dia. A comida é de tacho, de forno e a conta é sempre certa, 25€, com bebida, café e diferentes entradas incluídas e sobremesa – uma fartazana! Só está aberto ao almoço e durante a semana e o melhor é não se aventurar a aparecer sem reserva. O único senão é só ficar tão fora de mão, pelo menos desta redacção. 

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  • Chiado

Primeiro, um aviso: para conseguir lugar neste Das Flores convém que marque com tempo, nem vale a pena tentar aparecer sem mesa garantida. A explicação é simples: já são poucos os restaurantes como este em Lisboa, bons e baratos. Depois de várias ameaças de fim devido às obras no edifício, a verdade é que o Das Flores se mantém firme com uma cozinha imaculada. Os croquetes fritos na hora são obrigatórios, seja como entrada, ou como prato, acompanhados por arroz de tomate. Também têm fama o bacalhau ou as iscas. No fundo, é tudo caseiro e bem servido. Guarde espaço para as sobremesas.

  • Português
  • Oeiras

Um dos bastiões da comida tradicional nos arredores de Lisboa, o Orelhas, em Queijas, é um simpático restaurante onde se come por 20€ (a menos que se estique nos vinhos). A cozinha é aberta para a sala e tem uma vitrine de carnes e bom peixe de mar para assar, tarefa sob a alçada do Sr. Travassos. A carta é feita com base no que há no dia, pode nunca chegar a vê-la e confiar no que sugerem e apanhar pratos como o rabo de boi assado, as bochechas de porco, a língua de vaca estufada ou a barriga de freira.

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
O Cartaxinho
O Cartaxinho

Se passar por este restaurante, na Rua de Santa Marta, e vir bastante movimento, isso significa que é dia de cozido à portuguesa (quartas-feiras e domingos). Ponha-se na fila. A dose custa 11€ e é óptima para partilhar, já que vem tudo a dobrar. Também se servem meias doses e, com jeito, até se ajusta o conteúdo da travessa para que não tenha de levar com orelha. Fora isso, também há dias de cabidela, bacalhau à Brás e afins. Ao balcão ou na mesa, esta casa de minhotos é uma boa cantina diária.

  • Princípe Real

Quando as novidades pareciam ir para um lado, Luís Gaspar virou para outro e abriu um restaurante de comida tradicional. Ainda assim, não deixou de lhe dar um toque contemporâneo, seguindo os mandamentos de Maria de Lourdes Modesto (1930-2022). A grande aposta são os pratos do dia fixos, servidos tanto ao almoço como ao jantar, fim-de-semana incluído. Conforme a altura do ano, o chef vai fazendo umas alterações, mas o cozido à portuguesa à quinta e o arroz de cabidela à sexta têm-se mantido. Fora isso, há uns petiscos na carta que merecem ser descobertos como os rissóis de leitão ou os peixinhos da horta.

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  • Areeiro/Alameda

Justa Nobre é uma estrela da cozinha portuguesa e um marco na história da restauração lisboeta. Na casa que tem junto ao Campo Pequeno há uns bons anos, mostra o melhor da sua cozinha de inspiração transmontana, sempre a cruzar outras regiões do país. Há de tudo, desde as iscas de cebolada aos ovos mexidos com tomate, desde o folhado de caça brava aos camarões de fricassé. E há uma família inteira a servi-lo com um sorriso de orelha a orelha. Marido e filho na sala, irmãs a contribuir na rectaguarda – sobretudo nas sobremesas.

  • Cais do Sodré

Duas salas grandes com uma cozinha a separá-las, um bonito bar e vista privilegiada tanto para o food court do Time Out Market como para o jardim da Praça Luís I. Descansem porém os velhos do Restelo que no restaurante está a cozinheira de sempre, Manuela Brandão; estão os empregados do costume; e estão os pastéis de massa tenra, a açorda de gambas e as deliciosas costeletas de borrego panadas. Nenhuma refeição aqui fica completa sem a famosa mousse de chocolate.

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  • Português
  • Alcântara

De portas abertas desde 1988, o restaurante deve o nome (e a fama) à família Nunes, de origem alentejana. Não é de estranhar por isso a fama de pratos como a perdiz estufada ou a açorda de bacalhau. Há uma secção inteira dedicada aos pratos de caça, e as sobremesas, que aqui se chamam lambarices, incluem sericaia com ameixa de Elvas, encharcada de Mourão e fidalgo real. Não terá sido por acaso que Madonna escolheu o Solar dos Nunes para jantar quando se decidiu mudar para Lisboa. Em 2022, foi até eleito reataurante europeu do ano pelo Conselho Europeu de Confrarias Enogastronómicas, uma organização sem fins lucrativos que tem como objectivo promover a gastronomia de qualidade na União Europeia. O crítico Luís Monteiro não se foz de rogado e passou por lá para tirar as provas. Entrou desconfiado e saiu consolado.

  • Lisboa

Se o Solar dos Presuntos é hoje um bastião da comida tradicional portuguesa é a Evaristo Cardoso, que morreu no final de 2022, e à sua mulher Maria da Graça, que o deve. Foi o casal, vindo de Monção, que abriu o restaurante apostado em servir o melhor da sua região. Quase 50 anos depois, é o filho, Pedro Cardoso, quem está à frente da operação, com um restaurante hoje bem maior e mais moderno. A “alta cozinha de Monção” mantém-se o mantra, sendo o Solar dos Presuntos uma aposta sempre segura na cozinha tradicional. Mesmo que se possam fazer algumas actualizações no receituário, ainda são as receitas de Maria da Graça que prevalecem. 

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  • Português
  • Campolide

De raízes minhotas, a Tasquinha do Lagarto prima pela boa comida portuguesa, é um facto. Há símbolos sportinguistas nas paredes, mas que não seja isso que o mantenha longe desta morada em Campolide, até porque, se for o caso, é um bom sítio para ver a bola, seja ela de que preferência clubística for. O que interessa é o que vai para o prato, seja à lista ou conforme o prato do dia, e aí não falha o polvo à lagareiro e o arroz de garoupa. Leve em mente que tem de guardar espaço para o conhecido bolo de bolacha com mousse de chocolate.

  • Lisboa

O restaurante é feito à imagem do dono, Belmiro de Jesus, que já passou por outras instituições de cozinha tradicional portuguesa, como sejam a Tia Matilde e o Salsa e Coentros. Aqui, está a solo e como quer, cozinhando o que lhe dá gosto e o que dá a terra, tantas vezes caça da verdadeira. Nos dias normais, são obrigatórias as empadas, as canjas, os arrozes e outros pratos de tacho. O que nunca deve faltar são as migas de batata e ovos, com reforço de gemas e de untuosidade, uma pérola desta cidade.

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  • Português
  • São Sebastião
  • preço 1 de 4

“Pode parecer um restaurante banal, mas não é. A cidade deixou de fazer restaurantes como este, de comidinha de sempre e foco no sabor, no produto e no preço, restaurantes em que o cozinheiro está na cozinha e na sala e conhece toda a gente pelo nome. O Cacué é uma tasca portuguesa do século XXI onde não ficamos ofuscados com a instalação no tecto, nem adição na conta.” Assim resume o crítico Alfredo Lacerda este restaurante tradicional em Picoas. Para apreciadores de comida “sem cenas”.

  • Português
  • Benfica/Monsanto
  • preço 2 de 4

Antes de mais um aviso: há poucos restaurantes tão benfiquistas como este. Nas paredes, há fotografias de velhas glórias, recortes de jornais, cachecóis, camisolas e umas quantas águias, obviamente. O aviso serve, na verdade, para aqueles a quem esta informação poderá servir de entrave. Não se deixe levar por isso ou poderá perder um belo repasto. No Zé Pinto, o menu ainda é escrito à mão, a grelha é certeira, tanto para peixe como para carne, mas há um prato que se destaca: o entrecosto grelhado com batata frita.

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  • Benfica/Monsanto

Numa esquina tranquila de uma zona residencial de Benfica, em frente à Escola Superior de Comunicação Social, do outro lado da Segunda Circular, fica este inesperado restaurante que arrancou quatro estrelas ao crítico Alfredo Lacerda. Na cozinha está Filipe Marques, que trabalhou na Quinta da Fonte Santa, uma quinta privada do Banco de Portugal, durante mais de uma década. E escreveu Lacerda sobre o Re'Tasco: "Para quem procura comida de qualidade, tradicional com uns toques de mundo, feita com carinho e atenção ao produto, o Re’Tasco bate aos pontos os nomes sonantes do costume, do Solar dos Presuntos a outros solares da cidade".

  • Benfica/Monsanto

David Alves Rodrigues era da aldeia de Estorãos, em Ponte de Lima, mas foi na Buraca que fez história com este restaurante de comida portuguesa servida em doses fartas. Morreu em 2022, mas é a sua família que continua no leme. E o sucesso nem por isso se desvaneceu – basta ver a quantidade de carros ali estacionados nas horas das refeições, especialmente ao fim-de-semana. O cozido à portuguesa, o pernil ou o polvo à lagareiro são algumas das especialidades da casa. Além disso, o David da Buraca é sempre uma boa opção para jantares de grupo, já que espaço não lhe falta.

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  • Português
  • Avenidas Novas
  • preço 2 de 4

Malta nova a fazer boa comida, sem grandes subterfúgios ou manias. O Petisco Saloio é um belo exemplar daquilo que uma tasca pode ser em 2024. O restaurante é pequenino e tem duas vidas, não tão distintas assim. Ao almoço funciona com menu e 12€ incluem o couvert, o prato, a sobremesa, a bebida e o café – há sempre três opções, uma de carne, outra de peixe e um consensual bitoque (já por lá comemos uma açorda com cavala alimada, um arroz de polvo e até uma cabidela). À noite, o menu faz-se de petiscos e pratos para partilha, de um pica-pau de novilho a uns ovos rotos com farinheira, umas bochehchas de porco ou um xerém de berbigão.

  • Português
  • Lisboa

Faz parte da colecção de restaurantes abertos por galegos em Lisboa no século XX e, tendo este aspecto em comum com o Gambrinus (já que um dos fundadores desse clássico das Portas de Santo Antão era galego), a Floresta de Moscavide já foi apelidada de "Gambrinus dos pobres" nesta revista pelo jornalista Joaquim Letria. Mais tarde, o crítico Alfredo Lacerda passou por lá e deu-lhe quatro estrelas: comeu lá uns "dos melhores filetes de peixe galo de sempre" e uma mousse de chocolate e leite creme a condizer. 

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  • Martim Moniz

Também conhecido “como aquele sítio na Mouraria que está sempre cheio” e tem um “granda bacalhau assado”, o Zé da Mouraria é o restaurante ideal para quem quer comer muito (muitíssimo), pagar pouco e passar uma tarde pós-almoço, à mesa, sem ser enxotado. Nenhuma fotografia faz jus ao tamanho e à beleza da travessa que chega à mesa com a posta alta, as batatas e o grão. Vale a pena também ferrar o dente no entrecosto com arroz de feijão, nos bifinhos ao alhinho ou nos chocos. Tudo excelente.

  • Português
  • Castelo de São Jorge

O Zé dos Cornos é um restaurante para ir sem preconceitos e sem medo de sujar as mãos. Mesas corridas, bancos de pau, queijos e presuntos de entrada, um balcão com um mostrador de petiscos completo e uma ardósia que apresenta os pratos do dia. A família à frente do Zé dos Cornos veio de Ponte de Lima e instalou-se na Mouraria com o vinho da sua terra para instituir uma das grelhas mais clássicas da cidade, tanto na carne – é obrigatório provar o piano – como nos peixes. A acompanhar, o arroz de feijão e a salada sempre fresca e bem temperada.

À procura de mais ideias?

Já foi mais fácil encontrar restaurantes em Lisboa até dez euros e a culpa não é só do turismo ou dos tempos difíceis que o sector atravessa depois de dois anos intermitentes, uma guerra na Europa e uma inflação. Na maior parte das vezes, a qualidade paga-se, mas ainda há excepções. Comer fora não tem de ser uma extravagância e na cidade existem verdadeiros achados. Pense num prato rico, em comida saborosa e atendimento simpático às vezes até familiar. Para encher a barriga sem esvaziar a carteira, este barato não lhe vai sair caro.

Sim, não escrevemos de ânimo leve. Sabemos que 20€ não é necessariamente barato, mas também já por aqui enumerámos os restaurantes até 10€ aos quais gostamos de ir. Estes que aqui lhe deixamos são os que se seguem: 15 restaurantes em Lisboa até 20€, onde de resto não precisa de gastar isso tudo para ser feliz. De boa comida tradicional a pratos do mundo, há mesas onde sabe sempre bem voltar – e é bom saber que nem só de clássicos se faz esta lista, afinal ainda há projectos a abrir onde é possível comer sem gastar demasiado.

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